5 de outubro de 2008

A-propósito da política da saúde

Há alguns dias, num programa da RTP A, um cardiologista referia que está demonstrado - em termos de análise custo-benefício - ser a divulgação de informação sobre os cuidados a ter com a saúde, junto dos cidadãos, um investimento com retorno extremamente elevado.
A uma qualquer política de saúde é exigido que seja eficaz - os cuidados prestados produzam os resultados exigidos - e que seja eficiente - a quantidade/qualidade desses resultados sendo a mais elevada por unidade de custo. A eficiência é necessária porque as necessidades neste domínio são sempre superiores à dotação de recursos financeiros susceptível de ser mobilizada para esse efeito em qualquer momento - a afirmação de que tem de haver sempre dinheiro para cobrir as despesas com a saúde, sem outra qualificação, é perigosa e é demagógica.
Na região e no país não se gasta o suficiente no esclarecimento dos cidadãos, nem se pensa em quais poderão ser as estratégicas mais adequadas, do ponto de vista comunicacional e organizativo, para passar a informação. Mas não é só aqui: veja-se em Health: Millions are ignorant about causes of cancer Science The Observer o que se passa no Reino Unido:

"Millions of Britons are increasing their chances of getting cancer because they do not know that alcohol, processed meat and poor diet can cause the disease. Many people are confused about what raises or reduces someone's likelihood of becoming a victim of the country's second biggest killer."
Seria interessante conhecer como a RAA se posiciona em termos de doenças - dos diversos tipos de cancro, mas de outras doenças - no âmbito das diversas regiões do País, e já agora, da Europa - existem indicadores, pelo menos em relação a alguns casos. Na discussão desta política, como de muitas outras, a abordagem é estritamente "economicista" ("contabilistica"): quanto se gasta! E depois são os economistas que são "economicistas".
PS: Isto: Robert Yates: Don't blame Jamie for a nation's ills Comment is free The Observer, tem a ver com o que digo acima - e por favor não pensem que aquilo que vos vier à cabeça, numa primeira observação, é aquilo que me leva a fazer a conexão.

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