20 de novembro de 2008

Educação: o momento (III)





  1. Respeito muito esta Ministra da Educação.

    Vi a entrevista de hoje, na RTP1, e gostei da argumentação, da justificação das medidas tomadas e da explicação da metodologia de actuação. O facto de recuar naqueles aspectos, sendo justificado em termos substantivos - é sempre bom corrigir o que está errado -, representa um bom passo táctico na defesa do que é essencial no processo, já que, nomeadamente, permitirá (possivelmente) uma descolagem da opinião pública da razoabilidade da argumentação contrária: se o Governo não pode ignorar a dimensão das manifestações, os sindicatos não podem ignorar o impacto de tudo isto na opinião pública, que interiorizou, de modo definitivo, a necessidade da avaliação - penso ser essa a grande vitória do Governo neste processo: daí ninguém contestar (oficialmente) a avaliação.






  2. A opinião de Pedro Adão e Silva sobre este processo (ver aqui), mesmo discutível - como é que se poderia ter feito de modo diferente? - merece ser considerada. Note-se que eu considero, em tese, que poderia ser feito de modo diferente: não existem é os instrumentos políticos para tal (já escrevi sobre isto neste blogue, mas não consigo identificar a nota).






  3. No entretanto, aguardo com curiosidade as próximas sondagens.






  4. Depois de ver a entrevista, assisti à Quadratura do Círculo, e a parte relativa à discussão do problema da educação, como aliás sucedera na semana passada (ver aqui), foi muito boa. A parte da intervenção do Pacheco Pereira onde faz o juízo de realidade do que se passa merece a minha concordância; acompanho-o na preocupação quanto às consequências de uma eventual "derrota" da Ministra e constato a avaliação que faz do posicionamento do seu partido nesta questão; depois disse coisas não triviais mas merecendo qualificações, ou discordância: sobre o modo como correu o processo, como foi conduzido, das consequências políticas do recuo/correcção de hoje... Os outros intervenientes estiveram também muito bem e fizerem essas qualificações, ou manifestaram essas discordâncias (eu protesto colocar nesta nota - em P.S. - a ligação ao vídeo tão-depressa seja colocado na SIC on-line).















PS: Tenciono escrever mais sobre tudo isto, mais que não seja porque estão prometidas novidades, neste domínio, para a região.








2 comentários:

maria disse...

Pois eu não concordo com o que dizes sobre as comunicações da ministra mas acredito que toda a gente que não tenha lido a legislação e modo como ela se concretiza e só leia e oiça comentários de quem não está no sistema pense o mesmo que tu.
A mim ela não me esclareceu nada até agora, fico a aguardar.
Não quero que penses que sou contra a avaliação ou que defendo o que havia dantes- nada havia com esse nome. Concordo que há algum exagero nisto tudo, da parte dos sindicatos e dos professores, também reconheço que deixar de ter privilégios é duro para muita gente,que haverá sempre alguém a opor-se a um sistema de mudança, qualquer que ele seja, mas não é só isso...algo está mal desde o ínicio neste processo todo.

José Matias disse...

Eu vou tentar precisar a minha posição sobre este processo todo numa nota (ou notas) posterior. Aliás, aqui nos Açores, prometem-se novidades no campo da Educação.
Eu estaria de acordo, de modo tentativo com a conclusão do teu comentário, nestes dois casos:
1) A educação esteve mal desde sempre: esteve sempre aquém do que o País necessitava, com responsabilidades diferentes, e/ou
2)Do mal o menos, a não ser que se mudasse o sistema de educação.
Isto não está muito claro - fica para depois.