2 de março de 2009

Quando acaba a crise nos Açores?

Nem me tinha apercebido que a crise tinha chegado, em força, aos Açores e já enunciam que a retoma se inicia no segundo semestre deste ano. (Nisso não estou sózinho: outro dia, à saída do elevador do Parque Atlântico, um popular - pelos vistos tão às aranhas como eu - afirmava, ao telemóvel: a crise ainda não chegou cá...). Não dá para perceber a previsão quanto à retoma, mas dá para preocupar o facto de se considerar que no primeiro semestre o quadro já não será o melhor, e, como tal, ser de boa política, reconhecê-lo.


À luz do que se sabe neste preciso momento (ver a nota seguinte) sobre o que se está a passar a nível mundial, e na base da conjectura de que sempre existirá um desfasamento entre o que se passa lá fora e os seus reflexos cá dentro, tudo aponta, a meu ver, para termos um ano de 2009, e não só o primeiro semestre, de crescente "grande complexidade", para usar a expressão do PGRAA. E é uma séria possibilidade que, como tal, continue em 2010, pelo menos durante o primeiro semestre.



A minha grande dúvida quanto aos efeitos da crise nos Açores diz respeito à intensidade com que ela se verificará no arquipélago. Tenho dúvidas sobre a eficácia real das medidas (defensivas) tomadas e, questiono-me, seriamente, se não poderiam ser tomadas (ainda) outras, com um cariz mais estratégico, mas com impacto já no curto prazo.
No entretanto, não vejo como a crise na Região poderá ter uma duração menor da que houver lá fora. Não acredito que as medidas tomadas consigam o objectivo assumido (agora) de, pelo menos, apressar o seu fim e provocar a retoma - há alguns meses atrás, o Secretário da Economia era mais "ambicioso" e defendia que a actuação do Governo seria de molde a suster o aparecimento da crise, na região, ao nível da "turbulência". O grande instrumento de política de gestão da conjuntura, é, em grande medida, passivo; resulta do nível per capita, muito elevado, de despesa e investimento públicos na Região, e o seu principal efeito consistirá no amortecimento duma conjuntura económica negativa - repito, a grande dúvida, consiste em saber qual será o grau desse amortecimento.







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