14 de novembro de 2008

O novo governo dos Açores

Interessante, como interessante promete ser este novo (e último) mandato de Carlos César, e isso pelos mais diversos motivos: (que me lembre agora) a conjuntura económica europeia e mundial; a necessidade de se lançar as bases da resposta da região a um conjunto de problemas que se perfilam no horizonte do médio e longo prazo; a sucessão do próprio e de como tudo isso joga com a problemática do soi-disant "fim de ciclo PS" (sobre este último tópico ver aqui).
Das coisas interessantes careadas por este novo Governo, a mais interessante e significativa é a escolha de Vasco Cordeiro para a Economia - quer a Vice-Presidência, quer a Economia, serão os sectores da governação mais em causa por aquilo que se passar na área da conjuntura económica externa à Região, e por isso a credibilidade do futuro candidato do PS à Presidência do Governo, em 2012, irá ser alicerçada (de modo definitivo) neste mandato e, numa daquelas pastas - não acredito muito que Carlos César opte por soluções de transição ou por outras soluções.
O PSD já argumenta com o facto de Vasco Cordeiro ser advogado. Não tenho problema com o facto, como não tive com o facto de Duarte Ponte não ser economista: a porca não torce o rabo aí. O que é preciso é que Vasco Cordeiro transporte para o desempenho do cargo as boas qualidades que os bons e grandes advogados (conheci alguns na minha passagem pelos sindicatos) assumem na sua prática; será mau, no entanto, que de perto ou de longe, a sua actuação se enquadre na apreciação cáustica que o economista britânico Willem Buiter faz dos advogados enquanto práticos de economia (ver aqui e aqui); e/ou que essa actuação não adquira a necessária (e imperiosa) profundidade de campo: só para dar um exemplo: no caso da energia; e/ou a actuação seja (excessivamente) instrumentalizada em relação aos objectivos de 2012.
Naturalmente, existem outros motivos de interesse neste novo Governo - talvez venha a falar deles.

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