30 de maio de 2016

Ideologia neoliberal e a ideologia anti-neoliberal

Não gosto que no meio de um argumento, onde eu seja uma das partes, surja o recurso ao "neoliberalismo" - como sou economista, isso assume, objetivamente, o caráter de um epíteto, de um insulto, de castigo por aquilo que eu penso de menos alinhado em relação à conventional wisdom da esquerda alinhada com a geringonça - é assim que me sinto; não dou parte do sentimento, mas ele aí está, como está a irritação com o que isso revela de estreiteza de visão e de falta de conhecimento. E estreiteza de visão e falta de conhecimento estão associadas a tomadas de posição ideológicas primárias. E na verdade, acontece, se existe uma ideologia neoliberal, existe, igualmente, uma ideologia anti-neoliberal. 

Um exemplo ilustra bem as duas linhas - o da denominada austeridade. Um economista inglês, de esquerda, anti-austeritário, há muito pouco tempo, lembrava que austeridade não é um programa de política económica, mas a consequência de uma política económica, corretamente, denominada de consolidação orçamental - essa política, em dados momentos e em dadas circunstâncias, tem de ser aplicada, embora com o resultado desagradável da austeridade. O que faz deste economista, de esquerda, um anti-austeritário, é que ele considera que a conjuntura económica mundial exigiria, neste momento, um programa de política económico, que vamos designar, para simplificar, de keynesiano, de estímulo orçamental, e que o esforço de consolidação orçamental, só deveria ocorrer, muito depois, noutra conjuntura, com a economia mundial a singrar, normalmente, fora do buraco. Na sua leitura (e de muitos economistas, incluindo, este vosso criado), os EUA, o Reino Unido, a Alemanha, etc., seguiram, e seguem, políticas de consolidação orçamental, a destempo e inapropriadas (no caso dos EUA, de modo mais específico, e menos direto). A razão para que isso tenha vindo a suceder, desdobra-se num conjunto alargado de causas, mas a ideologia neoliberal (e a sua variante alemão, o ordoliberalismo) fornece grande parte do acicate, da defesa teórica e da validação da linha seguida.

No entretanto, o mesmo economista, de esquerda, anti-austeritário (e todos os outros, incluindo, este vosso criado) excetua da sua reprovação da política económica seguida, generalizadamente, os países da periferia sul da Europa que terão de continuar o seu programa de consolidação orçamental pelo facto de pertencerem a uma união monetária, e só por essa via serem capazes de readquirem competitividade. É óbvio que esse esforço, com consequências austeritárias, seria atenuado se os países que o podem fazer, nomeadamente, a Alemanha, fizessem a tal política a contrário, uma política expansionista. Aqui haveria, numa análise mais fina, haveria lugar a muitas qualificações (por exemplo, eu não duvido que uma política de consolidação orçamental teria sido necessária, face à situação a que se chegou, mesmo que não estivéssemos na UEM - isto é a política de desvalorização nominal podendo dar uma ajuda, nunca seria só por si suficiente). Negar esta necessidade, é um exemplo da ideologia económica dominante em Portugal, nesta conjuntura política, a ideologia anti-neoliberal, que é restringida nos seus potenciais efeitos desastrosos pelos compromissos europeus.

O que se segue, é o exemplo da prevalência dessa ideologia, na ausência de quaisquer entraves: é o caso da Venezuela, mas poderiam ser chamados à colação muitos outros exemplos

Declaração de interesse: ... e para que não haja dúvidas, porque sou um economista assim-assim, sabendo com alguma precisão o muito que não sei sobre a área de conhecimento em causa , não sou, ideologicamente, nem neoliberal nem anti-neoliberal - não que não esteja em curso um projeto para saber os contornos e a designação da minha ideologia: o trabalho começou há muitas décadas, e não promete estar concluído nas próximas quarto décadas (desconfio que seria necessário mais tempo).

28 de maio de 2016

Uma nota biográfica sobre Dani Rodrik

Os meus conhecidos e amigos que são muito críticos (isso é uma descrição que peca por defeito) dos usos e costumes da economia atual, da globalização e da liberalização do movimento dos capitais, e do modo como a economia (aqui, na aceção do ramo de conhecimento) analisa e interpreta tudo isso, achariam interessante a leitura da nota biográfica (elogiosa), junta abaixo, do economista Dani Rodrik, feita, curiosamente, numa revista conceituada do FMI. Curiosamente, porque Dani Rodrik foi ao longo das últimas décadas, um dos críticos mais claros, consistentes e eficazes, da prática da organização e da "economics conventional wisdom" sobre os itens elencados acima. Estou a ler o livro dele referenciado no último parágrafo - já coloquei aqui algo desse livro, sobre modelos.

Weekend Reading: Prakash Loungani on the Extremely Wise Dani Rodrik: Rebel with a Cause

27 de maio de 2016

Não quero revoluções nem na China, nem nos EUA, e não é porque seja velho

Sou dos que têm um enorme relutância em prever uma qualquer crise chinesa na base da conventional wisdom assente nas más e definitivas notícias económicas, neste ou naquele indicador económico, e nas cidades construídas de raiz e desertas, e coisas quejandas - o futuro é Terra incognita e, principalmente, quando se trata de um país com a dimensão, a resiliência (económica) e a complexidade da China. Ao nível político, aí, as coisas fiam mais fino, e o que nos diz o texto abaixo (via Brad DeLong) é significativo, e por aqui pode passar a mudança de fase - no entanto,  a apostar, daria ainda ao regime chinês, e ao atual líder, mais uma ou outra década.

Andrew J. Nathan: Who Is Xi Jinping?: "Xi Jinping’s respect for Mao is not a personal eccentricity...

...It is shared by many of the hereditary Communist aristocrats who... form most of China’s top leadership today as well as a large section of its business elite..... Contrary to the Western consensus that Deng saved the system after Mao nearly wrecked it, Xi and many other red aristocrats feel that it was Deng who came close to destroying Mao’s legacy.... The children of the founding elite see themselves as the inheritors of... a vast world that their fathers conquered under Mao’s leadership. Their parents came from poor rural villages and rose to rule an empire. The second generation... do not propose to be the generation that ‘loses the empire.’... They see no irony in cheering Xi Jinping’s attack on corrupt bureaucrats although Mao purged their own fathers as ‘capitalist roaders in power.’ Mao’s purges they excuse as a mistake. But they see today’s bureaucrats as flocking to serve the Party because it is in power and not because they inherited a spirit of revolutionary sacrifice from their forebears. Such opportunists are worms eating away at the legacy of revolution.

The legacy is threatened by other forces... a slowing economy... laid-off workers... underperforming giant state-owned enterprises... bad bank loans... climate change and environmental devastation... downsize and upgrade the military.... Any leader who confronts so many big problems needs a lot of power, and Mao provides a model of how such power can be wielded.... Xi emulates Mao in exercising power through a tight circle of aides whom he can trust because they have demonstrated their personal loyalty in earlier phases of his career.... Xi wants ‘rule by law,’ but this means using the courts more energetically to carry out political repression and change the bureaucracy’s style of work. He wants to reform the universities, not in order to create Western-style academic freedom but to bring academics and students to heel (including those studying abroad). He has launched a thorough reorganization of the military, which is intended partly to make it more effective in battle, but also to reaffirm its loyalty to the Party and to him personally. The overarching purpose of reform is to keep the Chinese Communist Party in power....

Deng built a system... senior leaders were limited to two terms... divided leadership roles... made decisions in consultation with other leaders and retired elders. By overturning Deng’s system, Xi is hanging the survival of the regime on his ability to bear an enormous workload and not make big mistakes. He seems to be scaring the mass media and officials outside his immediate circle from telling him the truth. He is trying to bottle up a growing diversity of social and intellectual forces that are bound to grow stronger. He may be breaking down... the consensus about China’s path of development.... He has broken the rule that retired leaders are safe once they leave office, throwing into question whether it can ever be safe for him to leave office. As he departs from Deng’s path, he risks undermining the adaptability and resilience that Deng’s reforms painstakingly created for the post-Mao regime.

As the members of the red aristocracy around Xi circle their wagons to protect the regime, some citizens retreat into religious observance or private consumption, others send their money and children abroad, and a sense of impending crisis pervades society. No wonder Xi’s regime behaves as if it faces an existential threat. Given the power and resources that he commands, it would be reckless to predict that his attempt to consolidate authoritarian rule will fail. But the attempt risks creating the very political crisis that it seeks to prevent.

Charles Darwin depõe sobre a sua experiência com a escravatura

"On the 19th of August we finally left the shores of Brazil. I thank God, I shall never again visit a slave-country. 

To this day, if I hear a distant scream, it recalls with painful vividness my feelings, when passing a house near Pernambuco, I heard the most pitiable moans, and could not but suspect that some poor slave was being tortured, yet knew that I was as powerless as a child even to remonstrate. I suspected that these moans were from a tortured slave, for I was told that this was the case in another instance. Near Rio de Janeiro I lived opposite to an old lady, who kept screws to crush the fingers of her female slaves. I have stayed in a house where a young household mulatto, daily and hourly, was reviled, beaten, and persecuted enough to break the spirit of the lowest animal. I have seen a little boy, six or seven years old, struck thrice with a horse-whip (before I could interfere) on his naked head, for having handed me a glass of water not quite clean; I saw his father tremble at a mere glance from his master’s eye. 

These latter cruelties were witnessed by me in a Spanish colony, in which it has always been said, that slaves are better treated than by the Portuguese, English, or other European nations. I have seen at Rio de Janeiro a powerful negro afraid to ward off a blow directed, as he thought, at his face. I was present when a kind-hearted man was on the point of separating forever the men, women, and little children of a large number of families who had long lived together. 

I will not even allude to the many heart-sickening atrocities which I authentically heard of;—nor would I have mentioned the above revolting details, had I not met with several people, so blinded by the constitutional gaiety of the negro as to speak of slavery as a tolerable evil. Such people have generally visited at the houses of the upper classes, where the domestic slaves are usually well treated, and they have not, like myself, lived amongst the lower classes. Such inquirers will ask slaves about their condition; they forget that the slave must indeed be dull, who does not calculate on the chance of his answer reaching his master’s ears. It is argued that self-interest will prevent excessive cruelty; as if self-interest protected our domestic animals, which are far less likely than degraded slaves, to stir up the rage of their savage masters. 

It is an argument long since protested against with noble feeling, and strikingly exemplified, by the ever-illustrious Humboldt. It is often attempted to palliate slavery by comparing the state of slaves with our poorer countrymen: if the misery of our poor be caused not by the laws of nature, but by our institutions, great is our sin; but how this bears on slavery, I cannot see; as well might the use of the thumb-screw be defended in one land, by showing that men in another land suffered from some dreadful disease. 

Those who look tenderly at the slave owner, and with a cold heart at the slave, never seem to put themselves into the position of the latter; what a cheerless prospect, with not even a hope of change! picture to yourself the chance, ever hanging over you, of your wife and your little children—those objects which nature urges even the slave to call his own—being torn from you and sold like beasts to the first bidder! And these deeds are done and palliated by men, who profess to love their neighbours as themselves, who believe in God, and pray that his Will be done on earth! It makes one’s blood boil, yet heart tremble, to think that we Englishmen and our American descendants, with their boastful cry of liberty, have been and are so guilty: but it is a consolation to reflect, that we at least have made a greater sacrifice, than ever made by any nation, to expiate our sin." (from "The Voyage of the Beagle" by Charles Darwin)"

24 de maio de 2016

É bom ter isto presente

Nos dias em que o Reino Unido se prepara para decidir se sai ou não da União Europeia; em que a Austria quase elege um presidente da extrema-direita; onde a hidra dos nacionalismos levanta a cabeça (ou são as cabeças?) e por aí adiante, é bom ter isto presente:

The end of sovereignty | Prospect Magazine

22 de maio de 2016

Do peso do passado no presente

Um aparte a começar: num comentário a esta nota de Brad DeLong - que refere as consequências, hoje, da escravatura de há 150 anos - diz-se: "Maybe it's just a case of Tacitus having been right: "It belongs to human nature to hate those you have injured." 

Indo ao cerne da questão, a nota em causa dá conta de um estudo sobre a virulência mais acentuada do racismo em condados do sul dos EUA que tinham antes de 1865 uma maior população escrava. Este estudo é mais um exemplo do fenómeno da prevalência de atitudes, instituições (no sentido lato do termo) e memes, no longo prazo - outros exemplos de estudos do mesmo tipo, serão, que me recorde, as diferenças societais, hoje, nos Balcãs entre os territórios aquém e além da antiga fronteira austro-húngara; aquelas entre os territórios no Peru, antes sujeitos ou não à instituição do recrutamento dos índios (mit'a) para as minas; o impacto no desenvolvimento das sociedades africanas de terem ou não sido sujeitas à exportação de escravos; a correlação entre a permanência do anti-semitismo mais acentuado, em sub-regiões alemães, e pogroms de judeus, nas mesmas zonas, durante a Idade Média.

Não nos deveríamos nunca esquecer de que o que fazemos se repercute no futuro, e de modo muito mais penetrante e extenso do que se pensava.

PS: Na mesma linha de estudos veja-se este: Origens of growth: How state institutions forged during the Protestant Reformation drove development, de Jeremiah Dittmar e Ralf R Meisenzahl, Vox: - "Throughout history, most states have functioned as kleptocracies and not as providers of public goods. This column analyses the diffusion of legal institutions that established Europe’s first large-scale experiments in mass public education. These institutions originated in Germany during the Protestant Reformation due to popular political mobilisation, but only in around half of Protestant cities. Cities that formalised these institutions grew faster over the next 200 years, both by attracting and by producing more highly skilled residents."

21 de maio de 2016

Isto tudo pode correr mesmo muito mal

Isto é a coisa mais, sinistramente, convincente que li sobre o perigo Trump. O artigo, por vezes, é incómodo pelos pressupostos e itens usados para caracterizar o estádio atual da democracia norte-americana, mas vale a pena levar a leitura até ao fim. No entretanto, tenho mesmo de ler o que Platão diz sobre a fase avançada da democracia - já conhecia Eric Hoffer: o livro dele está traduzido em português sob o título, "Do fanatismo - O verdadeiro crente e a natureza dos movimentos de massa", Guerra e Paz, 2007. Ah, e tenho de reler isto.

America Has Never Been So Ripe for Tyranny

20 de maio de 2016

Uma reflexão de Darwin sobre as consequências da não exploração do homem pelo homem

Darwin discreteia sobre os entraves colocados ao desenvolvimento pelo comunismo primitivo  à luz do que via do estado dos índios da Terra do Fogo:

"The perfect equality among the individuals composing the Fuegian tribes must for a long time retard their civilization. As we see those animals, whose instinct compels them to live in society and obey a chief, are most capable of improvement, so is it with the races of mankind. Whether we look at it as a cause or a consequence, the more civilized always have the most artificial governments. For instance, the inhabitants of Otaheite, who, when first discovered, were governed by hereditary kings, had arrived at a far higher grade than another branch of the same people, the New Zealanders,—who, although benefited by being compelled to turn their attention to agriculture, were republicans in the most absolute sense. In Tierra del Fuego, until some chief shall arise with power sufficient to secure any acquired advantage, such as the domesticated animals, it seems scarcely possible that the political state of the country can be improved. At present, even a piece of cloth given to one is torn into shreds and distributed; and no one individual becomes richer than another. On the other hand, it is difficult to understand how a chief can arise till there is property of some sort by which he might manifest his superiority and increase his power." (from "The Voyage of the Beagle" by Charles Darwin)

Recados

Eu estou a ler "Economics Rules: The Rights and Wrongs of the Dismal Science" de Dani Rodrik. Um excerto, que contém lições para toda a gente, em particular, para os economistas e praticantes das outras ciências sociais - na verdade, se "the economists do it with models", não são só eles que o fazem:

"Rather than a single, specific model, economics encompasses a collection of models. The discipline advances by expanding its library of models and by improving the mapping between these models and the real world. The diversity of models in economics is the necessary counterpart to the flexibility of the social world. Different social settings require different models. Economists are unlikely ever to uncover universal, general-purpose models.

But, in part because economists take the natural sciences as their example, they have a tendency to misuse their models. They are prone to mistake a model for the model, relevant and applicable under all conditions. Economists must overcome this temptation. They have to select their models carefully as circumstances change, or as they turn their gaze from one setting to another. They need to learn how to shift among different models more fluidly."

19 de maio de 2016

Um vídeo, absolutamente, a ver...

A nota abaixo é complementada por um vídeo onde Branko Milanovic apresenta o seu novo livro Global Inequality: A New Approach for the Age of Globalization. Há quem coloque este livro na divisão do livro Capital no Século XXI de Piketty. Sugiro que vejam o vídeo primeiro; é o mais importante e a leitura da nota, depois do vídeo, será mais clara. Foi das coisas mais interessantes que vi nos últimos tempos. Para quem se interessa pela discussão das consequências da globalização, pelo fenómeno do crescimento da desigualdade e pelas eleições norte-americanas, é um labor incontornável.

Understanding Society: Global inequality

10 de maio de 2016

Jon Stewart sobre o momento político norte-americano e outras coisas

Vejam o vídeo: Jon Stewart com David Axelrod. Discussão inteligente e informativa, dura por vezes. Interessante o comentário sobre Hillary Clinton, que qualificaria com leitura da biografia de outro político norte-americano -  a de Franklin Roosevelt (a de James MacGregor Burns).

Jon Stewart is back with some strong words for "man-baby" Donald Trump

30 de abril de 2016

A Venezuela como exemplo do que pode ser um suicídio nacional

Não conheço o articulista, nem percebo bem o nível de discordância que tem com o atual regime venezuelano, mas eu gostaria de tomar algumas das coisas que diz como referentes ao período antes e depois de Chávez (e extensivo a outras realidades nacionais), como por exemplo esta frase [censurei partes para afeiçoar o texto ao meu propósito - o de imputar-lhe uma mais ampla aplicabilidade]:  

"No, national suicide is a much longer process – not product of any one moment. But instead one bad idea, upon another, upon another and another and another and another and the wheels that move the country began to grind slower and slower; rust covering their once shiny facades. [...] Hate, as a political strategy. Law, used to divide and conquer. Regulation used to punish. [...]. Corruption bleeding out the lifeblood in drips, filling the buckets of a successive line of bureaucrats before they are destroyed, only to be replaced time and again." 
 
The Suicide of Venezuela

13 de abril de 2016

Espaço em vermelho e em azul

Astronomy Picture of the Day, 2016 April 13

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Orion in Red and Blue Image Credit & Copyright: David Lindemann
 
Explanation: When did Orion become so flashy? This colorful rendition of part of the constellation of Orion comes from red light emitted by hydrogen and sulfur (SII), and blue-green light emitted by oxygen (OIII). Hues on the featured image were then digitally reassigned to be indicative of their elemental origins -- but also striking to the human eye. The breathtaking composite was painstakingly composed from hundreds of images which took nearly 200 hours to collect. Pictured, Barnard's Loop, across the image bottom, appears to cradle interstellar constructs including the intricate Orion Nebula seen just right of center. The Flame Nebula can also be quickly located, but it takes a careful eye to identify the slight indentation of the dark Horsehead Nebula. As to Orion's flashiness -- a leading explanation for the origin of Barnard's Loop is a supernova blast that occurred about two million years ago.

7 de abril de 2016

Lá distante, sózinha de tudo...

Astronomy Picture of the Day,2016 April 7

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Wolf-Lundmark-Melotte Image Credit: ESO, VST/Omegacam Local Group Survey
 
Explanation: Named for the three astronomers instrumental in its discovery and identification, Wolf - Lundmark - Melotte (WLM) is a lonely dwarf galaxy. Seen toward the mostly southern constellation Cetus, about 3 million light-years from the Milky Way, it is one of the most remote members of our local galaxy group. In fact, it may never have interacted with any other local group galaxy. Still, telltale pinkish star forming regions and hot, young, bluish stars speckle the isolated island universe. Older, cool yellowish stars fade into the small galaxy's halo, extending about 8,000 light-years across. This sharp portrait of WLM was captured by the 268-megapixel OmegaCAM widefield imager and survey telescope at ESO's Paranal Observatory.

3 de abril de 2016

Interações

Astronomy Picture of the Day, 2016 April 3

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Close-up of the Bubble Nebula
Image Credit: NASA, ESA, Hubble Legacy Archive; Processing & License: Judy Schmidt

Explanation: It's the bubble versus the cloud. NGC 7635, the Bubble Nebula, is being pushed out by the stellar wind of massive central star BD+602522. Next door, though, lives a giant molecular cloud, visible to the right. At this place in space, an irresistible force meets an immovable object in an interesting way. The cloud is able to contain the expansion of the bubble gas, but gets blasted by the hot radiation from the bubble's central star. The radiation heats up dense regions of the molecular cloud causing it to glow. The Bubble Nebula, featured here in scientifically mapped colors to bring up contrast, is about 10 light-years across and part of a much larger complex of stars and shells. The Bubble Nebula can be seen with a small telescope towards the constellation of the Queen of Aethiopia (Cassiopeia).

1 de abril de 2016

Um destino para umas futuras férias

Astronomy Picture of the Day, 2016 April 1

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Europa: Discover Life Under the Ice
Poster Illustration Credit: NASA, JPL, Visions of the Future

Explanation: Looking for an interplanetary vacation destination? Consider a visit to Europa, one of the Solar System's most tantalizing moons. Ice-covered Europa follows an elliptical path in its 85 hour orbit around our ruling gas giant Jupiter. Heat generated from strong tidal flexing by Jupiter's gravity keeps Europa's salty subsurface ocean liquid all year round. That also means even in the absence of sunlight Europa has energy that could support simple life forms. Unfortunately, it is currently not possible to make reservations at restaurants on Europa, where you might enjoy a dish of the local extreme shrimp. But you can always choose another destination from Visions of the Future.

27 de março de 2016

Sem comentário



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NGC 6357: Cathedral to Massive Stars
Image Credit: NASA, ESA and Jesús Maíz Apellániz (IAA, Spain); Acknowledgement: Davide De Martin (ESA/Hubble

Explanation: How massive can a normal star be? Estimates made from distance, brightness and standard solar models had given one star in the open cluster Pismis 24 over 200 times the mass of our Sun, making it one of the most massive stars known. This star is the brightest object located just above the gas front in the featured image. Close inspection of images taken with the Hubble Space Telescope, however, have shown that Pismis 24-1 derives its brilliant luminosity not from a single star but from three at least. Component stars would still remain near 100 solar masses, making them among the more massive stars currently on record. Toward the bottom of the image, stars are still forming in the associated emission nebula NGC 6357. Appearing perhaps like a Gothic cathedral, energetic stars near the center appear to be breaking out and illuminating a spectacular cocoon.

Astronomy Picture of the Day, 2016 March 27

25 de março de 2016

E ainda mais sobre as eleições norte-americanas

 De Krugman, citado no Economist View:
"Stripped down to its essence, the G.O.P. elite view is that working-class America faces a crisis, not of opportunity, but of values. ... And this crisis of values, they suggest, has been aided and abetted by social programs that make life too easy on slackers.
The problems with this diagnosis should be obvious. Tens of millions of people don’t suffer a collapse in values for no reason. Remember, several decades ago the sociologist William Julius Wilson argued that the social ills of America’s black community ... were the result of disappearing economic opportunity. If he was right, you would have expected declining opportunity to have the same effect on whites, and sure enough, that’s exactly what we’re seeing.
Meanwhile,... every other advanced country has a more generous social safety net than we do, yet the rise in mortality among middle-aged whites in America is unique: Everywhere else, it is continuing its historic decline."

Economist's View: Paul Krugman: Republican Elite’s Reign of Disdain

Três contributos para perceber o fenómeno Trump, via Brad DeLong. Um requisito básico para perceber os EUA é o de assumirmos, à partida, a consciência da complexidade da tarefa, e da impossibilidade de alcançarmos um nível suficiente de maestria do assunto, pelo menos no curto prazo, e na ausência de muito trabalho - muita boa gente lucraria imenso (lucraria a sua perceção do mundo em que vive) se percebesse isso.

21 de março de 2016

Qual é a normalidade do excecionalismo norte-americano?

O que vem abaixo é a crítica feita no Democracy Journal: There’s No Going Back : Democracy Journal, a um livro que aborda o The New Deal e as possibilidades dele ser recuperado nesta conjuntura política norte-americana: The Great Exception: The New Deal and the Limits of American Politics by Jefferson Cowie • Princeton University Press • 2016 • 273 pages • $27.95.

Não estava a pensar nisso, mas gostava de uma confirmação da tese defendida pelo articulista

Confesso não gostar da influência espanhola na banca quando se configura como excessiva e como desejada pelas autoridades europeias. Porquê? Porque me sinto satisfeito com 1640, e com tudo o resto, e acho descabida a intromissão do exterior nesta área. Dito isto, e do outro lado, gosto muito de Espanha, da cultura espanhola, e de tudo o resto, e nada tenho contra o capital espanhol, ou qualquer outro, se cumprir minimamente com o que tem de cumprir. Ora, acontece, de acordo com o articulista, que a banca espanhola em Portugal cumpriu minimamente, coisa que a banca portuguesa não cumpriu, e por isso estamos, todos nós, a pagar caro. O articulista sugere que a opção pelo capital angolano, poderá ser uma opção, efetivamente mais nacionalista no sentido da reprodução da prática que descreve. Se for assim, eu teria de escolher a menos má solução: a espanhola. Enfim, vou manter, à cautela, uma posição agnóstica por enquanto, quanto a este assunto: gostaria de ter mais e melhor informação sobres os méritos relativos da banca espanhola em Portugal - não nos podemos esquecer que a banca espanhola em Espanha passou por percalços sérios. Em todo o caso o artigo merece séria consideração.

Não tenho vocação para Padeira de Aljubarrota

18 de março de 2016

Ainda sobre Trump ...

"... But until the actual convention, it’s just talk. For all the attention being paid them, polls purporting to show how Hillary Clinton (or even Sanders) would do against various possible Republican nominees are meaningless at this point in the campaign. (After the two parties’ conventions in 1988 Michael Dukakis was running eighteen points ahead of George H. W. Bush.) And no one should be under the illusion that the nomination could be denied Trump without causing a civil war within the Republican party. Trump commented on Wednesday of this week that if the nomination is taken from him, “You’d have riots.” If he’s the nominee there remains that possibility of a third party formed, among other things to give Republican politicians a place to go until the storm blows over. But whatever ultimately becomes of their candidacies, Donald Trump and Bernie Sanders are atop movements that won’t go away. And whoever ends up in the Oval Office will have a devil of a time trying to govern."

2016: What We Now Know

17 de março de 2016

Oh, Santo Deus! Martine Le Pen, ofendida por ser comparada a Trump, e não é que a senhora tem razão.

Vale a pena ler o artigo donde retirei este excerto:

" Oh wait, Trump is even too fascist for Marine Le Pen:
Marine Le Pen, for example, has become a poster child for the modern European far right after leading the French National Front to unprecedented success over the past few years. Many see her as the most obvious European counterpart for Trump. And yet, despite their perceived kinship, Le Pen has personally criticized Trump’s proposal to ban almost all Muslims from entering the United States. “Seriously, have you ever heard me say something like that?” Le Pen said during one television interview, according to the New York Times. “I defend all the French people in France, regardless of their origin, regardless of their religion.”
So to all you people who said, “How dare you compare Trump to the National Front.”  I apologize—he’s worse."

TheMoneyIllusion » The GOP made a pact with the devil, and now may pay the price

16 de março de 2016

E Trump?

A coisa está muito mais complicada do que me parecia à primeira vista - a mim, e a muitos outros: o meme de Trump ser o candidato ideal de direita,  para a esquerda, poderá não ter a tração definitiva que parecia ter (aliás, até agora validado pelas sondagens) - nas eleições primárias (há notícia disso) eleitores democráticos votam, estrategicamente, em Trump, na base desse raciocínio. Por outro lado, tenho uma réstia de dúvida se não há quem, da esquerda, que considere com bons olhos a possibilidade de Trump presidente como o enquadramento mais propício a uma radicalização à esquerda, a caminho da tal revolução política. Mas as dúvidas andam por aí.

Hoje, ouvi na CNN, Matt Taibbi lembrar a existência de sondagens em alguns estados dos EUA a propósito do vedar a entrada nos EUA a muçulmanos,  com taxas de concordância à volta dos 60%; a lembrar que Hillary Clinton poderá ser vulnerável a alguma da argumentação de Trump, a qual tem algumas convergências de tema com os cavalos de batalha de Bernie Sanders: repúdio dos acordos internacionais do comércio, deslocalização, falta de firmeza com os interesses das grandes empresa, Wall Street, etc.. 

Os candidatos democratas, qualquer deles, a solo com Trump, terão de se defender de um candidato perigoso, na altura mais ao centro, com um argumentação menos primária, mas mantendo uma base populista com forte apelo em todo o eleitorado.

Que tudo aponta para se ter em Novembro um Presidente democrata, mulher, sim, mas ...

O que é que a esquerda norte-americana, à esquerda do Partido Democrático, diz neste momento? Para já fala de revolução política.

O que alguns - da extrema-esquerda norte-americana - pensam sobre o atual momento político norte-americano é dado de modo cristalino no vídeo abaixo. Fala-se de revolução política e aposta-se que o exército dessa revolução está nos milhões de jovens mobilizados pela campanha de Bernie Sanders, e ainda mais, que essa mobilização permanecerá para além duma vitória presidencial de Hillary Clinton. Tenho as minhas sérias dúvidas - se assim sucedesse, seria uma primeira vez que tal se verificaria nos EUA. As revoadas de contestação política, muitas vezes bastante radicais, têm sido frequentes na história americana: o sistema tem sido, sempre, capaz de as canalizar, de interiorizar algumas das reivindicações, e de seguir em frente - as razões de queixa destes jovens norte-americanos, pelo menos algumas delas, são bastante precisas e delimitadas, caso das dívidas em que incorrem para frequentar a universidade, e seriam facilmente acomodadas. Existe, realmente, uma especificidade norte-americana no modo como o enraizamento duma alternativa "socialista" à escala do país nunca ocorreu - existem bibliotecas escritas sobre o tema (em Portugal, por exemplo, está traduzido "Por que não houve socialismo na América?" de Seymour Martin Lipset e Gary Marks, que é, até onde posso ver, bem articulado e informado).

Em todo o caso, dando de barato a correção do inventário feito por Bernie Sanders (e pela Hillary Clinton, num tom mais suave) das disfunções políticas e económicas da democracia (plutocracia) americana, não acompanho o primeiro quanto às soluções apontadas, à sua factibilidade, à sua adequação, e às suas consequências. Alguns defendem que há uma boa maneira de resolver as coisas à norte.americana. É a tese de Stephen S. Cohen e de Bradford DeLong, em Concrete Economics: The Hamilton Approach to Economic Growth and Policy (ver aqui). Pessoalmente, a coisa que não queria ver agora era uma revolução nos EUA. Fico-me bem pela senhora, que sabe da poda e conhece bem o sistema (e é preciso conhecer bem o sistema para se conseguir alguma coisa feita nos EUA, e há tanta coisa que todos nós necessitamos que sejam feitas daquele lado).

Sanders and His Supporters Should Now Call for a Real Political Revolution
 

11 de março de 2016

Boas questões, mas quanto às respostas, vamos esperar sentados

"Mas na última década e meia as coisas não têm corrido bem. Portugal não cresce, e isso quer dizer que, em termos relativos, está a perder terreno em relação a grande parte do mundo, que se encontra, geralmente, num processo de crescimento. Não podemos sair desta situação sem um debate sério sobre algumas questões importantes: a) quais foram as causas do sucesso português entre 1950 e 2000, b) quais são as causas da paragem da economia desde então, e finalmente c) o que podemos fazer para mudar a situação no sentido de a melhorar. ..."

Qual deveria ser o debate?

10 de março de 2016

Mars Reconnaissance Orbiter: 10 anos à volta de Marte

A notícia é má, mas nada que prima pelo inesperado

"The world is on track to reach dangerous levels of global warming much sooner than expected, according to new Australian research that highlights the alarming implications of rising energy demand.

University of Queensland and Griffith University researchers have developed a “global energy tracker” which predicts average world temperatures could climb 1.5C above pre-industrial levels by 2020."

Dangerous global warming will happen sooner than thought – study

9 de março de 2016

A discussão sobre as razões do sucesso de Trump, ainda estão no adro

Em questões do foro sociológico não  aceito explicações mono-causais por muito significativas as possa considerar, e aquilo que é discutido neste artigo sobre o perfil psicológico dos denominados autoritários e o impacto que isso tem na política norte-americana, máxime no ascenso de Trump, é coberto por essa consideração. Agora, que há qualquer coisa nesta história, isso há.

The rise of American authoritarianism

Mesmo no gume, sozinha, muito lá para fora...

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Edge-On Galaxy NGC 5866 
 Image Credit: NASA, ESA, Hubble Legacy Archive; Processed & Copyright: Hunter Wilson
 
Explanation: Why is this galaxy so thin? Many disk galaxies are actually just as thin as NGC 5866, pictured above, but are not seen edge-on from our vantage point. One galaxy that is situated edge-on is our own Milky Way Galaxy. Classified as a lenticular galaxy, NGC 5866 has numerous and complex dust lanes appearing dark and red, while many of the bright stars in the disk give it a more blue underlying hue. The blue disk of young stars can be seen extending past the dust in the extremely thin galactic plane, while the bulge in the disk center appears tinged more orange from the older and redder stars that likely exist there. Although similar in mass to our Milky Way Galaxy, light takes about 60,000 years to cross NGC 5866, about 30 percent less than light takes to cross our own Galaxy. In general, many disk galaxies are very thin because the gas that formed them collided with itself as it rotated about the gravitational center. Galaxy NGC 5866 lies about 50 million light years distant toward the constellation of the Dragon (Draco).

7 de março de 2016

As notícias que nos trazem deste universo são cada vez mais estranhas

Death by gamma-ray bursts may place first lower bound on the cosmological constant

O sucesso de Trump - as razões invocadas são incomuns, bem informadas e fazem todo o sentido.

The Secret Of Donald Trump's Success

"Este é um problema de sobrevivência, não um problema da agricultura"

Comment of the Day: Graydon:

"Care to specify one of those problems?... ...They were hard in 1980. So far as I know, they're all solved, and usually solved multiple ways. (Eg., ammonia synthesis and flow batteries for storing renewable energy.)

Also, we cannot keep burning coal and natural gas. We're already somewhere around 50/50 on breaking agriculture. Break agriculture and that's it. Earth reverts to conditions where the maximum human population is around 500 million and probably not that. (Pre-industrial peak was about a billion. We've damaged a lot of soil.)

This is a survival problem, not an agricultural problem.

Coisas que aparecem e desaparecem nos mares de Titã

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Mystery Feature Now Disappears in Titan Lake
Image Credit: Cassini Radar Mapper, Cornell, JPL, ESA, NASA
 
Explanation: What is that changing object in a cold hydrocarbon sea of Titan? Radar images from the robotic Cassini spacecraft orbiting Saturn have been recording the surface of the cloud-engulfed moon Titan for years. When imaging the flat -- and hence radar dark -- surface of the methane and ethane lake called Ligeia Mare, an object appeared in 2013 July just was not there in 2007. Subsequent observations in 2014 August found the object remained -- but had changed. In an image released last week, the mystery object seems to have disappeared in 2015 January. The featured false-color image shows how the 20-km long object has come, changed, and gone. Current origin speculative explanations include waves, bubbling foam and floating solids, but still no one is sure. Future observations, in particular Cassini's final close flyby of Titan in 2017 April, may either resolve the enigma or open up more speculation.

5 de março de 2016

Este é o melhor argumento que vi desenvolvido em favor da Uber: vejam o vídeo.

Só tive uma vez a oportunidade de usar a Uber e gostei da experiência. Tive ao longo da vida experiências muito desagradáveis com taxistas, nomeadamente, nas Chegadas do Aeroporto de Lisboa (tenho casa em Moscavide), e isso é algo a contar para a minha apreciação dos méritos relativos da questão. Este vídeo, no entanto, poderá mesmo ser o melhor e o final argumento para a minha aceitação da bondade da solução. 

No entretanto, chamo a atenção para o exemplo dado de como a regulamentação (a má regulamentação) dum pré-Uber, por volta de 1915, deu cabo de algo de algo prometedor, e como isso foi o resultado, tomem nota (é mais um exemplo de algo muito importante, mas negligenciado pela esquerda), de uma coligação de interesses, como a indústria de trolleys, os construtores de carros (e, potencialmente, dos produtores de gasolina).

A finalizar: apesar de tudo gostaria de alguma imposição fiscal e de alguma regulamentação adequada e não castradora.

Uber's plan to get more people into fewer cars

4 de março de 2016

Eu estou de acordo com estas preocupações - eu explico-me

  1.  O texto de Rui Ramos, Em conversa com Vasco Pulido Valente, trata de uma questão decisiva para a democracia portuguesa: o do Estado que temos - adiantaria: versus o Estado de que necessitamos. Em minha opinião, o Estado de que necessitamos não é, definitivamente, o Estado que temos. O Estado que temos, o Estado clientelar, não é - por isso mesmo: por ser clientelar - forte, eficaz e eficiente.  Tem razão Medina Carreira quando diz que não temos economia para termos o Estado que temos, mas necessitamos de um Estado forte, eficaz e eficiente para termos uma economia de jeito, uma que nos prepare para os choques que o futuro vem aí a trazer. É interessante que neste momento a esquerda (a democrática) não se preocupe com o assunto: só comentadores do centro direita tocam no assunto, e a conclusão que retiram, mais que não seja por omissão, vai no sentido neo-liberal de menos Estado ser a solução quando, a meu ver, só em desespero de causa, "and for the sake of argument", poderia alvitrar-se que isso seria o mal menor face à impossibilidade de termos o Estado de que necessitamos. O conceito de Estado clientelar poderá não ser o suficiente para abarcar a situação do Estado que temos, mas o aprofundamento da discussão passa por aí como passa pela leitura do livros de Acemoglu e Robinsom, Porque as Nações falham? e o de Fukuyama, As Origens da Ordem Política (já os leram? Tenho vindo a sugeri-lo, a tutti quanti, sem grande sucesso. Rui Ramos e outros leram-os, sem dúvida).
  2.  Respeitei a Maria Luís Albuquerque como Ministra das Finanças. Quanto à sua decisão de combinar o desempenho de deputada com a de Administradora da empresa noticiada, repito, num juízo mínimo, o que disse Manuela Ferreira Leite: que devia ter tido mais bom senso. O texto de Paulo Ferreira,Maria Luís, a pretexto disso, levanta questões importantes.

3 de março de 2016

Mayor Bill de Blasio e Paul Krugman falam de desigualdade, de programas de combate ao problema em NYC, de Bernie versus Hillary, e da continuação do combate ao racismo

Mayor Bill de Blasio e Paul Krugman falam sobre desigualdade em NYC e nos EUA. Bill de Blasio é um político impressivo e Krugman é Krugman. Os dois apoiam Hillary Cliton, mas não quem moderou a conversa. A partir dos 46 minutos a conversa incidiu sobre Bernie versus Hillary. Todo o vídeo merece ser visto.

Não é só a questão de termos Trump como Presidente: qualquer dos candidatos republicanos atuais será um problema para todo o planeta.

Um artigo de Elizabeth Drew sobre as primárias nos EUA no New York Review of Books. Excelente trabalho. Leitura recomendada.

 After Tuesday: The Ugly Truth

2 de março de 2016

O perigo de não ver os "trade-offs" - já tinham pensado nisto?

 Matéria para refletir:


"It’s that once you’ve persuaded yourself of the merits of an argument, three cognitive biases kick in to play down trade-offs:

 - Asymmetric Bayesianism. We tend to be more sceptical about arguments from the opposing side than from our own, with the result that a balanced presentation of the evidence increases our dogmatism.

 - Wishful thinking. For example, those who value national self-determination want to believe that Brexit will also make us better off – and wishes often beget beliefs.

 - The halo effect. We tend to believe that good things go together, even though they needn't. For example, attractive defendants are more likely to be acquitted than ugly ones.  David Leiser and Ronen Aroch have shown (pdf) that this characterizes lay people’s thinking about economics. They show that non-economists apply a “good begets good heuristic”: they tend to believe that good things lead to other good things.  

Berlin went on to write that those who deny trade-offs rest on “comfortable beds of dogma”. He should have added that such beds are easy to make."

Stumbling and Mumbling: Not seeing trade-offs

Este assunto já me cansou há muito, mas continua "vivinho da silva"

Esta história é sintomática de mais de uma coisa - leiam, e cheguem às vossas conclusões. Começa assim:

"Climate models, and the predictions they make, are based on physics. We know how much more energy is trapped on Earth when we increase the greenhouse effect, and we have a good idea how much this trapped heat will warm the planet. We’ve understood these physical scientific concepts for over 150 years.

When climate contrarians make their own predictions, they tend to throw physics out the window. For example, as documented in my book and a paper I recently published with Rasmus Benestad and colleagues, contrarians have made climate predictions based on things like the orbital cycles of Jupiter and Saturnocean cycles and sunspots, and “natural fluctuations,” but they often completely disregard the basic, long-understood physics of the increasing greenhouse effect.

And so we have the latest such unphysical climate prediction, made in a report by Loughborough University statistics professor Terence Mills, on behalf of the anti-climate policy advocacy group, the Global Warming Policy Foundation (GWPF). The report essentially fits a statistical model to past global and local surface temperature changes, and then uses that statistical model to forecast future temperature changes. It’s an approach that’s been used to predict financial market changes, for example. ...."


GWPF throws out centuries of physics, climate scientists laugh, conservative media fawns

Pedagogia sobre consolidação orçamental versus desigualdade e pobreza

Uma boa lição de economia sobre os cruzamentos entre desigualdade, pobreza e consolidação orçamental - começa assim: 

" Continuando a série:

No post inicial da série escrevi que as medidas de consolidação orçamental tomadas durante o período da Troika foram “altamente progressivas”, uma afirmação que parece ter gerado estranheza. Suponho que seja porque não bate certo com a percepção subjectiva que a maioria das pessoas tem daquilo que aconteceu nos últimos anos: uma crise económica profunda, com impacto sobretudo junto das classes mais baixas.

As duas ideias, porém, não são necessariamente contraditórias. É isso que este post tenta mostrar..."

A regressividade do Orçamento (IV) – As classes mais pobres não sentiram a crise? E qual foi o papel da austeridade?

1 de março de 2016

John Oliver disseca Donal Trump, e tem muita razão na necessidade de se deixar de achar piada ao senhor


Vejam lá comigo este cenário: Trump não contra Hillary, mas contra Bernie, o socialista. Como votaria a América? Sabem? Eu não sei.

Vejam o vídeo aqui.

Se isto é verdade, a demissão de António Lamas é mesmo má


Quero, posso e mando. Chamo-me Soares. João Soares

Uma galáxia colide com uma mais pequena, há cerca de 100 milhões de anos ...

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NGC 3310: A Starburst Spiral Galaxy 
Explanation: The party is still going on in spiral galaxy NGC 3310. Roughly 100 million years ago, NGC 3310 likely collided with a smaller galaxy causing the large spiral galaxy to light up with a tremendous burst of star formation. The changing gravity during the collision created density waves that compressed existing clouds of gas and triggered the star-forming party. The featured image from the Gemini North Telescope shows the galaxy in great detail, color-coded so that pink highlights gas while white and blue highlight stars. Some of the star clusters in the galaxy are quite young, indicating that starburst galaxies may remain in star-burst mode for quite some time. NGC 3310 spans about 50,000 light years, lies about 50 million light years away, and is visible with a small telescope towards the constellation of Ursa Major.

29 de fevereiro de 2016

Os riscos da 4ª revolução industrial não são do domínio da ficção científica

Os riscos desta revolução industrial, muito reais, têm de ter, mais do que tudo, uma ampla resposta política - não poderão contar com soluções que emerjam do mero funcionamento estrutural da economia (dos mercados); não que se possa arredar - o texto não fala disso - a possibilidade que daí venham, da economia, de modo endógeno, alterações importantes para uma nova solução de equilíbrio sócio-económica e política, que integre o impacto da quarta revolução industrial (riscos e benefícios) e a manutenção da progressiva melhoria sócio-económica do conjunto da população: por exemplo, não se percebe em que medida haverá um novo perfil de oferta de trabalho, diversificado, diferente e, quantitativamente relevante, que ajude a política na conformação do trajeto para aquele novo equilíbrio.

"While it would of course be nonsensical to advocate a halt to technological progress, there is a pressing need to flesh out the scenario of a radiant digital future with an analysis of its impact on society and the world of labour, in order to anticipate the effects. The digital revolution, left to its own devices, risks creating more top-of-the-scale jobs for some, and mini-jobs or unemployment for the rest; more freedom for the few, more servitude for the many; more prosperity for the privileged, more precarious conditions for the masses.

It is a scenario that can be avoided if the political and economic actors can agree to join forces and to invite academic, cultural, social and trade union stakeholders into the debate."

Here Are The New Social Risks Of The Fourth Industrial Revolution

Desigualdade versus um crescimento económico insatisfatório, insuficiente, para os pobres e classe média

Leitura fortemente recomendada.

"The question of whether high inequality today bodes well for future rates of income growth and poverty reduction has recently acquired added relevance because of the slowdown of growth in rich countries and simultaneously rising inequality. The relationship between inequality and future growth has been extensively researched but, unfortunately, the results have proved to be inconclusive. We argue that by looking at the growth of average incomes (or GDP per capita) important heterogeneities are being overlooked. The question we should be asking is: how do individuals at different rungs of the socio-economic ladder fare in societies with different levels of inequality? This is precisely what two of us have done in a recent study."

Inequality harms economic growth for the poor

28 de fevereiro de 2016

Apesar das boas notícias de Al Gore - eu gostei de as ouvir - o meu verdadeiro receio é que, o que está expresso a bold abaixo, se venha mesmo a confirmar

"Comment of the Day: Graydon: Current Links: "The thing about the Nick Stern climate article...

...is that it's uselessly pollyana-ish by talking about economic percentages and not food. Climate-driven disruption gets you, not in the sea level or the air conditioning bill or the change in energy source, but in the farming; either you get hungry or a large hungry group shows up unwilling to starve for your convenience. This is an immediate concern, not a future concern. (That is, there are place in the world where this is already happening.) We do not have 'this century' to get to zero net carbon; we have a lot less time than that. We might have negative time. We are way, way into existential threat territory on this already."

Pois...


 2016 Toon 9

2016 SkS Weekly Digest #9
2016 Poster 9

O futuro poderá ser melhor do que estávamos a perspetivar, há anos atrás, diz Al Gore, neste vídeo da TED

 Que grande Presidente Al Gore teria sido, e que grossas chatices teriam sido evitadas.

The case for optimism on climate change

Leituras sobre a Europa

The new nationalism: Eastern Europe turns right | Prospect Magazine

Jeremy Corbyn: the politician who never grew up | Prospect Magazine

27 de fevereiro de 2016

A parte Norte de Plutão

 Astronomy Picture of the Day
 
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Northern Pluto Image Credit: NASA, Johns Hopkins Univ./APL, Southwest Research Institute
 
Explanation: Gaze across the frozen canyons of northern Pluto in this contrast enhanced color scene, imaged last July by the New Horizons spacecraft. Currently known as Lowell Regio, the region has been informally named for Percival Lowell, founder of the Lowell Observatory. Also famous for his speculation that there were canals on Mars, in 1906 Lowell started the search that ultimately led to Pluto's discovery. Pluto's North Pole itself is above and left of center in the the frame. The pale bluish floor of the broad canyon on the left is about 70 kilometers (45 miles) wide, running vertically toward the south. Higher elevations take on a yellowish hue. New Horizon's measurements have determined that in addition to nitrogen ice, methane ice is abundant across northern Pluto's Lowell Regio.

25 de fevereiro de 2016

The number that fascinates physicists above all others:

"It is the fine-structure constant denoted by the Greek letter alpha. Paul Davies explains."

Sobre Piketty

Brad DeLong descreteia sobre o livro de Piketty, Capital no Século XXI (2013), principais pontos, críticas (as boas e as menos boas). Interessante e uma boa súmula das questões que o livro levantou e levanta. Leitura recomendada.

The Melting-Away of North Atlantic Social Democracy

Comentário de Krugman a esta notícia: "It's a very strange world"

Justice Scalia spent his last hours with members of this secretive society of elite hunters

A coisa é até simples de perceber; exige é que se tenha (que se queira) o modelo de explicação adequado.

Explanação do problema português atual, de modo claro, eficaz e eficiente - enfim, porque razão a tragédia existe, as suas causas primeiras, isso só, lateralmente, é abordado. Leitura recomendada. O comentário mais curioso, a modos como encriptado, é o contido na última frase.

Não Há Almoços Grátis - A tragédia - João César das Neves - DN

24 de fevereiro de 2016

Números interessantes

Um excerto, mas convém ler o artigo na totalidade. O artigo é de

" To understand why the problem confounds policymakers, it is helpful to compare the world’s two largest economies. The United States is a liberal democracy with a market-based economy, in which the factors of production are privately owned. China, by contrast, is governed by a political class that holds democracy in contempt. Its economy – despite decades of pro-market reforms – continues to be defined by heavy state intervention.

But despite their radically different political and economic systems, the two countries have roughly the same level of income inequality. Each country’s Gini coefficient – the most commonly used measure of income equality – is roughly 0.47.

In one important way, however, their situations are very different. In the US, inequality is rapidly worsening. In 1978, the top 1% of the US population was ten times richer than the rest of the country. Today, the average income of the top 1% is roughly 30 times that of the average person in the remaining 99%. During the same period, inequality in China has been declining."

The Inequality Puzzle

Não estamos, mesmo, preparados para o que aí vem.

A subida do nível do mar será de 1,3 m em 2100, se não houver surpresas desagradáveis, digo eu, nomeadamente, do lado da Gronelândia e da Antártica Ocidental.

"Sea levels will rise by a much 4.3 feet (1.3 m) by 2100 if humans continue to emit at current rates. That figure could be reduced to as low as 0.8 feet (0.24 m) if humans peak and then reduce carbon emissions in the coming decades.

Achieving such reductions won’t be an easy feat. Countries from around the world agreed in Paris last December to try to keep average global temperatures from rising more than 3.6°F (2°C) by 2100. Even if that goal is achieved—some are rightfully skeptical—sea levels are still expected to rise far beyond 0.8 ft (0.24 m). That could erase low-lying island countries like Kiribati and affect coastal cities on the Atlantic coast of the United States."

Why We're Not Prepared for The Coming Decades of Sea Level Rise

23 de fevereiro de 2016

Onwards

Eu, como qualquer outro entusiasta destas coisas, sempre soube que haveria maneiras de irmos mais rápido a todo o sítio out there (enfim, para já, na vizinhança solar) - não estava era à espera que houvesse, tão à mão de semear, uma alternativa não-nuclear tão prometedora.

Olhem, algo sobre o orçamento que é informativo e não barulhento no mau sentido

A análise é de Pedro Romano, economista, com o blogue Desvio Colossal (de que recomendo, vivamente, a leitura) - é uma análise bem informada (mais técnica no blogue) e equilibrada (entenda-se, não sectária, o que é algo importante nos dias que correm).

Desigualdade versus Liberdade

É um ponto de vista interessante:

"Inequality doesn’t just reduce freedom for workers. It reduces freedom for business owners too.Will says this is because countries that want to tax and redistribute must have a healthy economy, which requires business freedom. I suspect that there are two other mechanisms at work.


One is that many of the rich have no interest in economic freedom. They want to protect extractive institutions and the monopoly power of incumbents from competition. They thus favour red tape, which tends to bear heavier upon small firms than big ones. This, I suspect, explains why inequality and unfreedom go together in Latin America, for example.


Secondly, people have a strong urge for fairness. If they cannot achieve this through market forces, they’ll demand it via the ballot box in the form of state regulation. As Philippe Aghion and colleagues point out, there is a negative correlation between union density and minimum wages: minimum wage laws are more likely to be found where unions are weak. Regulations, in this sense, are a substitute for strong unions – and, I suspect, a bad substitute because they are more inflexible."

Detrás da poeira duma galáxia vizinha...


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Astronomy Picture of the Day
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Supernova through Galaxy Dust
Image Credit: NASA, ESA, and the Hubble Heritage (STScI/AURA);
Inset Image: Howard Hedlund & Dave Jurasevich, Las Campanas Obs.
 
Explanation: Telescopes around the world are tracking a bright supernova that occurred in a nearby dusty galaxy. The powerful stellar explosion was first noted earlier this month. The nearby galaxy is the photogenic Centaurus A, visible with binoculars and known for impressive filaments of light-absorbing dust that cross its center. Cen A is featured here in a high-resolution archival Hubble Space Telescope image, with an inset image featuring the supernova taken from the ground only two days after discovery. Designated SN2016adj, the supernova is highlighted with crosshairs in the inset, appearing just to the left of a bright foreground star in our Milky Way Galaxy. This supernova is currently thought to be of Type IIb, a stellar-core-collapse supernova, and is of high interest because it occurred so nearby and because it is being seen through a known dust filament. Current and future observations of this supernova may give us new clues about the fates of massive stars and how some elements found on our Earth were formed.

21 de fevereiro de 2016

Um testemunho sobre questões de decência, discriminação e racismo

Interessante: a experiência de um médico sikh no Reino Unido, e a sua reflexão quanto às questões do racismo. Leitura recomendada. Um excerto:

"I landed at Heathrow on 26th January 1991 with three pounds in my pocket and a turban on my head. In my head were Oxford spires, Bertie Wooster, Pink Floyd, Sir Humphrey Appleby from Yes, Minister and the Marylebone Cricket Club—as well as a firm conviction that I would feel at home. I was heading for Hounslow in west London to get some cash from a family friend before going to the General Medical Council (GMC) offices near Great Portland Street to register, and finally to Lincoln to start work as a junior doctor. At Heathrow, I asked an elderly lady how to get to Hounslow, admitting that I only had £3. “Don’t worry love, you will get there and still have change left for a drink.” Paradise: where women you have never met call you “love.”

The GMC office was tricky to find. Outside the tube station, I asked directions from a group of youngsters who snarled: “Fuck off.” Disheartened, I turned to a man rushing somewhere. He looked at my creased paper with the GMC address and phone number, rang the number on his brick-sized mobile phone to find out where it was and walked me to the front door.

Lincoln was trickier still. Flat, everyone white, and not a turban or dark skin in sight. Walking back the first evening from a corner shop, I was stopped by three young men. Tattooed and aggressive, they wanted to know if I was aware that their country and my country were at war. They thought I was Iraqi. They were in no mood for lessons in geography, religion or culture; my pleading that I was a Sikh from India was of no interest. As they started to push and shove me, a group of women across the road came over. They were nursing students and one of them had seen me earlier that day trying to find my way round the hospital accommodation. One of them shooed the guys off with language that would do a seasoned sailor proud. I was close to tears. She took me to her flat, made me the most welcoming cup of tea I have ever had, and said: “Don’t mind those dickheads, love.” Love, again
I was bewildered..."

Is Britain a racist country? | Prospect Magazine