Estamos face à possibilidade de se verificarem mudanças profundas do modo como se tem vindo a ver o mundo, a fazer política e a lidar com a economia? A conjuntura financeira, económica e financeira, por todo o lado, mas particularmente nos EUA, é portadora de sinais que apontam nesse sentido. Não se consegue perceber como tudo isto irá terminar mas o sistema arrisca-se a um abalo que não deixará nada como dantes.
No horizonte de curto prazo perfilam-se as eleições presidenciais norte-americanas, que no caso da vitória democrata, implicarão alterações importantes (qualquer que seja o candidato nomeado) - as consequências dessa vitória serão potenciadas, muito provavelmente, por aquilo que se está a verificar em Wall Street, em termos do reforço de uma agenda política e económica, mais à esquerda, mais intervencionista e regulamentadora, internamente, e multilateralista no exterior. A forma como o novo Presidente dos EUA responder (e conseguir responder) no domínio das questões ligadas ao aquecimento global será outro aspecto determinante. No entretanto, no médio prazo, e para além de tudo aquilo que se prende com a ascensão das economias da Ásia e a pressão sobre os recursos, outras mudanças podem ocorrer com consequências geo-políticas e económicas imprevisíveis.
Vejam os artigos referenciados abaixo - dão conta de uma mudança de clima...
- E. J. Dionne Jr.-The Street on Welfare-washingtonpost.com: é uma tomada de posição irritada: " Never do I want to hear again from my conservative friends about how brilliant capitalists are ... But in the enthusiasm for deregulation ... we forgot the lesson that government needs to keep a careful watch on what capitalists do. Of course, some deregulation can be salutary, and the market system is, on balance, a wondrous instrument -- when it works. But the free market is just that: an instrument, not a principle... "We have been saying for so long that government is the enemy. Government is the enemy until you need a friend."
- Dan Froomkin -Bush's Financial Katrina -washingtonpost.com: faz o ponto da actuação da Administração Bush nesta conjuntura e cita: "...[S]ome economists and lawmakers said that the administration had too strongly resisted efforts to regulate either the mortgage industry or Wall Street's new mortgage-backed securities out of a misplaced faith in free markets"
- The euro could surpass the dollar within ten years vox - Research-based policy analysis and commentary from leading economists: The International Economy [diz Jeffrey Frankel ] recently asked experts: Ten years from now, which will likely be the next great global currency? My answer is that it just might be the euro... One might ask why this would matter. Some of the reasons are economic: the US would lose the “exorbitant privilege” of being able to finance its international deficits easily. But there are also possible geopolitical implications ... " [vejam o gráfico acima]
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