António Correia de Campos comenta em Sementes de insegurança Económico o conteúdo da última entrevista televisiva de Manuela Ferreira Leite. Não teria muito a qualificar ao comentário - afigura-se-me correcto, e deve ser lido.
À medida que as eleições se aproximam o que me impressiona cada vez mais é o modo como o PSD (MFL, Pacheco Pereira, ...) qualifica e ataca Sócrates: o homem teria uma latitude e uma amplitude de vícios incomensurável com a de qualquer outro político de toda a democracia portuguesa - só isso justificará o combate político centrado, quase só, na invocação e escalpelização das suas características, e na adjectivação hiperbólica e desmesurada utilizada para o definir (a de arrogante, é só para começar). Naturalmente, o PCP e o Bloco (mas não só) utilizam o mesmo diapasão. A fazer fé ao que dizem da boca para fora, toda esta gente têm do Sócrates o sentimento que eu só tive sobre algumas pessoas da Administração Bush (a começar pelo próprio), por alguns ditadores, ... e isso é mesmo violento.
Tudo isto cheira-me mal - as razões (tácticas) para a actuação do PSD estarão, pelo menos em parte, inventariadas no artigo do António Correia de Campos. Mas a pergunta em epígrafe incomoda-me: desconfio que o que se passa diz algo não trivial sobre o país que somos - obviamente, diz alguma coisa sobre a classe política que temos.
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