1 de julho de 2011

Pois! É óbvio, mas o que é óbvio para uns não o é para outros ....


Em suma, a resolução do problema é politicamente dolorosa mas perfeitamente viável em termos económicos. Os ingredientes em falta são a confiança e a vontade política. Os eleitores alemães não estão convencidos que a sua prosperidade está ligada à sobrevivência do euro; e os eleitores das nações mais endividadas precisam de ver uma luz ao fundo deste túnel.


Numa pequena conferência, organizada pela Fundação Oriente em Portugal, apresentei um discurso com o título "O regresso da Europa à Vestefália". A ideia desta tese é a de que a União está a retroceder umas centenas de anos ao voltar a sucumbir à pressão dos nacionalismos.


O estado moderno europeu nasceu do tratado de paz de Vestefália em 1648. A doutrina da soberania estatal substituiu a decrescente autoridade supranacional da Igreja. Este sistema manteve-se até meados do século XX, quando a devastação causada pela Segunda Guerra Mundial acabou por demonstrar aos líderes do continente de que os custos em manter a ordem europeia através do equilíbrio de poderes se tinham tornado demasiado elevados.


Hoje em dia, os Europeus acreditam que o poder cedido à União é autoridade retirada aos governos nacionais que, perante a exigência de maior segurança por parte dos seus cidadãos, respondem "enfrentando" Bruxelas e recusando ajudar os seus vizinhos. Isto não tem qualquer lógica. À medida que o centro gravitacional global se desloca rapidamente para as nações emergentes, a fragmentação da Europa apenas irá acelerar o seu declínio.

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