Um aparte a começar: num comentário a esta nota de Brad DeLong - que refere as consequências, hoje, da escravatura de há 150 anos - diz-se: "Maybe it's just a case of Tacitus having been right: "It belongs to human nature to hate those you have injured."
Indo ao cerne da questão, a nota em causa dá conta de um estudo sobre a virulência mais acentuada do racismo em condados do sul dos EUA que tinham antes de 1865 uma maior população escrava. Este estudo é mais um exemplo do fenómeno da prevalência de atitudes, instituições (no sentido lato do termo) e memes, no longo prazo - outros exemplos de estudos do mesmo tipo, serão, que me recorde, as diferenças societais, hoje, nos Balcãs entre os territórios aquém e além da antiga fronteira austro-húngara; aquelas entre os territórios no Peru, antes sujeitos ou não à instituição do recrutamento dos índios (mit'a) para as minas; o impacto no desenvolvimento das sociedades africanas de terem ou não sido sujeitas à exportação de escravos; a correlação entre a permanência do anti-semitismo mais acentuado, em sub-regiões alemães, e pogroms de judeus, nas mesmas zonas, durante a Idade Média.
Não nos deveríamos nunca esquecer de que o que fazemos se repercute no futuro, e de modo muito mais penetrante e extenso do que se pensava.
PS: Na mesma linha de estudos veja-se este: Origens of growth: How state institutions forged during the Protestant Reformation drove development, de Jeremiah Dittmar e Ralf R Meisenzahl, Vox: - "Throughout history, most states have functioned as kleptocracies and not as providers of public goods. This column analyses the diffusion of legal institutions that established Europe’s first large-scale experiments in mass public education. These institutions originated in Germany during the Protestant Reformation due to popular political mobilisation, but only in around half of Protestant cities. Cities that formalised these institutions grew faster over the next 200 years, both by attracting and by producing more highly skilled residents."
PS: Na mesma linha de estudos veja-se este: Origens of growth: How state institutions forged during the Protestant Reformation drove development, de Jeremiah Dittmar e Ralf R Meisenzahl, Vox: - "Throughout history, most states have functioned as kleptocracies and not as providers of public goods. This column analyses the diffusion of legal institutions that established Europe’s first large-scale experiments in mass public education. These institutions originated in Germany during the Protestant Reformation due to popular political mobilisation, but only in around half of Protestant cities. Cities that formalised these institutions grew faster over the next 200 years, both by attracting and by producing more highly skilled residents."
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