19 de janeiro de 2010

Algumas referências sobre educação

Das referências abaixo, a que merece especial destaque, é a primeira. É um texto, particularmente interessante, de Hugo Mendes, que a partir da óptica da Sociologia da Educação, examina o discurso  crítico sobre a prática do "eduquês", e essa mesma prática, e qualifica-os. Eu, que sempre acompanhei as constatações críticas da situação da educação em Portugal, feitas por pessoas como o Nuno Crato, embora mantendo-as, sou levado a aceitar a contextualização feita aqui, mais que não seja, como um elemento de uma reflexão que está longe de qualquer conclusão definitiva. Leitura fortemente recomendada.

Os títulos das outras notas, ou as partes transcritas, explicam, de modo suficiente, o seu conteúdo.
  • O eduquês, os seus críticos e a sociologia da educação: como explicar e ultrapassar a “barreira de fogo” Hugo Mendes CESNOVA, FCSH-UNL Resumo Durante a década de 90 do seculo XX, num momento-chave do processo de universalização do ensino básico e de massificação do ensino secundário, ganhou visibilidade pública uma ideia crítica da organização, práticas e discursos do sistema educativo português: o “eduquês”. Colocado em circulação por vários actores dos meios académicos e intelectuais próximos do campo mediático, rapidamente se transformou na qualificação favorita de um conjunto de representantes de uma posição político-ideológica conservadora sobre a escola democrática. Quase hegemónico na avaliação publico-mediática que é feita do ensino não-superior em Portugal, o “eduquês” tem passado ao lado da reflexão crítica das ciências sociais, e em particular da sociologia da educação. Esta comunicação pretende reflectir sobre este fosso entre o discurso científico-social e o discurso mediático (ainda que produzido por alguns cientistas sociais) sobre a escola, fazendo uso da análise de alguns textos centrais na difusão do discurso e de conteúdos mediáticos dos últimos anos. O “eduquês” será analisado na dupla dimensão do discurso: a ideológica e a cognitiva. O “eduquês” existe efectivamente nas práticas e discursos dos actores e tem impacto na organização das instituições educativas? Ou trata-se de uma ficção construída pela projecção de preconceitos ideológicos conservadores em relação à escola democrática? E na medida em que a ideia tem alguma validade cognitiva, o que o caracteriza para além do impressionismo da sua caracterização mediática, e quais são as suas consequências efectivas para a qualidade do ensino e da aprendizagem? Estas são algumas das questões a que a sociologia da educação devia começar a dar resposta, na tentativa de qualificar o debate público-mediático sobre educação em Portugal, hoje quase monopolizado pelo discurso do “eduquês”.  
  • The science of science education - latimes.com: "Treisman wanted to understand why, over a 10-year period, there was not a single year in which more than two black or Latino students at Berkeley received grades of B-minus or better in first-term calculus. He set up a study to follow 20 African American and 20 Chinese American students with comparable socioeconomic backgrounds. His findings defied the stereotypes. Treisman demonstrated that several widely held assumptions -- that black students were less motivated or less prepared or had less family support -- could not explain their lower grades. His conclusion was that 'the black students typically worked alone' while 'the Chinese students learned from each other.' Using this insight, he constructed 'an anti-remedial program,' open to all but populated primarily by minority students, which emphasized 'group learning and a community life.' The results were dramatic, with participants in the program not only outperforming their minority peers but their white and Asian American classmates as well."

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