E continua.
Esta crise é um bom exemplo do perigo da complacência nos tempos de agora e, principalmente, do futuro, nesta (e noutras) matérias. Esta crise alimentar não resulta da falta (física - escassez absoluta) de alimentos - existem cereais em quantidade suficiente para alimentar todos no mundo: o que acontece é que a alimentação é só uma das suas utilizações possíveis (biocombustíveis, produção de carne, ...) e é a concorrência entre essas utilizações diferentes (mas não só - e.g., seca em regiões agrícolas estratégicas...) que alimenta a subida dos preços, a escassez relativa, a especulação (os cereais como um qualquer activo que se valoriza, num momento em que o dólar desvaloriza). Temos a procura solvível dos ricos (biocombustíveis, produção de carne, alimentação...) face a falta de solvibilidade da procura dos mais pobres (alimentação).
A história é mais complexa do que digo acima - os artigos que referencio são úteis por isso mesmo - e tem lições para o futuro. Nós caminhamos para uma situação onde a população do mundo se aproximará dos 9 mil milhões de pessoas (ver aqui), e com essa aproximação a ocorrer no momento em que as consequências do aquecimento global se estiverem a efectivar de modo inequívoco - (mesmo agora muitos se questionaram se as secas já não eram prenúncio desse estado de coisas). O sistema de produção alimentar mundial é vulnerável - esta crise prova-o. Esta crise irá passar, mas outras crises se perfilarão no horizonte porque essa vulnerabilidade irá aumentar.
Esta crise é um bom exemplo do perigo da complacência nos tempos de agora e, principalmente, do futuro, nesta (e noutras) matérias. Esta crise alimentar não resulta da falta (física - escassez absoluta) de alimentos - existem cereais em quantidade suficiente para alimentar todos no mundo: o que acontece é que a alimentação é só uma das suas utilizações possíveis (biocombustíveis, produção de carne, ...) e é a concorrência entre essas utilizações diferentes (mas não só - e.g., seca em regiões agrícolas estratégicas...) que alimenta a subida dos preços, a escassez relativa, a especulação (os cereais como um qualquer activo que se valoriza, num momento em que o dólar desvaloriza). Temos a procura solvível dos ricos (biocombustíveis, produção de carne, alimentação...) face a falta de solvibilidade da procura dos mais pobres (alimentação).
A história é mais complexa do que digo acima - os artigos que referencio são úteis por isso mesmo - e tem lições para o futuro. Nós caminhamos para uma situação onde a população do mundo se aproximará dos 9 mil milhões de pessoas (ver aqui), e com essa aproximação a ocorrer no momento em que as consequências do aquecimento global se estiverem a efectivar de modo inequívoco - (mesmo agora muitos se questionaram se as secas já não eram prenúncio desse estado de coisas). O sistema de produção alimentar mundial é vulnerável - esta crise prova-o. Esta crise irá passar, mas outras crises se perfilarão no horizonte porque essa vulnerabilidade irá aumentar.
Ligações (das mais recentes para as mais antigas):
- The mirror, not Malthus Gristmill: The environmental news blog Grist: "Perhaps you saw the recent UNESCO report on the future of agriculture. It calls for a major paradigm shift in agriculture away from fossil fuels toward organic agriculture and greater equity of distribution. Wow, I wonder why no one ever thought of that before?
- "There is no food shortage Gristmill: The environmental news blog Grist:...There isn't a food shortage, at least not yet. There is a food price crisis, which is a very different beast."
- Food prices: The need for insurance vox - Research-based policy analysis and commentary from leading economists: "After being stable for several decades, foodstuff prices began to rise again in 2005, and in 2007, their increase was phenomenal. From March 2007 to March 2008, the average world price for corn increased 30%; for rice, it increased 74%; for soybeans, 87%; and for wheat, 130% (the BBC has a nice summary of what is happening to food prices)."
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