12 de fevereiro de 2011

Histórias exemplares

À volta de 1987 fui admitido na Direcção Geral da Administração Pública. Foi-me dito, na altura, que apesar dos esforços do organismo, não se sabia com precisão quantos funcionários públicos tinha o País, e isso porque o inquérito anual sobre o assunto não era respondido por muitos dos outros organismos. É sabido que a evolução da variável: número de funcionários determina, via ordenados, parte significativa da despesa pública. É óbvio que a mais elementar gestão dessa despesa, por parte dos sucessivos governos, passaria e passa pelo acompanhamento da progressão dessa variável. É óbvio que os sucessivos governos não o consideraram óbvio, já que o assunto seria resolvido, facilmente, se os dirigentes dos organismos faltosos fossem demitidos, e demitidos por esse motivo - mas a ameaça de qualquer um dos sucessivos primeiro-ministros de o fazer teria produzido o resultado pretendido.

Penso que só recentemente se conseguiu, finalmente, saber com exactidão esse número. 

Quando conto a história, muitas vezes deparo-me só com olhos vidrados.

Questionam-se, por acaso, porque razão estamos como estamos? Esta é uma das pistas a explorar ...

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