18 de novembro de 2009

Reivindicações intempestivas

Causa Nossa: "Os outros que paguem a crise [Publicado por Vital Moreira] «Frente Sindical quer aumento salarial de 2,5% em 2010». Os funcionários públicos tiveram um aumento real de remunerações de cerca de 5% no corrente ano (o que deve ser um record nacional), mercê da imprudente aumento de 3% e da deflação de quase 2% no custo de vida. Agora querem mais 2,5%, com a inerente sobrecarga orçamental. Tendo em conta o aumento exponencial do défice orçamental (que deve superar os 7%), por causa da crise, e a necessidade de contenção da despesa pública, é caso para dizer que os sindicatos da função pública acham que os seus interesses privativos devem prevalecer contra tudo o resto..."

O argumento sindical mais forte invoca a perda de poder de compra dos ordenados da FP ao longo dos anos. Admitindo a bondade do argumento, e esquecendo que a oferta de bens públicos e semi-públicos é cara no país devido à ineficiência e falta de produtividade, e não olhando para a discussão da questão em outros países europeus (na Irlanda discute-se a diminuição dos salários nominais dos funcionários públicos), a reivindicação é completamente intempestiva face à situação económica do país que é particularmente grave.

Os sindicatos da FP deveriam manifestar-se, e fazer greve, e denunciar o que está mal (por exemplo, situações de corrupção e de desperdício) e o que deveria ser feito para melhorar o funcionamento da Administração Pública porque assim exige o interesse dos seus associados - sem ganhos de eficiência e de produtividade, não pode haver melhorias salariais além da reposição do poder de compra perdido pela inflação (e nesta conjuntura, enfim...).

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