13 de agosto de 2009

O que os outros fazem quanto a estatísticas

Esta referência:  The Irish Economy � Blog Archive � Measuring Ireland’s Progress, remete-nos para uma publicação do serviço de estatística da Irlanda, onde se faz o ponto da situação da Irlanda, no conjunto dos países da Europa (UE e alguns dos outros), por recurso a um leque muito diversificado de indicadores.
Esta publicação tem duas utilidades para nós: primeira utilidade: acaba, "en passant", por via da comparação, por dar a informação sobre a situação de Portugal no que respeita aos mesmos indicadores; segunda utilidade: a do exemplo.
Quanto à questão do exemplo, impõe-se uma precisão: penso que o INE tem algo parecido, mas talvez não tão completo. Mas, mesmo nesse caso, o exemplo é relevante para os Açores, não pelo produto em si - embora, existindo não viesse nenhum mal ao mundo - mas pela atitude contrastante das elites sócio-políticas quanto ao uso e utilidade das estatísticas como suporte da reflexão e actividade política - veja-se o excerto que se escolheu apresentar que ilustra, a meu ver, as diferenças:
"The social partnership agreement 2003-20051 requested the CSO to support a move towards more idence-based policy-making by developing a set of national progress indicators. In its report, Developing Irish Social and Equality Statistics to meet Policy Needs, the NSB asked the CSO to prepare a preliminary national progress indicators report. It was intended that this initial report would facilitate discussions between the main users and producers of key economic and social statistics with a view to reaching consensus on the most appropriate set of indicators to determine whether target national economic and social outcomes are being achieved. The NSB reiterated the need for a key national progress indicators report in its Strategy for Statistics 2003- 20083. The Board requested that the selected indicators should be consistent with international statistical concepts and facilitate international benchmarking."
Eu sou capaz de conjecturar as razões porque as elites locais mostram um completo alheamento sobre o modo de produção estatística local, das suas virtualidades, das suas qualidades e - conjecturemos - das suas limitações. O assunto, que eu me tenha apercebido, nunca mereceu referências públicas - alguém do PSD questionou, em dado momento, o facto do Director ser do PS, mas isso é tontice, e logo não se qualifica como algo relevante - nem provocou uma qualquer reflexão na ALR.
Uma das razões é óbvia e triste (mas não é única): para o tipo de reflexão e de actividade política que têm, estão satisfeitos com a dotação estatística que têm - aliás, nem isso utilizam cabalmente e de modo eficaz.

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