Já me pronunciei sobre a tese do "fim de ciclo do PS", no que respeita ao que os sucessivos resultados das eleições açorianas podem sustentar a esse respeito - a meu ver, não sustentam (ver aqui).
Independentemente da discussão dos resultados eleitorais, se encarando todo o outro tipo de argumentação - saída de César, Berta Cabral como candidata forte, etc. - continuo a não aceitar como segura a tese do fim do ciclo do PS (um destes dias, explico-me melhor). Admito, no entanto, que a crise económica mundial, europeia e nacional, tenha vindo introduzir um grau superior de incerteza naquilo que prevejo como mais provável quanto a 2012. Não tenho dúvidas que os Açores serão atingidos pela crise; não sei com que intensidade - o regime económico prevalecente nos Açores, sobredeterminado pela influência da despesa e investimento públicos, tem, à partida, uma boa capacidade amortecedora quanto aos choques económicos de fora (isso é outra discussão a ser feita neste blogue). Dando de barato essa incerteza, não será, contudo, de esquecer, que a crise acontece logo no início deste novo quadriénio, sendo de esperar que 2012 venha a encontrar a economia mundial, nacional e regional, num processo sustentado de recuperação e crescimento, com tudo o que isso pode implicar em termos de expectativas e de apreciação de quem esteja no Governo. O PSD, não deveria, também aqui, contar muito com o contributo da crise.
Berta Cabral é, por ela própria, uma candidata diferente e forte (sobre candidatos fortes ver, contudo, de novo, aqui ). Como acontece com tudo, as possibilidades de ter sucesso dependem do modo e da circunstância. A circunstância tem a ver com condições objectivas, com a actuação dos adversários, com o inesperado que possa acontecer, etc.. Não creio que o enquadramento objectivo de 2012, e a actuação do PS, favoreçam o PSD. O modo prende-se quer com aquilo que, de pessoal, Berta Cabral traz ao cargo de líder da oposição - e aí não tenho nada a qualificar - e ao que, de novo, de pensado, de estratégico, o PSD possa apresentar. E, é neste particular, que as coisas se complicam, de modo definitivo, para ele.
O pouco que tenho ouvido, não aponta para nada de bom. Mesmo que considere, a esta distância, que (quase) tudo favoreça o PS em 2012, seria bom para o PSD (no pós-2012), para a Região, e para tónus democrático do regime autonómico, que o maior partido da oposição viesse trazer algo de substancialmente diferente em termos programáticos, e de perspectivação estratégica, à cena política açoriana. Ora, o que tenho ouvido, é tão-somente a reciclagem do argumentário político do PSD, ao longo do denominado ciclo socialista. Esse argumentário não é bom, nunca foi bom!
Por tudo isto, estou de acordo com aquilo que Nuno Tomé escreveu, no AO, ontem, na sua crónica. Como sempre, muito boa. Não lhe faria qualificações - acentuaria, que aquilo que se diz na segunda parte da crónica, é de ser tido em linha de conta por toda a classe política açoriana e retirar-lhe-ia uma frase, ou escrevê-la-ia de modo diferente (adivinhem).
A minha preocupação com os Açores, não passa tanto pelo que possa suceder nos próximos anos - e ninguém está em condições de precisar as dificuldades do que irá suceder - mas, de modo definitivo, com o que sucederá no médio e longo prazo.
Independentemente da discussão dos resultados eleitorais, se encarando todo o outro tipo de argumentação - saída de César, Berta Cabral como candidata forte, etc. - continuo a não aceitar como segura a tese do fim do ciclo do PS (um destes dias, explico-me melhor). Admito, no entanto, que a crise económica mundial, europeia e nacional, tenha vindo introduzir um grau superior de incerteza naquilo que prevejo como mais provável quanto a 2012. Não tenho dúvidas que os Açores serão atingidos pela crise; não sei com que intensidade - o regime económico prevalecente nos Açores, sobredeterminado pela influência da despesa e investimento públicos, tem, à partida, uma boa capacidade amortecedora quanto aos choques económicos de fora (isso é outra discussão a ser feita neste blogue). Dando de barato essa incerteza, não será, contudo, de esquecer, que a crise acontece logo no início deste novo quadriénio, sendo de esperar que 2012 venha a encontrar a economia mundial, nacional e regional, num processo sustentado de recuperação e crescimento, com tudo o que isso pode implicar em termos de expectativas e de apreciação de quem esteja no Governo. O PSD, não deveria, também aqui, contar muito com o contributo da crise.
Berta Cabral é, por ela própria, uma candidata diferente e forte (sobre candidatos fortes ver, contudo, de novo, aqui ). Como acontece com tudo, as possibilidades de ter sucesso dependem do modo e da circunstância. A circunstância tem a ver com condições objectivas, com a actuação dos adversários, com o inesperado que possa acontecer, etc.. Não creio que o enquadramento objectivo de 2012, e a actuação do PS, favoreçam o PSD. O modo prende-se quer com aquilo que, de pessoal, Berta Cabral traz ao cargo de líder da oposição - e aí não tenho nada a qualificar - e ao que, de novo, de pensado, de estratégico, o PSD possa apresentar. E, é neste particular, que as coisas se complicam, de modo definitivo, para ele.
O pouco que tenho ouvido, não aponta para nada de bom. Mesmo que considere, a esta distância, que (quase) tudo favoreça o PS em 2012, seria bom para o PSD (no pós-2012), para a Região, e para tónus democrático do regime autonómico, que o maior partido da oposição viesse trazer algo de substancialmente diferente em termos programáticos, e de perspectivação estratégica, à cena política açoriana. Ora, o que tenho ouvido, é tão-somente a reciclagem do argumentário político do PSD, ao longo do denominado ciclo socialista. Esse argumentário não é bom, nunca foi bom!
Por tudo isto, estou de acordo com aquilo que Nuno Tomé escreveu, no AO, ontem, na sua crónica. Como sempre, muito boa. Não lhe faria qualificações - acentuaria, que aquilo que se diz na segunda parte da crónica, é de ser tido em linha de conta por toda a classe política açoriana e retirar-lhe-ia uma frase, ou escrevê-la-ia de modo diferente (adivinhem).
A minha preocupação com os Açores, não passa tanto pelo que possa suceder nos próximos anos - e ninguém está em condições de precisar as dificuldades do que irá suceder - mas, de modo definitivo, com o que sucederá no médio e longo prazo.
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