16 de março de 2008

Campanhas e calúnias

Pacheco Pereira diz, aqui, a-propósito da referência de que foi alvo numa entrevista no Expresso, este fim de semana: "...há gente aí a trabalhar profissionalmente para lançar estas calúnias...". Não poderia estar mais de acordo. Estas e outras, acrescento. Que o diga Sócrates.












E mesmo admitindo por mera hipótese de discussão, que aquilo que se diz é verdade, o timing diz muito sobre o carácter deliberado de formatar (sub-repticiamente) a opinião pública num dado sentido e com objectivos que não são (meramente) os de bem informar. Se a comunicação social diz coisas verdadeiras, respeitando timings e critérios jornalísticos, nada a qualificar, doa a quem doer; se as mesmas coisas (verdadeiras) são ditas respeitando timings e critérios não jornalísticos, então estamos face a campanhas de difamação pela calada (com ou sem substância), onde não se conhece os interesses que as promovem - isso é mau em democracia, mais que não fosse, porque abre o caminho a haver outras situações, onde outras coisas, também verdadeiras, poderão não ser expostas, devendo-o ser: o trabalho jornalístico passa a ser casuístico. Isso poderia ter sido dito por Pacheco Pereira a-propósito da última sobre Sócrates, mas não disse. Defendo, à outrance, e em todas as circunstâncias, a liberdade a informar (mesmo duvidando da lisura de procedimentos e de intensões nalguns casos) mas, por favor, não me tomem por parvo - a mim e aos outros cidadãos .















É também, por isso, que, noutra nota (aqui, ao fim), fiz referência à atitude de Manuel Alegre em elogiar a recusa de Santana Lopes em ter um gabinete de imprensa - qualifiquei a recusa como demagoga; não qualifiquei o elogio.

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