12 de novembro de 2008

O lado bom da crise e outras coisas - a classe política açoriana fala do que aí vem...

2009 e, muito possivelmente, 2010 serão anos de recessão económica a nível mundial. A questão é a de saber como tal facto se irá reflectir na Região. A classe política regional já começou a falar do assunto:















    1. O VPGRA constata (AO, 10 de Novembro) que numa crise existem preços que descem - a taxa de juro, o dos combustíveis, o das matérias primas, .... É verdade, como é verdade que isso " se traduzirá num alívio para a generalidade das famílias", ficando implícita articulação com a outra parte do discurso: que a actividade do governo tenderá a obviar às consequências negativas que a crise poderá trazer ao rendimento das mesmas famílias. É um discurso difícil - necessidade de uma gestão cuidadosa das expectativas - mas teria escrito as coisas de modo diferente (com a ressalva de estar a ler a notícia do jornal: o título é desastroso).






    2. O PGRA, na campanha, referiu-se diversas vezes à crise. Se bem me recordo, não de modo feliz na primeira vez (primeiras vezes?), mas rectificando depois o discurso para: 'as políticas que nós implementamos defendem os Açores' - melhor, mas discutível do ponto de vista técnico: a grande defesa é o nível elevado, relativo e absoluto, da despesa pública (despesa+investimento) na região. Esperemos que a situação não venha a demonstrar o disparate que foi o desagravamento fiscal, embora, no limite, pensarão alguns, acabe por se traduzir só em mais ou menos endividamento da região.






    3. A PCMPD (AO, 2008.11.09) defende "plano de combate à crise quanto antes" - muito bem, até mais ver - e que uma das medidas passará pela "despenalização fiscal" - muito mal, e poderá ser péssimo se a proposta cumprir com o figurino proposto pelo PSD antes das eleições (ver aqui).












Como futuras referências para a discussão do que deverá ser feito se a situação nos Açores venha a merecer tratamento excepcional (naturalmente, o TPC é ver o que se pode respigar com aplicação à especificidade dos Açores):







PS (2008.11.13): Ver em FT.com / Europe - EU urged to accelerate reforms: "However, Mr Almunia held out little hope of a short-term economic recovery. “Any optimism that the global economy might avoid a severe slowdown has now evaporated. It is clear that 2009 and even 2010 will be difficult years,” he said."

PS (2008.11.17): Reflectindo melhor - e depois de ler algumas coisas - é possível apresentar um caso para o desagravamento fiscal como resposta a uma situação económica depressiva, assente na necessidade de ter rapidez na produção dos efeitos pretendidos. Como é óbvio a eficácia da medida dependerá do seu figurino. Em todo o caso, no caso dos Açores, continua sob julgamento a melhor maneira de usar a política orçamental numa situação parecida, com o desagravamento fiscal (ainda que com o melhor figurino) a não me merecer confiança - é claro que o tipo de desagravamento fiscal proposto pelo PSD antes das eleições: diminuição uniforme na taxa de imposição, não tem sentido.

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