19 de março de 2008

EUA e Iraque: números

O DiarioEconomico.com, num artigo de Joseph Stiglitz , “The three trillion dollar war” , fala-nos dos números (mas não só) que definem a guerra no Iraque, já velha de 5 anos . Excertos:




  • "...o custo económico da guerra para os EUA ascenderá aos três biliões de dólares e, para o resto do mundo, outros três biliões ... A administração Bush disse que a guerra custaria 50 mil milhões de dólares. É este o montante que os EUA gastam actualmente no Iraque a cada três meses. Contextualizemos: um sexto deste valor permitiria aos EUA pôr de pé um sistema de Segurança Social robusto para os próximos 50 anos, sem reduzir benefícios nem aumentar as contribuições. "





  • "Se nada mudar, teremos de somar à dívida nacional dos EUA – que rondava os 5,7 biliões de dólares quando Bush assumiu o cargo de presidente – mais 2 biliões de dólares devido à guerra, além dos 800 mil milhões do “consulado” Bush antes da guerra."




  • "... Diferentes grupos de veteranos invocaram a Lei de Liberdade de Informação para poderem ter acesso aos números reais: os feridos totalizaram 15 vezes o número de baixas. Foram diagnosticadas perturbações de ‘stress’ pós-traumático em 52 mil dos veteranos que entretanto regressaram ao país. Estima-se que os EUA tenham de atribuir pensões de invalidez a 40% dos 1,65 milhões de soldados que já serviram no Iraque. Uma despesa que tende a aumentar à medida que a guerra se arrasta e que hoje se cifra em mais de 600 mil milhões de dólares."





  • "... E o recurso a fornecedores privados ajudou a encarecer a factura. Um guarda da Blackwater Security pode custar para cima de mil dólares por dia, valor que não inclui seguro de vida ou pensão de invalidez, pagos pelo governo."





  • "Quando a taxa de desemprego no Iraque disparou para os 60%, fazia todo o sentido recrutar iraquianos. Mas não foi isso que aconteceu. Os fornecedores militares preferiram importar mão-de-obra barata do Nepal, das Filipinas e de outros países. A guerra só teve até agora dois vencedores: as petrolíferas e os fornecedores militares. "





  • "Metade dos médicos iraquianos foram mortos ou abandonaram o país, a taxa de desemprego ronda os 25% e, cinco anos depois de a guerra começar, Bagdade continua a ter electricidade menos de oito horas por dia. Dos 28 milhões que constituem a população iraquiana, 4 milhões são deslocados e 2 milhões fugiram do país."





  • "..No entanto, estudos estatísticos sobre a taxa de mortalidade antes e depois da invasão são esclarecedores: das 450 mil mortes nos primeiros 40 meses de guerra (incluindo 150 mil mortes violentas) atingiu-se recentemente as 600 mil. "


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