:ILHAS: É de se lhe tirar o chapéu: "[...] A estes dados há que adicionar a situação difícil ou muito difícil em que se encontram algumas grandes empresas açorianas. Um cenário que vai obrigar o Governo regional a entrar no capital social de algumas, senão todas, essas empresas. Carlos César já deu esse sinal quando, à margem de uma conferência no Palácio de Sant’Ana, admitiu que o governo vai “ ter que avançar com outras intervenções” como a que foi feita “com a fábrica de Santa Catarina”, em São Jorge. Na lista de empresas em situação problemática estão a VerdeGolf, a Sinaga, mas, também, a Asta poderá vir a ser alvo da ajuda do Executivo. [...].'"
Não gosto mesmo nada disto, quer pela medida em si, quer pelo que indicia sobre a conjuntura económica regional, quer pelo que revela da resiliência (de algum) tecido empresarial açoriano, quer por tudo e mais alguma coisa. Espero que ao decidir fazer isto, o Governo tenha claro o que deve fazer para sair disto, depois, num futuro que se espera ser muito próximo, e já agora, [por favor,] sem grandes custos para o orçamento regional - embora não sejamos a Madeira, não gostei, também, nada, do valor acumulado do nosso endividamento, ventilado no estudo do BPI: (Guterres só houve um, e numa conjuntura muito particular de "aisance" financeira) .
A necessidade de combater o desemprego não pode justificar tudo, particularmente, quando, em retroacção, no médio prazo, essas medidas possam vir a fragilizar a própria capacidade de gerar novo emprego na Região. No limite, algumas empresas encerrarem, poderá ser a melhor solução, não que não possa ser argumentado, em contrário, que aquilo que é correcto noutros contextos, não o será no contexto específico de uma região com as especificidades dos Açores. Mas se chegamos ao ponto em que é necessário invocar isso para justificar medidas deste tipo, talvez seja o momento de assumir em termos de reflexão política que a situação macroeconómica açoriana, para além das transferências do exterior, tem nas características que definem os Açores como região ultraperiférica, a sua segunda grande determinante.
A pecha dos políticos não se preocuparem com a macroeconomia é uma característica nacional - Victor Bento queixava-se disso, há uns temos. Acontece, e numa perspectiva pior, que o nosso quadro macroeconómico é diferente do continental - é a tal especificidade - pelo que a preocupação cá, nesse aspecto, deveria ser muito maior: não tem sido, ou melhor, preocupação com o contexto macroeconómico não tem havido.
Não gosto mesmo nada disto, quer pela medida em si, quer pelo que indicia sobre a conjuntura económica regional, quer pelo que revela da resiliência (de algum) tecido empresarial açoriano, quer por tudo e mais alguma coisa. Espero que ao decidir fazer isto, o Governo tenha claro o que deve fazer para sair disto, depois, num futuro que se espera ser muito próximo, e já agora, [por favor,] sem grandes custos para o orçamento regional - embora não sejamos a Madeira, não gostei, também, nada, do valor acumulado do nosso endividamento, ventilado no estudo do BPI: (Guterres só houve um, e numa conjuntura muito particular de "aisance" financeira) .
A necessidade de combater o desemprego não pode justificar tudo, particularmente, quando, em retroacção, no médio prazo, essas medidas possam vir a fragilizar a própria capacidade de gerar novo emprego na Região. No limite, algumas empresas encerrarem, poderá ser a melhor solução, não que não possa ser argumentado, em contrário, que aquilo que é correcto noutros contextos, não o será no contexto específico de uma região com as especificidades dos Açores. Mas se chegamos ao ponto em que é necessário invocar isso para justificar medidas deste tipo, talvez seja o momento de assumir em termos de reflexão política que a situação macroeconómica açoriana, para além das transferências do exterior, tem nas características que definem os Açores como região ultraperiférica, a sua segunda grande determinante.
A pecha dos políticos não se preocuparem com a macroeconomia é uma característica nacional - Victor Bento queixava-se disso, há uns temos. Acontece, e numa perspectiva pior, que o nosso quadro macroeconómico é diferente do continental - é a tal especificidade - pelo que a preocupação cá, nesse aspecto, deveria ser muito maior: não tem sido, ou melhor, preocupação com o contexto macroeconómico não tem havido.
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