Pedro Adão e Silva pergunta-se Investir ou não investir? - DiarioEconomico.com e a resposta, a contrário do que diz Ferreira Leite, é afirmativa, embora (mas deve ser sempre assim, não é?) com critério.
Confesso que a questão me incomoda, e incomoda-me exactamente pelos motivos invocados pela Ferreira Leite quanto ao nível do endividamente externo português - não estou em condições (não sei - teria de ler uns coisas mais) nem de avaliar a gravidade do problema; nem de como essa gravidade se articula e potencia face à conjuntura; nem de qual o mecanismo de transmissão em causa. Existem, contudo, indícios que apontariam que uma eventual fragilidade da zona euro pudesse levar ao perigo de falência de EM da União (ver aqui, por exemplo). Portugal não tem o nível de exposição aos problemas do seu sector financeiro que têm outros estados europeus - o compromisso que assumiu de fiador em relação ao sistema bancário sendo significativo em termos de PIB está longe da extensão de outros compromissos; tem as contas públicas sob controlo, mas é um facto ter um nível de endividamento externo elevado. Não fosse esse facto não teria qualquer dúvida: o momento era de contrariar a possibilidade de recessão com um programa público de estímulo à economia real.
Por isso gostaria de ter mais informação sobre as posições de Augusto Mateus e Luís Campos e Cunha, que segundo parece (ouvi na televisão) estariam também contra o programa de investimentos do Governo. PS: Ver a reflexão sobre esta questão de Pedro Pita Barros em Perdemos o futuro? - DiarioEconomico.com.
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