4 de fevereiro de 2009

No seguimento da nota anterior ...








  1. Estou a ler, com interesse e prazer, o diário de Natália Correia, "não percas a rosa" no período do 25 de Abril a 20 de Dezembro de 1975. É curioso e instrutivo de ler para quem, como eu, nesse período, esteve do outro lado da barricada. A dado momento - entrada de 15 de Dezembro de 1974 -, diz algo que é relevante para o actual momento político nacional, embora se refira ao que se passava na I República (transcrevo): "[...] Os partidos não se consideram uns aos outros como órgãos indispensáveis do poder burguês. Cada formação partidária concebe-se como a única capaz de gerir a sociedade. Ainda o aspecto feudalista neste culto sub-reptício do partido absoluto [...]". É óbvio que a ilusão da sua própria imprescindibilidade atinge todos os partidos, mas isso acontece de modo diferente, com intensidade diferente, por canais diferentes, e em face de conjunturas diferentes. A implicação é que para diferentes partidos, haverão diferentes níveis a partir dos quais a pulhice passa a ser justificada pelo superior interesse nacional (ou argumentação desse tipo), esperando nós, que pelo menos para alguns esse limiar, por tradição, por cultura própria, por convicção e disciplina ideológica, nunca seja ultrapassado.










    Um exemplo de como para alguns [parafraseando a citação anterior] se consebem como os únicos capazes de gerir a sociedade, vejam aquilo que se referiu aqui.



  2. Vejam estas duas notas: a primeira, In Concreto: O Cartaz; a segunda, Canhoto: PSD: não ganham nada com isto). A história que comentam tem a ver com o cartaz da JSD onde mostra-se Sócrates com nariz de Pinóquio. De acordo com o que dizem.
    É a divisão de tarefas no PSD: a Direcção assume a posição nobre (juízo do Ministro dos Assuntos Parlamentares) de não se pronunciar sobre o caso Freeport; todos os outros fossam no assunto como seria de esperar.
    Não queiram fazer de mim parvo.

Sem comentários: