17 de junho de 2011

Composição do Governo: deveras curiosa

Fiquei surpreendido, bastante surpreendido. com as escolhas para as pastas das Finanças, Economia, Saúde e Educação. 

Entendamo-nos: tenho uma boa (muito boa) opinião sobre a competência técnica das pessoas em causa, como estou, em grande parte, de acordo com aquilo que têm defendido sobre as áreas que vão dirigir. Acontece que as pessoas em causa têm opiniões muito definidas, muito sustentadas, muito clear-cut - isso é um perfil pouco habitual na política portuguesa. Como isso se vai traduzir na gestão política, não sei, mas que vai ser curioso isso vai.

O Ministro das Finanças, de quem me recordo já o nome, é o economista que eu refiro numa das minhas histórias exemplares (ver aqui). Tem um perfil técnico invejável. Como isso se vai traduzir na gestão política, não sei, mas que vai ser curioso isso vai.

O Ministro da Economia, é o autor do livro que estou a ler: Portugal Na Hora da Verdade - estou ainda na p. 102. Já li outro livro de que não me entusiasmei muito, mas estava preparado para recomendar a leitura deste, já que, até àquela página, faz uma direta, simples, mas adequada descrição da nossa história económica recente. Queria aproveitar uma sua apreciação para discutir a questão da captura da política pelos interesses. Como isso se vai traduzir na gestão política, não sei, mas que vai ser curioso isso vai.

O Ministro da Educação, dele já li e ouvi coisas com aprovação: a propósito do "eduquês", do ensino da matemática, sobre a educação em geral. Os sindicatos começaram a afiar as facas, já; os especialistas da ciência da educação estão em choque. Como isso se vai traduzir na gestão política, não sei, mas que vai ser curioso isso vai.

O Ministro da Saúde, parece que é consensual, a sua escolha para Diretor das Finanças foi a melhor coisa que a Ferreira Leite fez. Ele conhece a administração pública. Ele conseguiu resultados. O que vai fazer na Saúde? Como isso se vai traduzir na gestão política, não sei, mas que vai ser curioso isso vai.

Ontem, na Quadratura do Círculo, António Costa referia o perfil do Ministro das Finanças como devendo ter, necessariamente, uma forte componente política. Teve acesso a informação indevida?

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