A tese do artigo imputa aos eleitores o grau de racionalidade que muitos - políticos, comunicação social - não lhe reconhecem (não publicamente, mas "in petto"), e isso, digo eu, independentemente, da ausência de trabalho politico no afeiçoar de uma opinião pública informada e consciente sobre quais são as respostas mais adequadas às questões relevantes, e sobre a importância de outras questões não reconhecidas como tal pelos cidadãos.
Eventualmente, o problema que temos, ou o que nos diferencia nesta matéria dos EUA, é o da convergência programática dos partidos - ninguém é contra nada e todos defendem que são os melhores a defenderem o "acquis" do regime. Nos EUA, para um nível de consciência política não muito diferente, e para parte significativa do eleitorado, pelo menos as escolhas sobre as questões essenciais para os eleitores estariam mais bem demarcadas. Note-se que nos EUA a crise económica não está a favorecer quem está já no poder - a demarcação e a experiência estão a influenciar a "racionalidade" das escolhas dos eleitores.
Sem comentários:
Enviar um comentário