14 de janeiro de 2010

Recessão a sério foi aquela - agora, em comparação, é a brincar...

Este artigo do FT é instrutivo a diversos títulos: lembra-nos que crise, mesmo crise, de consequências brutais, foi a que se sucedeu ao colapso abrupto, inesperado para os contemporâneos [por favor, tomem nota, do carácter inesperado, e da palavra colapso], do Império Romano do Ocidente, o período denominado de (alta) Idade Média; destaca as características em que o nosso mundo globalizado aprofunda aquelas que definiam o mundo mediterrâneo globalizado da altura (sofisticação e especialização); e conclui que, por isso mesmo, a haver uma crise da nossa civilização, as consequências fariam com que a (alta) Idade Média parecesse um picnic (sic) em comparação. Tenha-se em atenção que não se está a afirmar que a sofisticação, e a especialização, é que provocam a crise civilizacional, mas sim, se ela se verificar, elas potenciam o desastre, o colapso: "The more complex an economy is, the more fragile it is, and the more cataclysmic its disintegration can be". Mas, claro, só falar disso, é tremendismo, segundo o Pacheco Pereira.

Apetece-me, no quadro disto, não sei porquê [figura de retórica], citar uma citação feita num livro de Jared Diamond, The Third Chimpanzee, lido recentemente  (já aconselhara a leitura de outro livro dele - ora cá está -, o Colapso). A citação é de um senhor chamado Arthur Wichmann, que ao historiar os esforços de exploração da Nova Guiné, concluiu: " Nothing  Learned, and Everything Forgotten!", ou, de outra forma, como alguém disse, Churchill, penso eu: "Quem não aprende com os erros da história, tende a repeti-los".


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