Luís Silva Morais fala sobre o mais recente surto de visibilidade da corrupção, em Portugal, no Diário Económico, na coluna: Corrupção, valores e eficácia. Interessante, particularmente (para mim), este excerto do artigo (cruza com outras notas deste blogue: ver aqui, por exemplo):
"O problema português será, sobretudo, um problema de eficácia e não de um suposto défice de valores, que nos coloque numa qualquer posição de penumbra ética e existencial face às outras economias mais desenvolvidas. Trata-se de um problema de rapidez e qualidade dos processos de decisão da administração pública, dos reguladores e dos tribunais.
Importa, assim, concentrar energias reformistas na melhoria gradual e continuada desses processos de decisão (introduzindo nessas reformas um elemento sistemático e uma atenção aos pormenores executivos, que muitas vezes escapa a uma cultura de aparato mediático e refractária à convicção prática, anglo-saxónica, de que ‘the devil is in the detail’). São, em muitos casos, alterações de organização e de processos de funcionamento que se fazem de múltiplos pequenos passos, que, a prazo, permitem a formação de uma generalizada cultura de eficácia."
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