7 de março de 2011

Pois ....


As últimas declarações do PSD sobre educação foram um tiro na água. [...]

[O PSD] não pode passar metade da semana a atacar José Sócrates porque é incapaz de reduzir a despesa pública de forma consolidada - o que é verdade - e a outra metade a chumbar as poucas medidas do Executivo que se traduzem em poupanças. Sobretudo quando a justificação do PSD passa pelas consequências negativas dos cortes nos gastos para algumas centenas de professores. O partido de Passos Coelho não deve ser demagógico. As receitas de emagrecimento do Estado provocam dor e afectam os funcionários públicos. Infelizmente é assim mas não há outro caminho para sair da actual crise financeira.

Não está em causa a relevância da educação para o futuro. [...] Há muito potencial de poupança no Ministério da Educação, até por força da demografia. Com o número de jovens a diminuir e o de velhos a aumentar, sobram professores. Portanto, o desafio para o futuro imediato é mudar os objectivos e conseguir mais eficiência, gastando menos recursos.

Isto é fácil de dizer e difícil de conseguir. Os processos de mudança são difíceis em todas as organização e ainda mais num sector que tem sido massacrado por políticas contraditórias nas últimas décadas e que é um dos últimos bastiões do sindicalismo cego e conservador. Por isto, os políticos têm responsabilidades acrescidas quando falam da educação.

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O artigo deve ser lido na totalidade. Vem de encontro à minha reacção sobre o assunto. Haveria ainda a acrescentar a dimensão dos números invocados pela Ministra para justificar a tomada de decisão, e já agora, acrescentar uma chamada de atenção para a necessidade de reflectir sobre a decisão que criou,num primeiro tempo, aquilo que se descobre, agora, que não é nem eficaz nem eficiente. 

Quanto ao comportamento do PSD neste particular, é aquele que nos habituamos a esperar de toda a classe política portuguesa. Mais do que uma questão de valores, é uma questão de não saberem actuar de outro modo: face aos problemas políticos do século XXI, só dispõem das ferramentas políticas que os seus trisavós tinham no século XIX, e o aspecto mais grave é não vêem nisso qualquer limitação, qualquer problema.

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