16 de janeiro de 2009

Coisas tristes (IV)

Eu não ouvi o que o Cardeal Patriarca afirmou sobre o casamento entre mulheres cristãs e homens muçulmanos, mas aquilo que disse não deve ter sido muito diferente da posição que o Vaticano tomou sobre o assunto em 2004:



“When, for example, a Catholic woman and a Muslim wish to marry…bitter experience teaches us that a particularly careful and in-depth preparation is called for. During it [the preparation] the two fiancées will be helped to know and consciously ‘assume’ the profound cultural and religious differences they will have to face, both between themselves and in relation to their respective families and the Muslim's original environment, to which they may possibly return after a period spent abroad.”" Tirado de Muslim-Christian Marriage, With Eyes Open On Faith washingtonpost.com (opinião favorável aos casamentos entre cristãs e muçulmanos).
Esta questão é uma questão grave que tem afectado a vida de muita gente, e de modo muito desagradável. Tem a ver com diferenças culturais profundas como o afirma o Vaticano. E é bom perceber onde os problemas podem surgir. Existem inúmeros casamentos desse tipo, felizes e tudo o mais - e devem ser, não o duvido, a esmagadora maioria. Mas tudo é testado no limite, na margem - o que sucede quando este tipo de casamentos está no seu limite? Como, aliás, acontece nos casamentos em geral, os problemas sérios acontecem quando se verificam as crises - e as diferenças culturais é aí que são importantes porque moldam o modo como se gerem a crises, e as soluções que são encontradas para elas (ainda que a solução possa ser o divórcio).
Daí que o Cardeal Patriarca tenha razão - estou a partir do pressuposto de que não se afastou da declaração do Vaticano: devem haver cuidados prévios, e como disse Medeiros Ferreira (Bicho Carpinteiro), em todo o caso, no que respeita ao casamento convém sempre pensar duas vezes (estou a citar de cor).
Para mais informação sobre o tópico, é fácil (e viva a internet): pesquisa no Google com "muslim christian marriages": desisti de ver mais a partir da quarta, quinta entrada - a minha percepção (já antiga) sobre o assunto, confirmou-se...

Sem comentários: