11 de novembro de 2011

Almofadas, folgas e coisas quejandas...


Gostei muito deste debate, e gosto muito destes comentadores. Teria poucas qualificações a fazer ao que dizem. Quando a situação é tão complexa como a que vivemos, todas as narrativas explicativas, independentemente da sua qualidade, ou adequação, ou capacidade de captura das determinantes do que se passa, são incompletas - mais que fosse porque não conseguem comportar todos os cambiantes, todas as qualificações, toda a informação relevante. Daí resulta, que todas as narrativas sofrem do erro, mais que não seja por esse motivo, o da incompletude (há muitos mais outros tipos de erro). Do mesmo modo, quase todas as narrativas integram elementos de verdade. Existem práticas e métodos de limitar o problema, mas que são poucos usados: aprofundamento das problemáticas; diversificação da informação; desconfiança em relação às crenças (não estou a falar aqui das religiosas); combate ao clubismo; atenção aos apriorismos de todo o tipo; recusa de explicações unidimensionais, ou unimotivo etc..

Não seria necessário dizê-lo, mas não tenho nenhuma posição neo-modernista sobre a relatividade das narrativas - as narrativas diferenciam-se, sim senhor, pelo seu nível de erro e de verdade. O que estou a tentar dizer, note-se, é que podemos errar, e gravemente, dizendo, no entretanto, algumas verdades: há imensas pessoas a dizer verdades, de todos os lados, neste momento, no País, na Europa, e por aí adiante.

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