6 de junho de 2011

A leitura adequada para socialistas no dia seguinte às eleições

Uma das imbecilidades cometidas por António Guterres foi ter demitido Augusto Mateus de Ministro de Economia, e desconfio, embora nunca tenha inquirido sobre o assunto, que nunca depois foi devidamente aproveitado pelos outros socialistas, o que eleva aquele primeiro disparate ao nível de imbecilidade ainda maior e sustentada no tempo. É que o Augusto Mateus, sendo um excelente economista académico, conhece como muito poucos a economia portuguesa concreta, e consegue pensar Portugal de modo criativo, informado, e estratégico, e isso - que se espantem alguns, de um lado e de outro - sendo de esquerda e, repito, economista. Ora, não há muitos desse tipo, com esse acervo de qualidades, por cá. Pensei sempre assim, e não por ser amigo do senhor, mas essa convicção aprofundou-se, cada vez mais, com o tempo. 

Assim, a entrevista abaixo deve ser lida, particularmente neste dia após as eleições, embora - sejamos decentes e façamos a adequada advertência em benefício dos socialistas conservadores, daqueles que usam e abusam do impropério "economicista": - fala-se muito, Deus nos valha, de eficiência e coisas quejandas.

O que se transcreve abaixo é a introdução à entrevista:

"Para Augusto Mateus, economista e ex-ministro de António Guterres, Portugal deve diversificar as vendas para novos mercados, em especial para os que crescem depressa. Num estudo realizado para a Caixa Geral de Depósitos (CGD), onde estudou de modo detalhado o desenvolvimento da economia portuguesa, o economista concluiu que, mais importante do que definir onde é que o país deve apostar, é criar o ambiente favorável para que se invista, mas sempre no sector de bens transacionáveis, não regulado. É aí que o país dispõe de vantagens. Para Augusto Mateus há elementos no memorando da troika “que são verdadeiras oportunidades para se fazerem as mudanças necessárias, mas há outros que se forem postos em marcha precipitadamente podem ser negativos”." [continuar a ler em Augusto Mateus: "Onde Portugal é competitivo é na mão-de-obra qualificada" - Economia - PUBLICO.PT]

PS: Votei, calmamente, em branco, mas recebi as notícias da derrota de Sócrates com um distanciado vazio.

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