"Uma venerável tradição da
teoria política associa o acto de participar no sistema político ao
desenvolvimento da lealdade à instituições. Embora um súbito acréscimo
de participação possa ser desestabilizador, a oportunidade de
participar e a convicção de que o envolvimento pessoal vale a pena
tende a relacionar-se com a satisfação com o sistema político. Como Gabriel Almond e Sidney Verba
observaram no seu clássico estudo comparativo sobre cultura política:
"Aqueles que se consideram competentes para participar são igualmente
os que mais tendem a acreditar que um sistema democrático participativo
é o mais adequado."
A citação acima foi retirada de "Porque não houve Socialismo na América", Seymor Lipset e Gary Marks,
Quetzal Editores, 2001, p.70 (Feira do Livro). Refere-se, em
seguida, como exemplo do que ali é defendido, o aumento do número dos
eleitos nos EUA, no seguimento das reformas jacksonianas, na terceira
década do século XIX, mas penso que a militância partidária, quando
devidamente enquadrada e incentivada, funciona como uma boa proxy dessa experiência - a experiência dos partidos sociais-democratas e comunistas, nos seus melhores tempos, comprova-o.
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