30 de novembro de 2008

O CO2 tem importância (como se fosse necessário dizê-lo de novo...)

Getting Warmer? Prehistoric Climate Can Help Forecast Future Changes

ScienceDaily (2008-11-25) -- New data on a prehistoric warm period allow for more accurate predictions of future climate and improved understanding of today's warming. Past warm periods provide real data on climate change and are natural laboratories for understanding the global climate system. Scientists examined fossils from 3.3 to 3.0 million years ago, known as the mid-Pliocene warm period. ... > read full article

Como se envelhece na Europa (de modo diferente, conforme os países)

Grow Old In Good Health: Vast Disparity Between European Countries

ScienceDaily (2008-11-26) -- Although life expectancy is constantly growing in the countries of the EU, living longer isn't always the same as living well, and knowing to what age someone will live in good health remains a different question altogether. ... > read full article

Acidificação dos oceanos

Ocean Growing More Acidic Faster Than Once Thought; Increasing Acidity Threatens Sea Life

ScienceDaily (2008-11-26) -- Scientists have documented that the ocean is growing more acidic faster than previously thought. In addition, they have found that the increasing acidity correlates with increasing levels of atmospheric carbon dioxide. The increasingly acidic water harms certain sea animals and could reduce the ocean's ability to absorb carbon dioxide. ... > read full article

Experiência (de blogue), mas o artigo merece ser lido

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A nova economia







"In part one, I suggested four principles that President-elect Obama’s economic team should follow as they create an economic recovery package. To sum up, America needs long-term investments in a new energy economy, with every dollar used strategically to solve several problems at once, including energy security, economic stability and a rapid reduction in greenhouse gas emissions."
"The question is whether the Congress and the American people will support a recovery package designed not just for short-term stimulus, but for long-term health. Obama hasn’t said how big his investment package will be, but there is speculation it could climb to as much as $700 billion. Here are some suggestions on how some of that money should be allocated."



27 de novembro de 2008

Mais sobre as alterações climáticas



  • A notícia fala da evolução (negativa) dos glaciares nos Himalaias. A importância do assunto prende-se com o facto dos glaciares serem a fonte do abastecimento de água para milhões de pessoas (estamos a falar da península hindustânica, mas a preocupação existe em outras partes do mundo como, por exemplo, nos Andes). Ler em Climate Progress » Blog Archive » Another climate impact comes faster than predicted: Himalayan glaciers “decapitated”: "If Naimona’nyi is characteristic of other glaciers in the region, alpine glacier meltwater surpluses are likely to shrink much faster than currently predicted with substantial consequences for approximately half a billion people."




Situação económica: o mapa do mundo

Figure 1: From visualization of OECD Economic Outlook 84 [link]. Blue is negative growth (for 2009), darkest blue is -9.335%; orange is positive growth, most orange is +9.335%. White is zero; gray is "no forecast".

- ver em Econbrowser: Synchronized Recession, Synchronized Stimulus? A nota faz a defesa da sincronização a nível mundial das medidas de política orçamental expansionistas - um bocado para o técnico. Segundo parece, a Chanceler alemã está-se nas tintas para estes conselhos.

Diversos sobre género








Deputados à escola!

Que interessante - eu estou totalmente a favor (e não estou a ser irónico): o Partido Conservador decidiu que os seus deputados tivessem lições sobre ciência como forma da tomada das suas posições políticas ser fundada na melhor evidência científica.
Penso que esta seria uma prática a ser seguida por todos os partidos políticos, no R.U, ou fora dele. No caso português, e regional, eu acrescentaria, no entanto, lições sobre aspectos básicos da economia (e continuo a não ser irónico).
Um dos motivos desta decisão reside no facto de "Though scientific challenges such as global warming, stem-cell research, pandemic flu and GM crops are becoming increasingly important political issues, Parliament and the Civil Service have long been dominated by people with backgrounds in the humanities, law and business".

26 de novembro de 2008

Leituras sobre diversos tópicos

Acumulei uma série excessiva de referências. Daí arrumá-las (parte delas) nesta nota, por tópicos, e com uma ou outra transcrição:


Aquecimento global
  • Not just a river in Egypt Gristmill: The environmental news blog Grist:
    "First is "strategic denial": someone may know very well that X is true, but deny it because denial'ss in their best interest. Think ExxonMobil.
    Second is "state of fear": when you are afraid something could be true, you deny the possibility. The radio story referenced women who don't check themselves for breast cancer -- not because they're not worried about it, but because they're terrified what they might find.
    Third is the "collapsing worldview": If X is true, then you're wrong about the world, and you'll have to reassess how you see things. If climate change is correct, those who believe the free market solves all problems will have their worldview shattered. Easier to just deny! "
    Ouvir, também, a este propósito: Denial near and far (9:45) PRI's The World.

Conjuntura económica (EUA e Europa)


  • FT.com / Columnists / Wolfgang Munchau - Double jeopardy for financial policymakers:
    "In the current turmoil, accidents can pull us in vastly different directions. The unforeseeable bankruptcy of Lehman Brothers, the US investment bank, transformed a lingering financial crisis into a near-systemic meltdown. Depending on how other unpredictable events turn out in the next few weeks and months, we could end up with a deflationary depression, an inflationary boom or even one followed by the other. In such an environment, economic forecasts are useless – worse than useless, in fact, because they give us a sense of certainty where there is none."

  • A reacção é, em si, instrutiva, mas remete para mais informação:
    "Mark Thoma has the rundown of informed reactions. A bailout was necessary — but this bailout is an outrage: a lousy deal for the taxpayers, no accountability for management, and just to make things perfect, quite possibly inadequate, so that Citi will be back for more. Amazing how much damage the lame ducks can do in the time remaining." (2008.11.27) Vejam, também, este artigo de Thomas Friedman: Op-Ed Columnist - All Fall Down - NYTimes.com.
Energia
E.U.A.

História (económica)

  • The Monkey Cage: The Real Great Depression:
    "Forget about the Great Depression. Writing in the current issue of the Chronicle of Higher Education, Scott Reynolds Nelson, a history professor at the College of William & Mary, argues that the depression of 1929 is the wrong model for the current economic crisis. A more appropriate model is the panic of 1873. Here’s why. Forget about the Great Depression. Writing in the current issue of the Chronicle of Higher Education, Scott Reynolds Nelson, a history professor at the College of William & Mary, argues that the depression of 1929 is the wrong model for the current economic crisis. A more appropriate model is the panic of 1873. Here’s why."



País

Política


A única crítica que pode ser assacada a Obama

Muito bom. Comenta o modo como Obama se tem comportado no entretanto, nas suas tarefas de Presidente eleito, e aponta o aspecto mais crítico dessa actuação. Vejam Jonathan Freeland: Obama's choice of a team of rivals says much about the president he will be Comment is free The Guardian.

25 de novembro de 2008

Prós e Contras: sobre a avaliação dos professores

Foi instrutivo.
Algumas coisas que retive:
  • Maria do Céu Roldão falou do tipo de socialização do trabalho dos professores até agora: tendencialmente "isolado" - penso que utilizou a expressão "individualista".
    Naturalmente, que existe o exemplo dos colegas, o trabalho por área científica, o modo como a Escola é conduzida, os regulamentos ... mas a experiência que tenho do ensino no secundário e universitário, aponta para o bem fundado da observação, e para a limitação dessas influências externas (da sua ineficácia) sobre o trabalho de cada professor, no sentido de, de modo objectivo e operacional, induzirem a correcção de prácticas, ou o seu aprofundamento e generalização, quando se revelarem boas. Essas influências só produzirão efeitos, na medida em que a matriz de actuação de cada professor o permitir.
    Dito de outra forma, o trabalho excelente de um professor excelente arrisca-se a não ter externalidades positivas sobre os seus colegas, e sobre a escola onde lecciona, para além do impacto directo da sua leccionação. Escola excelente poderá ser aquela que, por um conjunto de motivos laterais (localização, por exemplo) conseguiu fixar um corpo docente de qualidade individual elevada - abstração feita das outras condições que contribuem para essa qualidade.
  • Viu-se também nalgumas intervenções - infelizmente, poucas - como, apesar de tudo, a boa condução de uma escola pode influenciar não só a qualidade do seu projecto educativo; os objectivos que se propõe, como a maior, ou menor, facilidade em proceder, por exemplo, à implementação do processo de avaliação.
    Aliás, já se tinha percebido, que a autonomia concedida às escolas, na operacionalização dos dispositivos legais, teria conduzido - para além das dificuldades inerentes a esses mesmos dispositivos (em princípio, corrigidos agora pelo Ministério), ou da própria interpretação do Ministério (veja-se o que se diz no Expresso) - a dificuldades adicionais decorrentes de derivas securitárias e burocráticas - os protocolos de avaliação, conforme as escolas, variam muito em termos de páginas e do detalhe; os regulamentos dos alunos variam muito na interpretação do quadro legal e logo na regulamentação: caso do regulamento das faltas dos alunos.
  • Ficou claro, também, se houvesse dúvidas a esse respeito, a vontade estratégica deliberada, por parte dos sindicatos, de reverter algumas (espero, que não todas) das reformas deste Governo, na área do ensino público, utilizando como alavanca o modelo de avaliação - quando, o espírito deveria ser: se está mal corrige-se, mas não se suspende.
  • Não me surpreende nada, que existem sintomas de um ambiente conducente àquilo que foi designado de "pensamento único" - e isso, por diversos motivos, e por diversos canais de transmissão. Como dizia Pacheco Pereira - e só falando de alguns desses motivos -, na última Quadratura do Círculo, as reformas em países, como o nosso, dificilmente conseguem mobilizar forças endógenas para as apoiar; e as corporações defendem o status quo de forma estrénua.

Haveria mais para dizer. Um reparo, no entretanto: eu respeito muito esta equipa ministerial (e este Governo) e concordo, em princípio com a linha estratégica que seguiram - em princípio, porque se este processo falhar, impõe-se reflectir sobre o tipo de educação pública que é possível ter em Portugal, e aí tudo será diferente.

Tenho dúvidas, contudo, sobre a condução táctica e operacional do processo - Marçal Grilo, por exemplo, numa entrevista na televisão (SIC, se bem me recordo) deu a entender que neste aspecto as coisas não tinham corrido bem - e sobre a eficácia do modelo de avaliação face às necessidades do país, neste domínio.

Quanto muito, nesta estrutura do ensino público, este modelo de avaliação será o possível e o mínimo que pode ser introduzido, e aí, porventura, o seu pecado original e origem de todas as suas limitações.

Como é óbvio, também, um juízo de valor negativo sobre a condução táctica deste processo, obrigaria a alvitrar alternativas exequíveis dentro do quadro existente, respeitando sempre a necessidade da diferenciação dos professores e a não progressão automática na carreira (o regime de quotas é tão-somente um instrumento, de que, aliás, não gosto muito - deveria haver uma possibilidade regulamentar facultativa de o ultrapassar, logo que, quem a ela recorresse, pagasse o preço em termos de exigência e excelência) .

John Maynard Keynes: conselhos ao Presidente Roosevelt

Em 1933, John Maynard Keynes endereçava a Roosevelt uma carta aberta sobre a condução da política económica por parte da administração deste. O Guardian repescou-a. Podem lê-la, na totalidade, aqui: John Maynard Keynes: Economic advice for America's president Comment is free guardian.co.uk.

Aquilo que a carta diz, em muitos aspectos, antecipa algumas das conclusões principais do livro que Keynes publica em finais de 1935, A Teoria Geral do Emprego, Juro, e Moeda - a fundação teórica do denominado Keynesianismo. Só por isso a carta mereceria ser lida (só por economistas? Keynes nunca foi fácil de ler, nem mesmo por economistas). No entanto, o seu interesse assenta em mais aspectos: na sua actualidade - olhe-se para as recomendações finais -, e em chamadas de atenção que podem ser úteis em outros contextos, ou que lembram cuidados a ter na concretização dos programas públicos - gostei particularmente destas duas:
  1. "You are engaged on a double task, recovery and reform - recovery from the slump and the passage of those business and social reforms which are long overdue. For the first, speed and quick results are essential. The second may be urgent too; but haste will be injurious, and wisdom of long-range purpose is more necessary than immediate achievement. It will be through raising high the prestige of your administration by success in short-range recovery, that you will have the driving force to accomplish long-range reform. "
  2. "Our own experience has shown how difficult it is to improvise useful loan-expenditures at short notice. There are many obstacle to be patiently overcome, if waste, inefficiency and corruption are to be avoided. .... "

Astronomy Picture of the Day - 25 de Novembro: Meteoro sobre o Canadá

Fireball Over Edmonton
Explanation: What if you're driving down the street and an object from space shoots across the sky right in front of you? Such was the case last week for many people in south central Canada. Specifically, an extremely bright fireball, presumably a desk-sized meteor from deep space, flashed across the sky just after sunset on 2008 November 20. The bright fireball was recorded on many images and movies, including the spectacular video shown above that was captured by a dashboard camera of a police cruiser in Edmonton, Alberta, Canada. Because at least two streaks appear to be visible, the falling object likely broke up into pieces as it fell deep into Earth's atmosphere. By triangulating fireball images from several simultaneously recorded sources, astronomers hope to find an approximate orbit from whence the object came, as well as the likely place(s) on Earth where large pieces would have impacted, were they to have survived reentry. In the best case scenario, pieces would be recovered from a known deep space comet or asteroid, giving humanity an unprecedented look at an ancient object that likely holds clues to the early years of our Earth and the Solar System.
- ver e ler em Astronomy Picture of the Day, NASA (Arquivo, 25 de Novembro de 2008) e Global Television Edmonton, YouTube.

24 de novembro de 2008

Sobre os construtores de automóveis nos EUA

O possível colapso dos grandes construtores de automóveis dos EUA deve-se, além dos efeitos decorrentes da crise, a um outro, e largo, conjunto de factores. Esta nota Car crash Gristmill: The environmental news blog Grist discute a responsabilidade dos reguladores neste estado de coisas.
Uma pequena transcrição que fala por si:

"The pattern for the Bush administration has been to ignore science and economics to pursue an ideologically driven antiregulatory agenda. The result is an auto industry in collapse, a financial system in near ruin, irreversible delay on climate change, and a host of small risks that have been swept under the rug."

Correia de Campos sobre Manuel Alegre

António Correia de Campos comenta a entrevista de Manuel Alegre, e explana o que deveria esperar-se do mesmo. Penso que espera demasiado, e penso que não haverá tanto ingenuidade como isso na sua trajectória recente.

Podem ver o artigo completo em A entrevista - DiarioEconomico.com.

Transcrevo a parte final do artigo:
  • "A pessoa de Alegre é incontornável, o que lhe acarreta imensas responsabilidades. Pede-se-lhe análise objectiva, não apenas comentário de conjuntura; solidez de argumentos, não apenas posicionamentos; alternativas, não apenas críticas; perspectiva estratégica, não apenas referência a esperanças de mudança; política de alianças para a governabilidade, não apenas simpatias de circunstância; postura construtiva, não apenas capital de queixa. Surpreende a ausência de qualquer posição estruturada sobre as políticas públicas de natureza social, levando a recear que prefira o imobilismo. Defende o controlo das contas públicas, mas não parece aceitar que ele só foi possível com ganhos de eficiência e esforço de sustentabilidade na saúde, na educação, na fiscalidade, na segurança social, na administração pública. Ao primeiro rugir das corporações ou dos interesses, Alegre coloca-se contra as reformas, sem entender a ligação inversa entre ambas. Ignora as escolhas que é necessário fazer todos os dias, entre manter tudo como estava, ineficaz, ineficiente, dispendioso, sem qualidade nem futuro, ou escolher o árduo caminho dos cortes na gordura, da reorientação do gasto, da prevalência do interesse público sobre o interesse de pessoas, grupos, profissões ou corporações.
    Alegre necessitaria do triplo do orçamento para governar. Assim todos seriam felizes, embora o país se projectasse na falência.
    Mas o que mais surpreende num político com a sua história e experiência é a ingenuidade com que se dispõe a pactuar com parceiros que nunca pretenderão governar, formatados para criticar, corroer, maldizer e impedir um governo à esquerda. De resto, reduz tudo a uma só aliança, com o BE. Entenderá Alegre, que pode aspirar a nova candidatura à Presidência, só com o BE, os independentes dos blogues, o PC a engolir mais um sapo, o PS por arrasto, a completar a aritmética de maioria? Com parceiros que se servirão dele como megafone do protesto, descartando-o, depois, por falta de pilhas?"

23 de novembro de 2008

Leituras sobre a conjuntura (III)

Algumas leituras de hoje sobre a situação económica:





Marcelo Rebelo de Sousa e o juízo da arrogância

Marcelo Rebelo de Sousa martela, desde à muito, a tecla da arrogância do primeiro-ministro e de alguns membros do seu governo. Irrita-me a insistência, e questiono-me se sobre a bondade da atitude: uma coisa é o uso do substantivo como juízo de valor (verdadeiro ou falso, e em todo o caso, legítimo) de uma dada actuação; outra, a deliberada tentativa de colá-lo, junto da opinião pública, como atributo de um dado conjunto de pessoas, independentemente, da sua verificação objectiva e/ou assunção subjectiva.
A imagem que a Ministra da Educação tem passado não é de arrogância, mas de convicção.
Mas se a convicção é prova, ou indício de arrogância, então, inquestionavelmente, pessoas como Sá Carneiro, Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite, ... foram ou são arrogantes - eu, no entanto, nunca os considerei como tal, mas devo integrar aquele conjunto da população que é atraída pelo autoritarismo (a parte sublinhada deve ser entendida como ironia - :) ).

Lido no Expresso

Não acabei ainda a leitura do Expresso, mas destaco dois apontamentos do caderno de Economia:
    1. Como referência, como elemento de reflexão, na secção Notas da Católica, o artigo Avaliação das Quotas.
    2. Parte da entrevista com João Talone - aquela onde refere as suas preocupações com o "governo da Europa" no contexto da crise mundial: o Tratado de Lisboa não ter sido sufragado; "... acelera [a Europa] a integração e a centralização da decisão política"; "Apesar da situação macroeconómica europeia ser mais favorável e equilibrada que a dos EUA. Apesar disso tudo, o mundo prefere apostar nos EUA e no dólar, porque não acreditam no modelo de governo da Europa, que tem um risco implícito".

22 de novembro de 2008

A importância da pequena delinquência

A tese é conhecida: o mau comportamento cívico e a pequena delinquência originam problemas sérios em seguida, donde deverem ser atalhados:
"A PLACE that is covered in graffiti and festooned with rubbish makes people feel uneasy. And with good reason, according to a group of researchers in the Netherlands. Kees Keizer and his colleagues at the University of Groningen deliberately created such settings as a part of a series of experiments designed to discover if signs of vandalism, litter and low-level lawbreaking could change the way people behave. They found that they could, by a lot: doubling the number who are prepared to litter and steal."

Leituras sobre a conjuntura (II)





Sobre a conjuntura e lidas também hoje (os gráficos dizem respeito à economia norte-americana, e foram retiradas da última referência):




Leituras sobre a conjuntura

Sobre a situação económica e lidas hoje:


Transição nos EUA

Obama está a estruturar a futura administração - nomeadamente, são conhecidos os elementos que integram a sua equipa económica, e é apontada Hillary Clinton como futura Secretária de Estado. Como é de esperar, algumas dessas escolhas são contestadas, mesmo dentro do campo dos apoiantes de Obama: no caso da equipa económica, no entanto, a opinião dos economistas liberais (de esquerda: Krugman, Reich, Brad DeLong, ...) e não só, é de elogio. As referências indicadas abaixo, exemplificam essas diferentes opiniões. A nota de Reich fala também da liderança de Obama durante este período, no que respeita às questões económicas, e do que deve ser feito.







Contra as escolhas



















A favor das escolhas









Aquecimento global: Hansen faz sugestões a Obama

Esta nota Fresh Climate and Energy Advice for Obama - Dot Earth Blog - NYTimes.com dá informação de (algumas) movimentações para influenciar/informar/sugerir a Administração Obama no respeitante à articulação eficiência energética-aquecimento global, mas o que me leva a referenciá-la aqui é o facto de referenciar o documento que Hansen irá enviar a Obama: "... James E. Hansen of NASA, in a fresh pdf, “Tell Barack Obama the Truth – The Whole Truth,” posted on his Columbia University Web site."

O documento relembra, em traços largos, o que está em jogo; discute o contributo de diversas alternativas energéticas (muito interessante, o que diz sobre a nuclear) e faz sugestões de política: recomendo, vivamente, a sua leitura.

Lisboa na Astronomy Picture of the Day

Ver em Astronomy Picture of the Day, NASA (Arquivo, 22 de Novembro de 2008), um panorama fotográfico - é mesmo panorama, porque a fotografia é um compósito de outras 17, e por isso não a reproduzo aqui - de Lisboa, da ponte Vasco da Gama, de Almada, da foz do Tejo...
Merece ser visto.

Mais preocupações (EUA, 2009)

"Calculated Risk: Goldman Slashes GDP forecast: From Bloomberg: Goldman Slashes
U.S. Growth Forecasts, Says Recession Deepens: In a research note released this
morning, Goldman Sachs slashed their Q4 GDP forecast from a decline of 3.5%, to
a decline of 5% in Q4 (at an annual rate). They are now forecasting unemployment
will reach 9% by Q4 2009. They are also forecasting (not in Bloomberg article)
that unemployment will rise to 6.8% in November with 350,000 in reported job
losses.


This isn't quite the 'just awful' scenario, but it is pretty close."
- lido em Grasping Reality with Both Hands: The Semi-Daily Journal of Economist Brad DeLong: The Recession Deepens.

Preocupações

Krugman continua muito preocupado, e nomeadamente com o interregno no exercício do poder executivo - existem precedentes históricos muito maus. Ler em Economist's View: Paul Krugman: The Lame-Duck Economy.


No entretanto, daquele lado, como deste lado do oceano, o sistema financeiro não continua bem, ou talvez dito de outra forma, não estará a cumprir devidamente o seu papel. Veja-se esta descrição da situação:

FT.com Willem Buiter’s Maverecon Re-lend it or lose it:

"In Slovenia I have been told that the banks are both solvent and liquid. I have no way to verify the solvency claim. Based on my observations of the universal ’bankers’ Dance of the Seven Veils’ - where a deeper financial hole is revealed every time a veil is dropped - my benchmark position is that there is no such thing as a ’stand-alone’ solvent cross-border bank in the north Atlantic area any longer.

All those that keep their head above water do so because of the explicit or implicit financial support of the state, which now has effectively underwritten their balance sheet. But given the capital injections, guarantees and other forms of financial support extended by the state, a lot of banks are liquid and capable of lending. They refuse to do so.

Where just a year and a half ago, hubris, recklessness, overconfidence and rampant optimism ruled, we now have fear bordering on panic, total lack of confidence, timidity and pessimism verging on institutional clinical depression. The loan officers are brow-beaten and rendered impotent by internal risk controllers. The bean counters are in charge. ‘What you don’t lend, you can’t lose’ is the new micro-prudential ethic.

The macroeconomic consequences of this lending paralysis are potentially disastrous. It could turn a global recession into a global depression, with many years of stagnation and cumulative declines of GDP of 10 percent or more."

20 de novembro de 2008

Educação: o momento (III)





  1. Respeito muito esta Ministra da Educação.

    Vi a entrevista de hoje, na RTP1, e gostei da argumentação, da justificação das medidas tomadas e da explicação da metodologia de actuação. O facto de recuar naqueles aspectos, sendo justificado em termos substantivos - é sempre bom corrigir o que está errado -, representa um bom passo táctico na defesa do que é essencial no processo, já que, nomeadamente, permitirá (possivelmente) uma descolagem da opinião pública da razoabilidade da argumentação contrária: se o Governo não pode ignorar a dimensão das manifestações, os sindicatos não podem ignorar o impacto de tudo isto na opinião pública, que interiorizou, de modo definitivo, a necessidade da avaliação - penso ser essa a grande vitória do Governo neste processo: daí ninguém contestar (oficialmente) a avaliação.






  2. A opinião de Pedro Adão e Silva sobre este processo (ver aqui), mesmo discutível - como é que se poderia ter feito de modo diferente? - merece ser considerada. Note-se que eu considero, em tese, que poderia ser feito de modo diferente: não existem é os instrumentos políticos para tal (já escrevi sobre isto neste blogue, mas não consigo identificar a nota).






  3. No entretanto, aguardo com curiosidade as próximas sondagens.






  4. Depois de ver a entrevista, assisti à Quadratura do Círculo, e a parte relativa à discussão do problema da educação, como aliás sucedera na semana passada (ver aqui), foi muito boa. A parte da intervenção do Pacheco Pereira onde faz o juízo de realidade do que se passa merece a minha concordância; acompanho-o na preocupação quanto às consequências de uma eventual "derrota" da Ministra e constato a avaliação que faz do posicionamento do seu partido nesta questão; depois disse coisas não triviais mas merecendo qualificações, ou discordância: sobre o modo como correu o processo, como foi conduzido, das consequências políticas do recuo/correcção de hoje... Os outros intervenientes estiveram também muito bem e fizerem essas qualificações, ou manifestaram essas discordâncias (eu protesto colocar nesta nota - em P.S. - a ligação ao vídeo tão-depressa seja colocado na SIC on-line).















PS: Tenciono escrever mais sobre tudo isto, mais que não seja porque estão prometidas novidades, neste domínio, para a região.








19 de novembro de 2008

E lá vamos nós...

"NOAA’s National Climatic Data Center reports: Based on preliminary data, the globally averaged combined land and sea surface temperature was the second warmest on record for October and ninth warmest on record for the January-October year-to-date period."

"According to the National Snow and Ice Data Center, the October 2008 Northern Hemisphere sea ice extent, which is measured from passive microwave instruments onboard NOAA satellites, was the third least October sea ice extent on record, behind 2007 and 2006. Average ice extent during October 2008 was 8.4 million square kilometers, which is 9.5 percent below the 1979-2000 average. Sea ice extent for October has decreased at a rate of 5.4 percent per decade, since satellite records began in 1979."
- lido em Climate Progress » Blog Archive » NOAA: Second warmest October on record.

O momento do PSD





  1. Eu recordo-me de ver Manuela Ferreira Leite (MFL), na altura Ministra da Educação, num debate televisivo com dirigentes sindicais, a interpelá-los sobre a dificuldade (impossibilidade) de se acordar num modo de afastar os maus professores do ensino público. Depois, é claro, houve a sua posição sobre a necessidade de manter a avaliação dos professores, e depois houve o que se sabe.

    Teoricamente, a credibilidade de um partido seria fundada na sua actuação, quer no governo, quer na oposição. Não creio que isso seja assumido na prática política - espera-se subir ao poder, objectivamente, na base estrita dos erros e/ou erosão política dos outros (é aquilo que designo como a tese trivial do rotativismo). Essa convicção é, aliás, transformada em "lei", o que desobriga as oposições de um trabalho adequado e desculpa todo o tipo de tacticismos.

    Se a credibilidade de um partido depende da sua actuação na oposição, e se no caso do PSD é relevante para a sua afirmação eleitoral o posicionar-se como partido reformista, aquilo que tem vindo a suceder faria diminuir, de modo significativo, as suas hipóteses de vitória eleitoral em 2009, mesmo que essa vitória fosse tão-somente retirar a maioria absoluta ao PS. No entanto, talvez isso não seja relevante, e a "lei" venha mesmo a confirmar-se no próximo ano, mas, em todo o caso, a actuação do PSD dar-nos-ia sempre indicações de como iria actuar no Governo. E aí as notícias são más.

    O PSD alinhou-se mal, inábil e oportunisticamente, nas questões da educação. Poderia ter-se demarcado do Governo PS sem comprometer o estatuto, que reivindica, de partido reformista. O PSD tornou-se num vulgar "compagnon de route"... A desculpa invocada, da má qualidade do sistema de avaliação proposta, não colhe - toda a gente percebeu que a qualidade do sistema de avaliação é um mero (mas bom) expediente táctico para esterilizar todo o processo que começa com o novo Estatuto da Carreira Docente; nunca irá haver um sistema de avaliação excelente (existem dificuldades objectivas que o não permitem - ver aqui) e logo, nunca haverá um modelo de avaliação aceitável para todos os intervenientes no processo. Por outras palavras, qualquer que fosse, quer a qualidade da condução táctica do processo, quer a adequação, a qualidade, a justeza, de um novo modelo de avaliação proposto por um eventual futuro governo do PSD, ele ir-se-ia deparar com as mesmas dificuldades de concretização - a não ser que o que está em causa, seja o PSD considerar que a educação pública é irreformável, ou que não se justifica a diferenciação dos professores/fim da progressão automática na carreira/avaliação.

    A frase de MFL, se representa a expressão de uma reflexão (como dizia Luís Delgado na SIC) estruturada, é grave: é o reconhecimento (involuntário) da tese que a democracia está impossibilitada de resolver, pelo menos no curto prazo, dado tipo de problemas políticos - e sabe-se até onde essa convicção de impotência pode levar os países e os sistemas políticos, em situações de crise grave. Se a conclusão é a de não se poder reformar contra as corporações, há que reconhecer (como alguém disse na SIC Notícias) que não se consegue reformar em seu favor, pelo que vai dar tudo ao mesmo: em democracia não se pode fazer nada (o que não verdade no caso deste Governo, e no caso da educação: veja-se aqui).






  2. MFL demonstra, a contrario, que o desempenho político tem especificidades e requisitos para além da competência profissional e qualidades pessoais - os mais cínicos poderão questionar-se mesmo, até que ponto, essas características se poderão constituir como "handicaps" para esse desempenho (não os acompanho). Prova-se, agora, que havia boas razões para manter o silêncio - além da muito boa razão de não conhecer os dossiês (que segundo parece não havia no partido, como manda a boa prática dos partidos na oposição - os partidos do Governo também não os têm nas suas sedes: têm-nos na Administração e nos Gabinetes).

    Em todo o caso, um afloramento irritante da assunção do silêncio, por MFL, como instrumento de política - o silêncio pode sê-lo, na mão de gente hábil - é justificar a não apresentação de alternativas de política (e de políticas sectoriais), na base do argumento do Governo poder roubar, copiar, as propostas do seu partido...

    Não querendo ir atrás do Miguel Sousa Tavares na defesa de ser dever de cidadania apresentar tais soluções, mais que não fosse, porque o País precisa delas (já), tudo isto é irritante porque é pressuposto que os cidadãos acreditem haver uma dotação limitada de alternativas e de medidas ao dispor dos políticos; é irritante porque, a aceitar isso, o trabalho político da oposição se reduziria à mera apresentação de medidas alternativas concretas (já que só essas são susceptíveis de serem copiadas) - paradoxalmente, necessitando essas medidas de serem apresentadas como propostas de medidas legislativas, tal não seria possível, de acordo com o António Barreto (falando em defesa desta posição do PSD), na ausência da disponibilidade do aparelho administrativo do Estado. A oposição tem pois, de defender a dotação (fraca) de propostas alternativas que dispõe - não a pode malbarratar; tem de impedir a sua utilização pelo Governo -, mas aquilo que dispõe, noutra versão, não seria apresentável porque faltam os meios de operacionalizar essas propostas. Uma implicação desta tontaria toda é que a derrota nas eleições das oposições é duplamente dramática: primeiro, porque perdem as eleições; segundo, porque perdem o acervo de propostas alternativas que foram (lenta, cuidadosa e laboriosamente) arrecadando, para o Governo que continuará em funções: convenhamos, é desgraça em cima de desgraça.

    A apresentação de alternativas de governação não se limita a medidas concretas (essas sim, para aceitar a bondade do argumento, mais susceptíveis de serem copiadas), mas a tudo o mais, a nível de concepção estratégica e táctica das diferentes políticas sectoriais e do rumo que se pretende dar ao país. O argumento da possibilidade do roubo é uma desculpa excepcionalmente má para eximir a falta de trabalho técnico-político, por parte das oposições, no aprofundamento não só do que fariam se subissem ao poder mas do conhecimento que têm da realidade do país. Querem um exemplo (citado de memória)?: aquando da inauguração da ligação, por auto-estrada, Lagoa-Ribeira Grande, o PGRAA falou pela primeira vez (?) da importância da eficiência energética, nomeadamente no domínio dos transportes; o PSD criticou na base desse reconhecimento vir tarde - de acordo com a crítica, mas o certo é que o PSD (até onde me apercebo) não foi capaz de, a tempo, apontar a falha e de desenvolver uma alternativa estratégica (para o que não necessitava de apresentar os "planos da pólvora", detalhados ou não, susceptíveis de serem copiados).

    A aceitação da "lei" referida acima continua a ter efeitos preversos.

PS (2008.11.21): Esqueci-me de referir um artigo do Correia de Campos que vem a-propósito (ver aqui).











Transparência e legibilidade

"Quer dizer que teremos de rever e ampliar uma das grandes exigências políticas da sociedade civil nos últimos anos. Temos de concluir que a transparência não basta.

É transparência, mas não só: é legibilidade. Uma das primeiras coisas que FD Roosevelt fez, durante a grande depressão, foi usar um dos seus discursos na rádio para explicar como funcionava um banco. Depois desse discurso fechou os bancos durante uma semana para se percorrer os livros e entender qual era a situação real das suas contas. Isto é um exemplo de como é essencial em democracia ter acesso a informação que seja verídica, mas também: que faça sentido, que seja legível, e sobre a qual se possa agir em conjunto.

Temos de exigir que o desenho de informação esteja incluído em cada “objecto” disponível ao público."

- Lido em Desenho de informação at ruitavares.net. Devem ler o artigo todo.

18 de novembro de 2008

Má educação e impudência!

A actuação da jornalista Joana Latino da SIC na conferência de imprensa da Ministra da Educação, e transmitida pelo Jornal da Noite, primou pelo inconcebível (ver aqui).

Fiquei irritado com o que se passou, e ficaria irritado com quem quer que fosse a figura pública (ou privada) nessa situação.

Podem os EUA falir?

Não sou eu que faço a pergunta, mas um blogue sediado no The Economist: Could America default? Free exchange Economist.com. Pelos vistos a resposta é negativa, mas a negativa é uma negativa com algumas qualificações sérias. A leitura é instrutiva.



Com alguns economistas a recear a situação no Reino Unido (ver aqui), só faltava que a preocupação passasse para o outro lado do oceano. A crise - desculpem lá o mau geito por mais uma referência ao fenómeno - continua a assumir aspectos excessivamente interessantes.

As escolhas de Obama e o exemplo de Lincoln

A-propósito da possível escolha de Hillary Clinton para Secretária de Estado e doutros membros do gabinete de Obama - tudo à sombra tutelar de Lincoln - ler James Crabtree: President-elect Obama is modeling his presidency after Abraham Lincoln Comment is free guardian.co.uk. Muito interessante.

Obama sobre as alterações climáticas

Não consegui introduzir o vídeo nesta nota: vejam em Talking Points Memo What a Difference an Adult Makes. O TPM entitula a nota que introduz o vídeo (e a notícia): "A diferença que faz um adulto"...
PS (uma hora depois de colocar esta nota): consegui o vídeo!

Como foram construídas as Pirâmides do Egipto?

- ver e ler em Great Pyramid Mystery to Be Solved by Hidden Room?, National Geographic News.

17 de novembro de 2008

Um facto curioso da história dos descobrimentos

Interessante. Ver em 16th-Century Mapmaker Martin Waldseemueller's Intriguing Knowledge - washingtonpost.com notícia sobre as questões colocadas por um mapa de 1507, quanto ao conhecimento geográfico não-oficial existente na altura, e o papel dos portugueses nisso.

Pico do petróleo!



- tirado do Climate Progress » Blog Archive » Robert Hirsch: Peak-a-Boo, I don’t see you?. Não resisti à figura - a notícia não é relevante: constata a tontice (mais uma) de um colaborador de Bush.

A-propósito de sustentabilidade (na pesca)




PS: Isto ficou mais pequeno do que eu esperava - ficam aqui, de qualquer forma, como incentivo a inspeccionarem o artigo e os gráficos.

Gente previdente (II)

Outro exemplo (ver aqui) de um político que se preocupa com o futuro:



says that “California must begin now to adapt and build our
resiliency to coming climate changes through a thoughtful and sensible approach
with local, regional, state and federal government using the best available
science.” The order also requires state agencies that build new transportation
infrastructure, such as roads and bridges, to factor in rising sea levels in
their planning.


The executive order comes a day after the release of a report by a University of California
economist predicting that if the state fails to act, it could suffer tens of
billions of dollars in damage to its real estate, transportation systems and
industries from water, fire and other climate-driven catastrophes by the end of
the century.
Recado para o Senhor PGRAA:
Preste atenção (e já) a estas coisas e o modo como podem vir a reflectir-se na região: alterações climáticas; eficiência (de todo o tipo, mas em particular a eficiência energética); sustentabilidade (de todo o tipo) ...! Não são, em última instância, meras questões técnicas, podendo ser relegadas para um tratamento sectorial (por mais competente e empenhado que possa ser), mas sim políticas - da mais alta política, da consideração mais estratégica, transversais a tudo.
PS: A dúvida reside no daqui a quanto tempo irão incidir as consequências destas alterações. Mesmo que no longo prazo estejamos mortos, os nossos filhos ou os nossos netos estarão vivos, e a atenuação dessas consequências deveria ter começado há muito.














Do petróleo e de desperdícios

Bruno Faria Lopes lembra em Alívio enganador - DiarioEconomico.com a importância estratégica da evolução do preço do petróleo e os perigos associados à sua descida (aspecto já referido diversas vezes neste blogue - ver as notas sob a etiqueta energia).

Num aparte, no fim do seu artigo, chama a atenção para o seguinte: "... A economia portuguesa cumpriu o guião e estagnou por completo no terceiro trimestre. O primeiro-ministro promete “todo o investimento público que puder”. A Comissão Europeia lembra: em tempos de crise e de injecção massiva de dinheiro público na economia cresce e muito o risco de desperdício. Alguém está a ouvir em São Bento?"
Não se trata só de S.Bento ouvir - trata-se de muita gente ouvir, no Continente e nas Regiões Autónomas, nos Governos e nas Oposições, ... .

Referência ao "Notas"

Pedro Arruda faz uma referência simpática a este blogue, numa entrevista (interessante) que lhe foi feita hoje pelo Açoriano Oriental, no quinto aniversário do blogue :Ilhas, de que foi um dos co-fundadores. Agradeço-lhe a lembrança.

16 de novembro de 2008

(Algumas) das razões do declínio do partido republicano

Do Economist: lido agora mesmo: The decline of the Republican Party Ship of fools The Economist. Fala da importância, que acabou por ter nas eleições, a deriva anti-intelectual do Partido Republicano, referida neste blogue mais de uma vez.
Isto pode ser lido como representando, ou reproduzindo, em alguma medida, a situação noutras paragens - da importância de mobilizar (de diversos modos) dados sectores da população, ainda que minoritários, da área universitária, artística, ... como elemento importante (determinante?) de uma estratégia política vitoriosa (isso sucedeu nos Açores, com Carlos César; coisa que o PSD não {ou nunca} percebeu de todo).

A entrada no Euro como solução dos problemas financeiros do Reino Unido

Já se tinha falado sobre a situação preocupante do Reino Unido, e da possibilidade - espantosa - do Reino Unido se ver confrontado com uma situação à islandesa (ver aqui e aqui).
Nesta nota Will hutton: It might be politically toxic - but we must join the euro now Comment is free The Observer defende-se que a solução é o Reino Unido entrar para o Euro - o problema é a dificuldade política resultante do impacto da propaganda anti-europeia, feita ao longo dos anos, na percepção que os cidadãos britânicos têm do assunto.
PS: The Economist lembra que não são só rosas com o Euro: No safe haven in the euro No room in the ark The Economist.

Leitura do Expresso desta semana

Comprei o Expresso esta semana, algo que não faço regularmente - leio-o, a maior parte das vezes de modo muito expedito (a culpa será minha e não do jornal). Comprei-o devido à entrevista da Ministra da Educação. Fiz bem.
Sobre a situação actual na educação, diversos artigos de que gostei muito. Em primeiro lugar, do editorial - talvez, o que esteja em jogo, seja em última instância, a própria estrutura de organização do sistema educativo nacional; do artigo do Miguel Sousa Tavares, "Só restarão vencidos"; do artigo de Fernando Madrinha, "Quem mais ordena" e, ao lado da entrevista à Ministra, o apontamento "Pontos da polémica explicados à lupa".
Sobre a polémica da actuação do Banco Portugal, a nota de Nicolau Santos, "A irresponsabilidade e o ódio contra Vítor Constâncio" é esclarecedora, como o é apontamento "Denúncia a quanto obrigas". A este propósito, não posso deixar de contar o seguinte: Um conhecido meu, economista, do programa de mestrado da FEUNL, foi contratado pelo banco X; uns anos depois referia-me, rindo, que o Banco de Portugal não tinha meios, nem "expertise", para não ser levado pela banca quando esta queria fugir com o bico ao prego... Vê-se.
Ainda outro artigo a merecer a minha adesão e relativo ao modo como Portugal (não) discute política, de Sofia Galvão, "Portugal: ser ou não ser?" - faz uma análise amarga, mas que colhe a realidade - fica para referência futura.
A terminar: de acordo com Nicolau Santos, Manuela Ferreira Leite (MFL) esteve bem na questão do Banco de Portugal; de acordo com Miguel Sousa Tavares esteve mal na questão da avaliação dos professores. Estou de acordo com os dois - e fica para outra nota, a crítica à posição peregrina de MFL de não poder apresentar alternativas às diversas políticas sectoriais promovidas pelo Governo para não ser expropriada (política, operacional e intelectualmente?) das mesmas por Sócrates.

Uma chamada de atenção

Para quem gosta de Ficção Científica, mas não só, leiam o que se diz nesta nota: Centauri Dreams » Blog Archive » Science Fiction: Future Past: "“As well as a mere storytelling device, science fiction often articulates our present-day concerns and anxieties - paradoxically, it is often about the here and now rather than the future."

15 de novembro de 2008

Mais algumas sobre a conjuntura económica

Diversas notas e artigos sobre a conjuntura económica e financeira:





































PS (2008.11.16): Mais esta sobre as perspectivas económicas na China: China's stimulus package Reflating the dragon The Economist.

Histórias com piada

Duas pequenas histórias da História, não correlacionadas, juntas por coincidência, mas com piada, e com a moral que lhe quiserem dar:
  1. "I am going to hang Saakashvili by the balls," Putin told Sarkozy, referring to Georgian President Mikheil Saakashvili. Mr Sarkozy responded: "Hang him?" "Why not? The Americans hanged Saddam Hussein," said Mr Putin. Mr Sarkozy replied, using the familiar "tu": "Yes but do you want to end up like [President] Bush?" Mr Putin was briefly lost for words, then replied: "Ah, you have scored a point there."
    From Rebecca at FP Passport e lido em Chris Blattman's Blog: Sarkozy stops Putin in his tracks
  2. 'There was a little known Russian émigré, Trotsky by name, who during World
    "War I was in the habit of playing chess in Vienna's Café Central every evening,' Bealer and Weinberg write.... A typical Russian refugee, who talked too much but seemed... a pathetic figure.... One day in 1917 an official of the Austrian Foreign Ministry rushed into the minister's room, panting and excited, and told his chief, 'Your excellency... Your excellency... Revolution has broken out in Russia.' The minister, less excitable and less credulous than his official, rejected such a wild claim and retorted calmly, 'Go away... Russia is not a land where revolutions break out. Besides, who on earth would make a revolution in Russia? Perhaps Herr Trotsky from the Café Central?' The minister should have known better. Give a man enough coffee and he's capable of anything."
    Grasping Reality with Both Hands: The Semi-Daily Journal of Economist Brad DeLong: Mit Schlag: "gladwell dot com - java man.

14 de novembro de 2008

The Daily Show - Obama and Hitler

- ver em Obama and Hitler - The Daily Show - NewsCloud.com.

The Daily Show - "Baracknophobia"

- ver em Baracknophobia - The Daily Show - NewsCloud.com

O novo governo dos Açores

Interessante, como interessante promete ser este novo (e último) mandato de Carlos César, e isso pelos mais diversos motivos: (que me lembre agora) a conjuntura económica europeia e mundial; a necessidade de se lançar as bases da resposta da região a um conjunto de problemas que se perfilam no horizonte do médio e longo prazo; a sucessão do próprio e de como tudo isso joga com a problemática do soi-disant "fim de ciclo PS" (sobre este último tópico ver aqui).
Das coisas interessantes careadas por este novo Governo, a mais interessante e significativa é a escolha de Vasco Cordeiro para a Economia - quer a Vice-Presidência, quer a Economia, serão os sectores da governação mais em causa por aquilo que se passar na área da conjuntura económica externa à Região, e por isso a credibilidade do futuro candidato do PS à Presidência do Governo, em 2012, irá ser alicerçada (de modo definitivo) neste mandato e, numa daquelas pastas - não acredito muito que Carlos César opte por soluções de transição ou por outras soluções.
O PSD já argumenta com o facto de Vasco Cordeiro ser advogado. Não tenho problema com o facto, como não tive com o facto de Duarte Ponte não ser economista: a porca não torce o rabo aí. O que é preciso é que Vasco Cordeiro transporte para o desempenho do cargo as boas qualidades que os bons e grandes advogados (conheci alguns na minha passagem pelos sindicatos) assumem na sua prática; será mau, no entanto, que de perto ou de longe, a sua actuação se enquadre na apreciação cáustica que o economista britânico Willem Buiter faz dos advogados enquanto práticos de economia (ver aqui e aqui); e/ou que essa actuação não adquira a necessária (e imperiosa) profundidade de campo: só para dar um exemplo: no caso da energia; e/ou a actuação seja (excessivamente) instrumentalizada em relação aos objectivos de 2012.
Naturalmente, existem outros motivos de interesse neste novo Governo - talvez venha a falar deles.

Educação: o momento (II)

Gostei muito do que foi dito na Quadratura do Círculo, pelo António Costa e pelo Lobo Xavier, sobre o processo de avaliação dos professores - podem ver e ouvir o programa aqui. Quero voltar ao assunto.

13 de novembro de 2008

Reino Unido: a sua situação económica e financeira

As duas referências que aqui se adiantam dizem respeito à situação económica e financeira do Reino Unido, e ambas discutem nomeadamente as vantagens e desvantagens do país não estar na Zona Euro.


Esta primeira nota: FT.com Willem Buiter’s Maverecon How likely is a sterling crisis, or is London really Reykjavik-on-Thames? é particularmente longa, técnica - é para economistas, e mesmo para estes (pelo menos para mim) não é de digestão fácil - e preocupante: vejam como começa: "With the pound sterling dropping like a stone against most other currencies and long-term interest rates on UK sovereign debt beginning to edge up, this is a good time to revisit a suggestion I made earlier on a number of occasions (e.g. here, here and here), that there is a non-trivial risk of the UK becoming the next Iceland."
A outra nota: FT.com / Columnists / Martin Wolf - What Britain’s authorities must do faz também transparecer um nível significativo de preocupação e discorda do juízo que a situação teria sido melhor enfrentada estando o Reino Unido no Euro.
A impressão com que fico é que os problemas inventariados na primeira nota não estão devidamente cobertos na segunda - o combate poderá ter de ser travado num campo de batalha diferente daquele que Martin Wolf prevê, e nesse campo de batalha, o estar o RU fora do Euro poderá fazer a diferença. Repito a ressalva: neste caso eu estou em "águas profundas".
Ficam aqui para futura reflexão.

A primeira fotografia de planetas extra-solares


"“Every extrasolar planet detected so far has been a wobble on a graph. These are the first pictures of an entire system. We’ve been trying to image planets for eight years with no luck and now we have pictures of three planets at once.”"

- lido em Centauri Dreams » Blog Archive » Exoplanet Images: Two Observational Coups

Reacções (V)

Uma discussão interessante, mas que tenho acompanhado de longe (nota para mim próprio: não posso, não devo, acompanhar tudo que acho interessante) é a de, até que ponto, a eleição de Obama representa a evidência de que a sociedade norte-americana (já) não se caracteriza por ser de centro-direita e conservadora. Essa discussão vai acesa.




Juntei nesta nota um conjunto de notas e informações que, de um modo ou outro, trazem alguma luz a essa questão:






PS: E ainda este: Link exchange Free exchange Economist.com: "It keeps going and going. America is just getting furiouser and furiouser at the corporate world."

Reacções (VI): Obama não é uma "pomba"; é um "falcão" mais inteligente

Convivo muito bem com aquilo que é dito neste artigo: Jonathan Freedland: The president-elect is not a dove - he is just a much smarter hawk Comment is free The Guardian. Aliás ecoa algo já dito aqui.

Gente (ideologicamente) cega

"As I noted here, a large number of Republicans have effectively tuned out scientists. The percentage of Democrats who say (correctly) the effects of global warming have already begun has risen steadily in the past decade from 52 percent to 76 percent. But for Republicans there has been a drop from 48 percent to 42 percent -- even though over the exact same time period, the percentage of Republicans who say that 'most scientists believe global warming is occurring' has risen from 52 percent to 54 percent! In short, a significant and growing number of Republicans -- 1 in 8 as of 2008 -- simply don't believe what they know most scientists believe."






- Ler em "Now even a smart kid can dream of being president Gristmill: The environmental news blog Grist. A nota merece ser lida para além desta transcrição - fala-se de Obama; do anti-intelectualismo e anti-ciência nos EUA, promovidos e alimentados pelo partido republicano (há mais sobre isto sob a etiqueta EUA - ver aqui por exemplo).



Gente previdente

Um exemplo de um político que se preocupa com o futuro:

"The president-elect of the Maldives, a nation of 1,200 low islands in the Indian Ocean, is planning to establish an investment fund with some of its earnings from tourism so it can buy a haven for its citizens should global warming raise sea levels at a dangerous pace, according to several news reports."

12 de novembro de 2008

O lado bom da crise e outras coisas - a classe política açoriana fala do que aí vem...

2009 e, muito possivelmente, 2010 serão anos de recessão económica a nível mundial. A questão é a de saber como tal facto se irá reflectir na Região. A classe política regional já começou a falar do assunto:















    1. O VPGRA constata (AO, 10 de Novembro) que numa crise existem preços que descem - a taxa de juro, o dos combustíveis, o das matérias primas, .... É verdade, como é verdade que isso " se traduzirá num alívio para a generalidade das famílias", ficando implícita articulação com a outra parte do discurso: que a actividade do governo tenderá a obviar às consequências negativas que a crise poderá trazer ao rendimento das mesmas famílias. É um discurso difícil - necessidade de uma gestão cuidadosa das expectativas - mas teria escrito as coisas de modo diferente (com a ressalva de estar a ler a notícia do jornal: o título é desastroso).






    2. O PGRA, na campanha, referiu-se diversas vezes à crise. Se bem me recordo, não de modo feliz na primeira vez (primeiras vezes?), mas rectificando depois o discurso para: 'as políticas que nós implementamos defendem os Açores' - melhor, mas discutível do ponto de vista técnico: a grande defesa é o nível elevado, relativo e absoluto, da despesa pública (despesa+investimento) na região. Esperemos que a situação não venha a demonstrar o disparate que foi o desagravamento fiscal, embora, no limite, pensarão alguns, acabe por se traduzir só em mais ou menos endividamento da região.






    3. A PCMPD (AO, 2008.11.09) defende "plano de combate à crise quanto antes" - muito bem, até mais ver - e que uma das medidas passará pela "despenalização fiscal" - muito mal, e poderá ser péssimo se a proposta cumprir com o figurino proposto pelo PSD antes das eleições (ver aqui).












Como futuras referências para a discussão do que deverá ser feito se a situação nos Açores venha a merecer tratamento excepcional (naturalmente, o TPC é ver o que se pode respigar com aplicação à especificidade dos Açores):







PS (2008.11.13): Ver em FT.com / Europe - EU urged to accelerate reforms: "However, Mr Almunia held out little hope of a short-term economic recovery. “Any optimism that the global economy might avoid a severe slowdown has now evaporated. It is clear that 2009 and even 2010 will be difficult years,” he said."

PS (2008.11.17): Reflectindo melhor - e depois de ler algumas coisas - é possível apresentar um caso para o desagravamento fiscal como resposta a uma situação económica depressiva, assente na necessidade de ter rapidez na produção dos efeitos pretendidos. Como é óbvio a eficácia da medida dependerá do seu figurino. Em todo o caso, no caso dos Açores, continua sob julgamento a melhor maneira de usar a política orçamental numa situação parecida, com o desagravamento fiscal (ainda que com o melhor figurino) a não me merecer confiança - é claro que o tipo de desagravamento fiscal proposto pelo PSD antes das eleições: diminuição uniforme na taxa de imposição, não tem sentido.