Os resultados eleitorais do PS não são sociologicamente inesperados - tardava, isso sim, que a mudança consolidada em favor do PS, na fidelidade das populações, se reflectisse a nível das autárquicas - e vêm validar, a meu ver, a percepção que tenho da evolução previsível da política açoriana e dos resultados possíveis das legislativas de 2012 (ver aqui e aqui).
Não se pode esquecer, ao olhar para os Açores: - da sua dimensão populacional estar ao nível de uma autarquia média do Continente e do elevado grau de homogeneidade eleitoral associado às populações com esta dimensão - o que dificulta a rotatividade partidária, mas que, a verificar-se a mudança, quaisquer que sejam os motivos, tende a alicerçar a manutenção e a consolidação, indefinida, de um novo ciclo.
Não se pode esquecer também que a próxima revisão do quadro financeiro europeu só entrará em vigor em 2013, e de em 2012, em princípio, a crise já terá sido ultrapassada.
O PSD não tem condições objectivas (e pelos vistos, quer subjectivas, quer de prática política) para ganhar as eleições legislativas de 2012, mas existem incógnitas quanto ao PS e aos Açores - aqui, mais do que em outros sítios, é verdade não serem as oposições que ganham as eleições: serem os governos que as perdem.
Sem comentários:
Enviar um comentário