"Embora a análise dos sucessivos orçamentos desde a aprovação do Tratado de Maastricht se tenha centrado nos ‘déficits’, o sinal mais preocupante da nossa persistente falta de competitividade externa é o nível e a evolução do nosso ‘deficit’ externo. Muitos – grupo onde nos incluímos desde antes da entrada o Euro – têm chamado a atenção para a impossibilidade de o Estado, famílias e as empresas viverem com poupança negativa, em termos externos. O nível de pagamento de juros ao estrangeiro que já atinge 6% do PIB e um desequilíbrio anual superior a 10% do PIB significam, principalmente, que a situação não é sustentável e deve ou tem de ser corrigida. Deve, porque a sua continuação nos obrigará a vender ao exterior os nossos melhores activos, empresas e propriedades, públicas ou privadas. Tem, porque a actual situação financeira internacional não permitirá assegurar a renovação dos financiamentos externos necessários. Além do mais, não é concebível que o Governo, através do Estado, dê garantia a todas as operações de financiamento externo – 40 milhões de euros por dia – que os bancos têm de fazer para assegurar o crédito necessário ao financiamento da economia portuguesa, sem que, simultaneamente, tome as medidas necessárias à contenção do crescimento do endividamento externo, que passou de 65% do PIB em 2004 para 90% em 2007." Pedro Ferraz da Costa em Orçamento de Estado 2009 (I) - DiarioEconomico.com.
Sem comentários:
Enviar um comentário