11 de fevereiro de 2008

Ponto da situação das eleições americanas

O objectivo é arrumar um conjunto de informação sobre as eleições (para os eventuais interessados; para futura referência e para ver se passo a outra coisa - têm leitura para muito tempo)



















































  1. A dinâmica de vitória de Obama é inegável (ver aqui número de delegados) e impressiona pela sua dimensão, apelo e penetração em alguns quadrantes - não é o candidato do establishement democrata (do partido democrata, entenda-se - esse, continua a ser Hillary Clinton) mas é o candidato dos negros, dos jovens, dos homens brancos democratas, e dos eleitores com rendimentos superiores (ver aqui e aqui).


































  2. No entanto, Hillary Clinton (latinos, mulheres, trabalhadores, eleitores mais idosos) - "the underdog" neste momento - não está fora da jogada, embora todo o mês de Feveiro não lhe prometa ser fácil. Eleições determinantes serão as do Texas e do Ohio, em 4 de Março (ver aqui, da Open Left, um colaborador apoiante de Obama).


































  3. Como tudo isto vai terminar? Esse é o título do artigo How will it all end? que a Salon.com dedica às eleições para a escolha do candidato democrata e onde os diversos cenários são explicitados. Uma séria possibilidade - devido à escolha dos delegados obedecer ao critério da proporcionalidade - é a do processo ter de desembocar no congresso democrata com os superdelegados (as "inerências") a determinar o resultado - opinião interessante sobre o papel destas inerências, face às objecções feitas à importância que poderão ter no processo, é a de Matthew Yglesias.


































  4. Uma dúvida colocada por muitos, é a de saber até que ponto a questão da raça e do género está a influenciar esta campanha. Já se referiu isso (aqui, no fim da nota). Um apontamento da American Prospect, de algum tempo atrás, assegura que sim, e de modo positivo (aqui). Uma interessante sondagem (de que não consigo descobrir a ligação) sobre os aspectos que mais condicionariam, de modo negativo, o sentido de voto, posicionavam a pertença religiosa aos mórmons e aos evangélicos (estilo Huckabee) como tendo muito mais peso do que ser negro ou mulher - no entanto, ser negro tem um peso negativo menor do que ser mulher.


































  5. O facto de ser mulher - é questionado - poderia explicar o ódio a Hillary Clinton? Stanley Fisher recorda a dimensão do fenómeno (aqui); discute as possíveis razões para ele e o eventual papel que o sexismo tem nisso (e aqui). O tema do ódio a Hillary Clinton é retomado por Paul Krugman que vê nele o resultado de uma campanha deliberada da direita americana - aplicação das " Clinton rules" - que, avisa, podendo estar a favorecer Obama, neste momento, se estenderão a ele se for escolhido como candidato democrata (aqui). Ele chama a atenção, noutra nota, para a apreciação (correcta) feita, por um apoiante de Obama, do tratamento dada pela comunicação social da chamada "carta racial" jogada pelos Clinton (ver aqui a opinião de Clive Crook - artigo deste no FT, aqui).


































  6. Já tendo em vista as eleições em Novembro, temos: um apontamento da Open Left, Goodbye red State America? onde se compara as votações democratas e republicanas até agora verificadas; outro da The American Prospect (aqui) sobre a evolução da agenda política evangélica e do voto da direita religiosa (isto cruza com a matéria desta nota).

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