Só li, agora, uma notícia do Açoriano Oriental, de 5 de Dezembro: Aumento de calor pela poluição é menor nos Açores, sobre os impactos esperados, nos próximos 100 anos, na região, do aquecimento global. Esses efeitos serão menos graves aqui do que no resto do país (e no continente europeu) devido à influência moderadora do mar que nos rodeia. Isso é verdade mas tem ser bem entendido. O cientista Viriato Marques - participante no estudo de onde se retirou essa conclusão - fez a prevenção (correcta e oportuna, no quadro da previsão) de que, não haverão, contudo, " áreas no mundo que estejam imunes aos efeitos das alterações climáticas...".
A apreciação da futura situação climática dos Açores como sendo, relativamente, mais favorável, é um juízo que tem de ser qualificado (de modo negativo e em termos absolutos) pelo seguinte: - a nossa situação climática será diferente e pior, apesar do mar à volta, quando comparada com a actual; o tempo será atreito a variações mais bruscas e intensas; os níveis de stress ambiental e sócio-económico sobre a região, decorrentes do processo de adaptação a essas mudanças e de resposta às suas consequências mais sérias, serão muito elevados; a vulnerabilidade dos Açores, em todos os domínios, por tudo isso, acentuar-se-á; ao mesmo tempo, diminuirá a capacidade externa de nos apoiar (e a nossa, de reivindicar) devido à dimensão e intensidade dos problemas com que se confrontarão o país, a Europa e o resto do Mundo.
A questão, de como tornar os Açores mais resilientes e com maior capacidade endógena (sob todos os aspectos), nunca tendo estado fora da cogitação do nosso futuro, com o aquecimento global torna-se muito mais premente - isto, se se toma o problema, naturalmente, como sendo sério e significativo.
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