17 de outubro de 2009

O excepcionalismo político português

"A política portuguesa não escapa à proverbial inclinação nacional para os comportamentos singulares. Esta semana, se dúvidas restassem, ficámos a saber que teremos um governo que não encontra paralelo: composto por apenas um partido, sem coligações e sem maioria parlamentar. Na Europa há governos de maioria absoluta (quase exclusivamente em países com sistemas eleitorais maioritários); governos assentes em coligações parlamentares e ainda governos de coligação. O que não existe são governos minoritários, com coligações do tipo "navegação à vista", como acontecerá em Portugal. E não existe porque é certo que se traduzirão em instabilidade."

De acordo, mas pior que a instabilidade - muito má, convenhamos -, será ter uma legislatura de 4 anos dominada pelo pântano, como se diz na sequência do transcrito acima, em arquivo: Singularidade política Pedro Adão e Silva. Evitá-lo, o pântano, não o derrube do Governo, será a verdadeira responsabilidade que Sócrates tem de assumir.

A referência feita ao Governo de Guterres, na segunda parte do artigo da i, peca por ser omissa sobre as consequências que a política orçamental daquele - determinada [em que parte?] pela vontade de repetir o cenário do primeiro Governo de Cavaco Silva - teve na conformação do sarilho económico em que o País está mergulhado.

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