2 de outubro de 2009

O Paradoxo Europeu

As percepções europeias de como a sociedade e as diversas políticas devem ser, não coincidem quanto ao que seria de esperar do comportamento eleitoral da esquerda europeia, nomeadamente, da sua social-democracia. O estudo referenciado pelo Center for American Progress apelida a situação como o Paradoxo Europeu. Ele compara com o que se passa nos EUA onde o contrário estar-se-ia a passar: - não estaríamos perante um outro paradoxo, o Paradoxo Norte-Americano, embora de sinal contrário, pergunto eu? E tudo isso sucede no quadro de alterações que, de modo objectivo, favorecem a deriva progressista da sociedade.
No entanto, em Portugal, por exemplo, essas alterações - precisadas na transcrição abaixo - estão a favorecer o Bloco de Esquerda, e isso sucede, não só pela erosão decorrente do desempenho no poder - sequelas das guerras na educação, por exemplo - como também, minha antiga tese, da falência na actuação política do PS nos campos da actuação partidária e do trabalho político com os cidadãos. Será que em Portugal, devido a ter surgido a oferta de uma alternativa sugestiva (logo que não se esgravate demasiado a superfíce e se depare com o interior ideológico subjacente - veja-se o episódio das nacionalizações) o potencial eleitoral à esquerda foi mobilizado, o que não sucederia noutros países europeus, onde as deficiências sociais-democratas e socialistas se traduziriam em abstenção? É bom lembrar que a esquerda em Portugal, considerada toda ela, não viu o seu peso eleitoral diminuir. Mas, efectivamente, não sei.

"Looking across Europe and the United States, progressives have two strengths going for them. The first is that modernizing demographic forces are shifting the political terrain in their favor. Consider these trends:


The rise of a progressive younger generation
The increase in immigrant/minority populations
The continuing rise in educational levels
The growth of the professional class
The increasing social weight of single and alternative households and growing religious diversity and secularism.


All these factors favor the broad center-left of the political spectrum in America (the Democratic Party) and in Europe (the social democrats, the greens, the far left and liberal centrists). Put simply, progressives are the natural beneficiaries of modernity and that, combined with their still substantial base among the working class, puts them in a potentially dominating political position.


Progressives’ second big advantage is the intellectual and policy bankruptcy of conservatism. Their approach to the problems afflicting today’s complex global capitalism still relies heavily on laissez-faire and is completely devoid of creative ideas for taming the immense power of this economic system for the common good. The assumption that capitalism left to its own devices is both self-regulating and productive of the best economic outcomes would be laughable at this point if the actual outcomes had not been so tragic."

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