"O que hoje se sabe é que existem cerca de 900 mil diabéticos em Portugal, dos quais 400 mil nem sabe que o são. Com tendência sempre para piorar, sabemos também que hoje 1/3 da população adulta portuguesa tem diabetes ou alguma forma de intolerância à glucose. Por outro lado, o custo anual com a medicação diabética em Portugal já atinge os 80 milhões de euros. No nosso país, são realizados cerca de 12.500 internamentos diabéticos a cada ano, cujo custo se estima em 37 milhões de euros. Foram estes os números falados hoje na sessão de abertura do Fórum Nacional da Diabetes 2009, onde esteve presente a Ministra da Saúde, Dra. Ana Jorge, e a que eu assisti"
Os custos humanos e económicos são de estarrecer. Como a nota do Canibais e Reis o afirma, nos diabetes (como em outras doenças), as práticas de vida incorrecta, nomeadamente, a nutricional, são determinantes em conformar a dimensão do problema. Mas essa evidência não é assumida (não é percebida como sendo possível de ser enfrentada de outro modo que não seja pelo "remedial way"): daí a ausência de um esforço sustentado, consistente, intenso, de prevenção e de consciencialização das populações - a nível nacional e regional -, escorado no melhor e mais recente conhecimento científico (e aí, como se deduz do que se diz no apontamento referenciado, muita da "conventional wisdom" actual, na matéria, teria de ser questionada).
Note-se que o esforço tem de começar por ser político, porque, de acordo com uma definição do que é política (Aristóles?) - será a arte de persuadir uma sociedade em seguir por um dado caminho - trata-se, em primeira instância, disso mesmo.
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