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6 de outubro de 2011

Na ciência como na política é necessário ter toda a informação para actuar e decidir bem - Video on TED.com


Ben Goldacre: Battling bad science | Video on TED.com

Every day there are news reports of new health advice, but how can you know if they're right? Doctor and epidemiologist Ben Goldacre shows us, at high speed, the ways evidence can be distorted, from the blindingly obvious nutrition claims to the very subtle tricks of the pharmaceutical industry.

31 de agosto de 2011

Eu também gostaria de ver recursos devotados a melhorar a capacidade e a tempestividade da informação estatística que permita, de modo efectivo, perceber o estado da economia dos Açores

No entretanto,  poderemos usar o desemprego como proxy para sobpesar a dimensão dos problemas económicos dos Açores? Hum, talvez, mas só como forma de precisar um limiar inferior da amplitude da situação e, isso, só com um conjunto grande de qualificações - por exemplo, ver o caso da Madeira onde a restrição do endividamento foi mandada às urtigas: nesse caso a informação dada pelo desemprego sobre a efectiva situação económica é, no mínimo, muito limitada.

Talvez não fosse despiciendo ponderar a possibilidade do cumprimento do efeito Seneca (ver a anterior nota) à situação das regiões autónomas.

EconoMonitor : EconoMonitor » Policymakers Need Better Data on the Economy

As I’ve written about before, I would like to see resources devoted to improving our ability to understand the state of the economy in (near) real time. The lack of accurate data made it much more difficult to respond to the current recession,
[....]
Focus On Unemployment To Measure Output Gap, by Mathew Ygesias: Sveriges Riksbank deputy governor Lars E.O. Svensson, my favorite central banker, delivered a speech a few months ago (it’s English title “For a Better Monetary Policy: Focus on Inflation and Unemployment” makes it sound totally banal but it’s not) that had bearing on the question of what’s a policymaker to do in a world where government statisticians can’t accurately measure recessions fast enough to do stabilization policy. He argues that we should forget about the GDP output gap and just pay attention to unemployment.

4 de agosto de 2011

12 de fevereiro de 2011

Cancro nos Açores

Ouvi, ontem, no Expresso da Meia-Noite, que o Expresso publicado hoje, mas que, aqui, nos Açores, só teremos acesso amanhã, referia a situação do cancro nos Açores. Não sei, portanto, o conteúdo da notícia.  Poderá estar ligada ao estudo do Professor Manuel Coelho e Silva sobre a evolução da expectativa de vida  dos portugueses baseada num sub-conjunto da população escolar dos Açores. 

Mas se referir só o cancro nos Açores, a notícia peca por ser redutora e mal informada. O problema é que nos Açores, relativamente ao Continente, e menos em relação à Madeira, a  taxa de mortalidade - medida pela taxa de mortalidade normalizada - não só quanto ao cancro, mas em relação às doenças mais graves, é significativamente maior. Isso é sabido desde 2005 na base de informação estatística dada pelo INE. Que o assunto leve  6 a 7 anos a aflorar na opinião pública, através da comunicação social continental,  sem que a nível político regional, do governo e oposição,  tenha merecido a devida atenção, discussão e projecção pública, é absolutamente estarrecedor - se as pessoas estão a morrer cá mais do que lá,  em termos  relativos, isso significa que há causas locais, necessariamente, ao nível de comportamento de cada um dos cidadãos, que importa estudar, denunciar, alertar e prevenir, mais, e com mais eficácia do que tem sido feito: o não o fazer releva da negligência criminosa. Obviamente, que o problema não radica no Sistema Regional de Saúde (SRS),  e dos seus profissionais, que nada devem em termos de qualidade e de proficiência aos seus congéneres continentais - o problema está noutro lado.

Não que todos tenham estado distraídos. O autor do blogue Canibais e Reis já me tinha alertado  para o assunto e tinha-me solicitado apoio na obtenção de informação que permitisse perceber e contextualizar a diferença entre os Açores e o Continente - (como seria de esperar, essa informação não abunda)- o meu filho antes, também me tinha referido que os números quanto ao cancro nos Açores eram alarmantes. Referi o assunto aqui. No entretanto, ainda há pouco do tempo, esse blogue abordou o assunto:


[Quanto aos Açores] "....há uns factos pouco conhecidos que talvez se possam explorar. Por exemplo, nas estatísticas de 2005, a mortalidade nos Açores/Madeira (cerca de 900 a 960 mortes/100.000hab/ano) era muitíssimo superior à média do Continente (665 mortes/100.000hab/ano). Repare que é uma diferença enormíssima, quase na casa dos 30%.....

E porquê os Açores têm dobro de mortalidade cardiovascular e muito mais pneumonia/infecções? ....

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Visitem o blogue para ler a nota na totalidade. Voltarei ao assunto. Como devem ter reparado a questão é política; é de saúde pública; é, pois, do nível que se tem de sensibilidade social; é, deixem-me brincar com coisas sérias, economicista (vejam o défice do SRS); e é, também, de como uma região, que é autónoma, se conhece, se conhece a si própria, ou, enfim, não se conhece: mas, se não se conhece, como pode ser governada bem?

Histórias exemplares

À volta de 1987 fui admitido na Direcção Geral da Administração Pública. Foi-me dito, na altura, que apesar dos esforços do organismo, não se sabia com precisão quantos funcionários públicos tinha o País, e isso porque o inquérito anual sobre o assunto não era respondido por muitos dos outros organismos. É sabido que a evolução da variável: número de funcionários determina, via ordenados, parte significativa da despesa pública. É óbvio que a mais elementar gestão dessa despesa, por parte dos sucessivos governos, passaria e passa pelo acompanhamento da progressão dessa variável. É óbvio que os sucessivos governos não o consideraram óbvio, já que o assunto seria resolvido, facilmente, se os dirigentes dos organismos faltosos fossem demitidos, e demitidos por esse motivo - mas a ameaça de qualquer um dos sucessivos primeiro-ministros de o fazer teria produzido o resultado pretendido.

Penso que só recentemente se conseguiu, finalmente, saber com exactidão esse número. 

Quando conto a história, muitas vezes deparo-me só com olhos vidrados.

Questionam-se, por acaso, porque razão estamos como estamos? Esta é uma das pistas a explorar ...

Estatística


"To identify the things that work and stop doing the things that don’t, we must collect massive amounts of data, study them in the right way, and resist efforts to restrict their use.

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É óbvio, ou deveria sê-lo.

2 de fevereiro de 2011

E isso é mais verdade em algumas jurisdições do que noutras ...


"... the real point here is to remember, always, that economic statistics are a peculiarly boring sub-genre of science fiction; extremely useful, but not to be treated as absolute truth.

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Estou, obviamente, a correr o risco disto ser embandeirado pelos do costume, donde à cautela, lembrar que há boa e má ficção científica, e que a má estatística económica, não só não é útil como é perniciosa porque de verdadeira é que não tem nada (vide, por exemplo,as criativas contas económicas gregas pré-crise)-a outra, pelo menos, tenta aproximar-se da realidade e não pretende enganar. A leitura da nota dá uma ideia do tipo de trabalho que se tem, habitualmente, com estatísticas económicas.

3 de dezembro de 2009

"Gráficos mais assustadores do ano" - literacia em Portugal

A Margens de erro chama a atenção para um estudo: " A Dimensão Económica da Literacia em Portugal:
Uma Análise"dizendo que tem os gráficos mais assustadores do ano: ver Margens de erro: Prémio "Gráficos mais assustadores do ano".

Não li o estudo, mas já o inspeccionei: concordo com a opinião da Margens de erro, por isso recomendo que aceda ao estudo, e assuste-se com o que aí se diz (à luz da situação do desemprego em Portugal).

21 de agosto de 2009

De novo, da necessidade de boas estatísticas

Os outros dizem-nos tudo aquilo que necessitamos fazer. Obviamente, para ouvir é necessário estar preparado para tal. O presidente de que se fala abaixo é, como será fácil de perceber, Obama. 
Sobre estatística, neste bogue, existem outros apontamentos (pesquisar a etiqueta estatística):

OMB - Blog Post - Using Statistics to Drive Sound Policy

"The President has made it very clear that policy decisions should be driven by evidence – accentuating the role of Federal statistics as a resource for policymakers.  Robust, unbiased data are the first step toward addressing our long-term economic needs and key policy priorities.
In my speech this morning, I noted two particular areas where more and better data would be useful: health care and education.  In health care, bending the curve on cost growth will require more information about how we’re spending our health dollars, the health outcomes we’re producing, and how specific interventions rank against alternative treatments.  In education, better longitudinal data on the progress of individual students, which can be linked to specific programs and teachers, will go a long way to helping us understand what works better – and what doesn’t -- and as a result, where to target scarce resources to bolster student achievement.
Sound data by themselves are not sufficient to create sound public policy decisions, but the Administration has been clear that data – importantly including the stream of data that comes from Federal statistical sources -- and evidence are a necessary and crucial component in our policy process."  

13 de agosto de 2009

O que os outros fazem quanto a estatísticas

Esta referência:  The Irish Economy � Blog Archive � Measuring Ireland’s Progress, remete-nos para uma publicação do serviço de estatística da Irlanda, onde se faz o ponto da situação da Irlanda, no conjunto dos países da Europa (UE e alguns dos outros), por recurso a um leque muito diversificado de indicadores.
Esta publicação tem duas utilidades para nós: primeira utilidade: acaba, "en passant", por via da comparação, por dar a informação sobre a situação de Portugal no que respeita aos mesmos indicadores; segunda utilidade: a do exemplo.
Quanto à questão do exemplo, impõe-se uma precisão: penso que o INE tem algo parecido, mas talvez não tão completo. Mas, mesmo nesse caso, o exemplo é relevante para os Açores, não pelo produto em si - embora, existindo não viesse nenhum mal ao mundo - mas pela atitude contrastante das elites sócio-políticas quanto ao uso e utilidade das estatísticas como suporte da reflexão e actividade política - veja-se o excerto que se escolheu apresentar que ilustra, a meu ver, as diferenças:
"The social partnership agreement 2003-20051 requested the CSO to support a move towards more idence-based policy-making by developing a set of national progress indicators. In its report, Developing Irish Social and Equality Statistics to meet Policy Needs, the NSB asked the CSO to prepare a preliminary national progress indicators report. It was intended that this initial report would facilitate discussions between the main users and producers of key economic and social statistics with a view to reaching consensus on the most appropriate set of indicators to determine whether target national economic and social outcomes are being achieved. The NSB reiterated the need for a key national progress indicators report in its Strategy for Statistics 2003- 20083. The Board requested that the selected indicators should be consistent with international statistical concepts and facilitate international benchmarking."
Eu sou capaz de conjecturar as razões porque as elites locais mostram um completo alheamento sobre o modo de produção estatística local, das suas virtualidades, das suas qualidades e - conjecturemos - das suas limitações. O assunto, que eu me tenha apercebido, nunca mereceu referências públicas - alguém do PSD questionou, em dado momento, o facto do Director ser do PS, mas isso é tontice, e logo não se qualifica como algo relevante - nem provocou uma qualquer reflexão na ALR.
Uma das razões é óbvia e triste (mas não é única): para o tipo de reflexão e de actividade política que têm, estão satisfeitos com a dotação estatística que têm - aliás, nem isso utilizam cabalmente e de modo eficaz.

16 de julho de 2009

De novo a quantificação

Ao reler, há bocado, a nota que coloquei de um artigo notável sobre o sistema de saúde dos EUA (ver aqui), e da importância da estatística em tê-lo viabilizado, lembrei-me de um outro, de Pedro Magalhães, Outro Planeta - Margens de Erro, que concorre com tudo o que é dito naquela outra nota:

"Passei esta semana em Braga, na Universidade do Minho, num Curso de Verão organizado pelo Núcleo de Investigação em Politicas Económicas, onde trabalha o meu amigo LA-C. O curso foi leccionado por Joshua Angrist, do MIT, um economista americano muito conhecido que falou sobre um conjunto de técnicas econométricas destinadas a estimar rigorosamente efeitos causais recorrendo a dados observacionais ou a corrigir problemas ocorridos em estudos experimentais onde, apesar da aleatorização dos sujeitos, não se consegue evitar que os grupos de controlo e de tratamento se seleccionem, em parte, a si próprios. Parte significativa da matemática utilizada para provar teoremas, confesso, passou-me por cima. Mas as técnicas e a sua aplicação não são especialmente complicadas e a coisa toda foi muito bem feita, bem organizada e muito estimulante.


Se falo nisto é apenas para assinalar que muitos dos trabalhos de Angrist têm como objectivo estimar as consequências de variações institucionais e de intervenções concretas nas politicas públicas. Que tipos de escolas produzem melhores resultados nos exames dos alunos? Qual o efeito da dimensão das turmas? Vale a pena avaliar os professores, e como? Que impacto têm as políticas laborais activas? Quais os efeitos do serviço militar obrigatório nos rendimentos futuros dos recrutados? E do prolongamento da escolaridade obrigatória? Etc, etc, etc. Aquilo que mais me impressionou no contacto com esta bibliografia é a compreensão da distância abissal entre a natureza do debate sobre as politicas públicas em Portugal e nos EUA. Nos EUA, a preocupação com medir os efeitos das políticas vai ao ponto dos organismos organizarem frequentemente experiências [...]"
Pedro Magalhães conclui que em Portugal, estamos noutro planeta.
Uma nota "en passant":
a qualidade do trabalho dos economistas, nomeadamente, a nível macroeconómico, depende da qualidade e quantidade da informação estatística - a sua ausência, funciona, aliás, como desincentivo ao trabalho nessa área de investigação.
Nota à nota "en passant":
O reparo só é relevante, se os responsáveis considerarem que a análise macroeconómica traz alguma coisa. Mas é possível ter responsáveis políticos a considerar isso? É. Tal dependerá da sua sensibilidade, da sua cultura geral, do seu nível de literacia económica, do conhecimento efectivo que têm da realidade onde estão inseridos, e por fim, mas decisivo, do nível da sua "aisance" orçamental, e do peso per capita dos recursos financeiros que comandarem - tudo o resto igual, quanto maior for aquele peso, maior o desinteresse, no curto prazo, quanto à macroeconomia [no longo prazo, estaremos todos mortos, e essa verdade, é particularmente, querida dos responsáveis políticos, por boas razões, mas, principalmente, por muito más razões]. No curto prazo, só se preocupam com a macroeconomia, se houver crise, e mesmo assim, não é garantido.

15 de julho de 2009

Estatística




Pois é, um destes dias, falarei, prometo, da produção estatística nos Açores, mas não hoje - estou em vias de despejar as "mensagens guardadas e não publicadas". É por isso, mas também por que tal irá exigir algum esforço.

Duas leituras:




  • A crise das estatísticas Económico "É inegável a importância das estatísticas económicas e sociais para as decisões políticas. O reino das estatísticas está, porém, longe de ser perfeito, até porque muitas vezes se baseia em convenções. [...] Talvez a saída para a crise ajude a melhorar o caudal estatístico a nível global e nacional. Seria bom para tomar melhores decisões e não se desbaratar tempo em múltiplas interpretações dos mesmíssimos dados."


Aprender com os outros: as lições do sistema de saúde dos EUA


Este artigo sobre os custos do sistema de saúde norte-americano: Annals of Medicine: The Cost Conundrum : The New Yorker, foi muito referenciado e elogiado pela sua qualidade e tempestividade - segundo parece tornou-se leitura obrigatória de tutti quanti na Administração Obama, que se prepara para uma batalha política momentosa com a tentativa de reforma daquele sistema.

Qual é a história do artigo?

Uma virtude do sistema norte-americano é ele saber-se quantificar - como é bom de ver, pelo seu próprio exemplo, a quantificação (ou, para os mais distraídos entenderem: a produção de informação estatística de qualidade, atempada, fiável, abrangente, desagregada) é tão-somente uma condição necessária de uma gestão pública (de qualquer tipo de gestão) eficaz e eficiente. Ora, na base dessa quantificação - é de estarrecer, a qualidade é a quantidade da informação estatística disponível -, foi possível ao médico que o redigiu, determinar a cidade (sim, a cidade) onde os custos de saúde per capita eram os mais elevados do país; ir lá; comparar com os resultados (também existe informação estatística para isso), e tentar perceber o porquê do problema: crescimento sustentado e exagerado (em termos absolutos e relativos) dos custos da saúde norte-americano - a cidade, MacAllen, Texas, é, diz-se a dado passo, a cidade com a saúde mais cara, num país que tem a saúde mais cara do mundo.

Todo o artigo é um excepcional exercício de levantamento sociológico de uma situação - recomendo-o vivamente. À segunda leitura, gostei ainda mais dele. Porque foca tudo: incentivos; a questão da eficiência versus qualidade dos cuidados de saúde; a prevenção, ... . E , também, porque - mesmo tendo em conta as diferenças substanciais para o que se passa na Europa, e em Portugal - existem sinais de alguma evolução no sentido denunciado pelo artigo como preocupante, e como estando [também] na base da ineficiência crescente do sistema de saúde dos EUA: a empresariação dos médicos - note-se que isso, pelo menos de acordo com o artigo, não decorre necessáriamente da existência de uma medicina privada.


Para além de tudo mais, veja-se como se trabalha; veja-se como se estuda a coisa pública; vejam a falta do espírito de quantificação; vejam o bom que seria poder fazer o mesmo, em Portugal, na Região, não só para a saúde, mas também para a educação, e tudo o resto.



Estas notas do blogue The Baseline Scenario são exemplos da discussão que se seguiu : When Market Incentives Lead to Bad Outcomes The Baseline Scenario  e  The McAllen Problem The Baseline Scenario (para mais, seguir os links referidos aí, e ou pesquisar na Google,  McAllen e Atul Gawande).