18 de fevereiro de 2010

Política e Comunicação Social

Assisti à entrevista de Pedro Passos Coelho na SIC Notícias. Fiquei bem impressionado com a sua actuação, e, nalgumas coisas que disse, foi corajoso. Obviamente, não concordei com a defesa da saída do Estado da comunicação social. Uma coisa é preservar, política e institucionalmente, a Comunicação Social da dependência do poder político, continuando parte dela a ser pública; outra coisa é a necessidade preservar uma oferta pública na produção de notícias, concorrente da actividade privada, de modo a minimizar a outra dependência possível: a do poder económico.

No entretanto, há mesma hora daquela entrevista, decorria a entrevista de Manuela Ferreira Leite na RTP1. Coincidência decerto. Se não fosse coincidência estaríamos face a uma evidente manipulação da agenda noticiosa da televisão pública aos interesses de um dado sector do maior partido da oposição.

No entretanto, estou, minimamente, de acordo com aquilo que transcrevo abaixo:

Mudar para ficar tudo na mesma - Visao.pt: "O 'polvo' de que fala o jornal Sol está aí e está aí para ficar. O polvo chama-se, é sabido, uma escandalosa e crescente promiscuidade entre os poderes económico e político. O polvo, esse polvo que tanto é rosa como laranja, está montado para servir todos os poderes, quaisquer que sejam os seus protagonistas, qualquer que seja o partido no Governo. Por razões que, de resto, são bem fáceis de entender. Desde logo, porque poucos governos (se é que algum) resistem à tentação de não usar em proveito próprio as estruturas de poder que os seus antecessores diligentemente montaram. Por muito que se grite na oposição, por muito grandiloquentes que sejam as proclamações que se façam, o apelo de uma bem oleada máquina de influência é simplesmente grande de mais para que não se tire partido dela quando mudam as marés. Nesta matéria raramente se anda para trás. E cada novo patamar é sinónimo de uma democracia mais frágil, mais aprisionada, menos substantiva. Depois, porque o poder económico que se deixa atrair para este jogo perverso de interesses não tem exactamente uma grande fidelidade ou uma enorme coerência ideológica. Hoje serve-se o PS, amanhã é-se do PSD desde pequenino. Pelo meio, se necessário for, jura-se amor ao PP, ao PC, ao Bloco."
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PS: Por outro lado, surge a nova candidatura à Presidência da República. Eventualmente, pode-me resolver um problema pessoal de cidadania. A ver vamos.

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