22 de março de 2008

Crise financeira (IV)
















Como vão, e para onde vão as coisas? Eis alguns exemplos de perspectivas diferentes e de algumas consequências da actual conjuntura económica e financeira:






















  • Em La contre-offensive de la Fed commence à payer Telos, Eric Chaney faz uma apreciação positiva da eficácia da actuação do banco central dos EUA para conter os problemas nos mercados financeiros (primeira parte, muito técnica), mas qualifica muito o que se pode esperar no futuro, e por largo tempo, da economia norte-americana (ver os últimos três parágrafos - o mais interessante) - os desiquilíbrios existentes deverão ser resolvidos e a inflação, devida em parte, às próprias medidas do FED, poderá tornar-se num problema. Conclui que o mundo terá de adaptar-se a uma economia norte-americana menos dinâmica, menos importadora e a um dólar fraco.



















  • O New York Times, em o Slump Moves From Wall St. to Main St., descreve o clima económico do país, referindo sinais de contaminação da situação vivida nos mercados financeiros, como afrouxamento do consumo das famílias, perda de valor dos bens imobiliários, expectativas em baixa.


























  • Krugman em Partying Like It’s 1929 , no New York Times, revisita a crise de 1929, e aponta as semelhanças (preocupantes) com aquilo que sucede neste momento, enfatizando as consequências dos intervenientes nos mercados recusarem aprender com as lições do passado, nomeadamente, o facto de "unregulated, unsupervised financial markets can all too easily suffer catastrophic failure." É um artigo bastante pedagógico e claro.























  • No washingtonpost.com, em Inflation Hits the Poor Hardest , temos um artigo esclarecedor: refere o impacto da inflação nos bens essenciais do cabaz de compra das familias médias e mais desfavorecidas; lembra as determinantes desta inflação; e refere como a própria actuação do FED reforça o fenómeno.



  • O blogue Economist's View, em Did Greenspan Cause the Crisis?, cita um artigo de Jeffrey Sachs onde se imputa a responsabilidade dos problemas financeiros actuais à actuação do ex-presidente do FED, Greenspan, e outro artigo do Washington Post onde são referenciadas outras posições de economistas e do próprio Greenspan. Mark Thomas, desse blogue, conclui que a falha do ex-presidente do FED não terá residido no modo como conduziu a política monetária mas na forma como o FED actuou na área da regulamentação e supervisão do sistema financeiro.

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