É uma forte recomendação de leitura. Quem me conhece sabe do respeito que tenho por Krugman, como economista, como cronista do NYT e como interventor político, mas, mesmo na ausência de todo esse partis-pris, o seu livro mais recentemente publicado em Portugal, "A consciência de um liberal", da Editorial Presença (já o referi neste blogue, aqui, aqui e aqui) tem se ser lido como testemunho inteligente e muito bem informado do que se tem passado nos EUA (e, nomeadamente, referencia estudos determinantes para essa compreensão, no domínio da história, da sociologia, da ciência política e da economia). Tem de ser lido por quem queira perceber este mundo (para o bem e para o mal o que acontece nos EUA conforma o nosso futuro, e em dados casos, prefigura evoluções com que nos iremos debater, ou, com que poderemos vir-nos a debater), mas também porque olhando para os outros, nós tendemos a nos perceber melhor.
Um pequeno apontamento do livro: a p. 191 explica de onde veio a expressão com que Bush se intitulou: a de um "conservador compassivo" (no livro vem "conservador solidário") aquando das primeiras eleições presidenciais a que concorreu. Aquela expressão surge na obra de um autor cristão de direita, Marvin Olasky, "The tragedy of American Compassion", de 1992, que considerava como modelo do apoio social, o fornecido no século XIX por grupos privados de base religiosa que davam apoio e religião ao mesmo tempo, citando favoravelmente a opinião daqueles que condenavam "aqueles criminosos brandos, bem-intencionados e de coração mole que insistem em ceder ao desejo de uma caridade indiscriminada" (a parte final é parafraseada e citada do livro, da página referida acima). E para que não haja dúvidas sobre aquilo que se fala, cruzem o que se diz acima como o que se disse aqui, sobre o mesmo assunto.
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