A coisa está muito mais complicada do que me parecia à primeira vista - a mim, e a muitos outros: o meme de Trump ser o candidato ideal de direita, para a esquerda, poderá não ter a tração definitiva que parecia ter (aliás, até agora validado pelas sondagens) - nas eleições primárias (há notícia disso) eleitores democráticos votam, estrategicamente, em Trump, na base desse raciocínio. Por outro lado, tenho uma réstia de dúvida se não há quem, da esquerda, que considere com bons olhos a possibilidade de Trump presidente como o enquadramento mais propício a uma radicalização à esquerda, a caminho da tal revolução política. Mas as dúvidas andam por aí.
Hoje, ouvi na CNN, Matt Taibbi lembrar a existência de sondagens em alguns estados dos EUA a propósito do vedar a entrada nos EUA a muçulmanos, com taxas de concordância à volta dos 60%; a lembrar que Hillary Clinton poderá ser vulnerável a alguma da argumentação de Trump, a qual tem algumas convergências de tema com os cavalos de batalha de Bernie Sanders: repúdio dos acordos internacionais do comércio, deslocalização, falta de firmeza com os interesses das grandes empresa, Wall Street, etc..
Os candidatos democratas, qualquer deles, a solo com Trump, terão de se defender de um candidato perigoso, na altura mais ao centro, com um argumentação menos primária, mas mantendo uma base populista com forte apelo em todo o eleitorado.
Que tudo aponta para se ter em Novembro um Presidente democrata, mulher, sim, mas ...
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