16 de março de 2009

Eleições para a Câmara Municipal de Ponta Delgada


Não vou discutir qual poderá ser o custo de oportunidade para os Açores do Paulo Casaca não poder desempenhar um terceiro mandato no Parlamento Europeu. O próximo quadriénio poderá bem ser um dos momentos mais determinantes da história futura da União Europeia e, isso, irá influenciar, de modo significativo, a agenda e os interesses dos Açores - mas passemos à frente.
Ao longo de alguns anos acompanhei, de perto, a actuação de Paulo Casaca enquanto eurodeputado. A sua actuação caracterizou-se sempre pela atipicidade: estudava os assuntos, dominava-os tecnicamente, percebia as implicações políticas, e, como conhecia os Açores bem - conhecer, no sentido, de saber o que os define - sabia modular a sua intervenção política, no Parlamento e fora dele, de forma pró-activa, de molde a defender os interesses da Região de modo consistente, tenaz, inteligente e com sucesso. Os Açores devem-lhe, efectivamente, muito.

O facto dessa actuação ter ultrapassado os limites do que nos habituamos a esperar, infelizmente, de um qualquer parlamentar, não implicou qualquer prejuízo - muito pelo contrário - quanto à prossecução da defesa daquilo que vinha em primeira lugar: o interesse dos Açores. A margem de manobra e de influência que obteve das suas preocupações extra-regionais (perfeitamente enquadráveis na assunção do seu mandato de eurodeputado) - e que não se limitaram às questões do próximo e médio oriente - foi sempre reinvestida, com eficácia, na potencialização da defesa daquele interesse. Não perceber isto, é má-fé ou tacanhice. Aliás, esse ganho de influência, de conhecimentos, de redes de contactos, e muito mais, deveria ter sido integrado na apreciação daquele custo de oportunidade, como é bom de ver.

É, de todo em todo, seguro que este padrão de actuação se venha a repetir na Presidência da Câmara de Ponta Delgada. Isso é uma boa notícia para Ponta Delgada e para os Açores. Por tudo aquilo, de funções e temáticas, que se associam ao desempenho de um cargo desse tipo, mas também, por outro conjunto de preocupações, de, digamos, âmbito mais estratégico. Destaquemos duas: Ponta Delgada tem uma importância estratégica determinante para o desenvolvimento e crescimento dos Açores: é o polo urbano que lidera a zona metropolitana que inclui a Lagoa e a Ribeira Grande, a zona com mais potencial da Região, e que se deve constituir, mais do que até agora, como a grande alavanca do seu crescimento; Ponta Delgada tem de ser marcante na resposta, absolutamente necessária (e que tarda), que a Região terá de dar no campo da eficiência energética, nomeadamente, na parte que diz respeito ao urbanismo. Mais do que qualquer candidato, efectivo ou potencial, o Paulo Casaca é, por isso também, a pessoa certa, no momento certo, para o lugar.

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