30 de outubro de 2009

Livros sobre o ensino nos EUA - Recensões da The New York Review of Books

  • The Making of Americans: Democracy and Our Schools by E.D. Hirsch Jr. Yale University Press, 261 pp., $25.00
  • Why School? Reclaiming Education for All of Us by Mike Rose New Press, 177 pp., $19.95

Eu penso que esta recensão carreia muito material de informação para a reflexão da educação em Portugal, pese, embora, as óbvias diferenças que temos com os EUA

Livros sobre as prisões nos EUA - Recensões da The New York Review of Books

  • Race, Incarceration, and American Values by Glenn C. Loury, with Pamela S. Karlan, Tommie Shelby, and Loïc Wacquant Boston Review/MIT Press, 86 pp., $14.95
  • Let's Get Free: A Hip-Hop Theory of Justice by Paul Butler New Press, 214 pp., $25.95
  • Releasing Prisoners, Redeeming Communities: Reentry, Race, and Politics by Anthony C. Thompson New York University Press, 262 pp., $39.00; $21.00 (paper)
Muita, e boa informação.

Can Our Shameful Prisons Be Reformed? - The New York Review of Books

Que lições tirar do que está a suceder aos outros?

29 de outubro de 2009

Qual será a melhor tradução para "contrarian"?

"Nutrição e doenças da civilização"


Conferência “Nutrição e Doenças da Civilização - Os estudos da Universidade de Lund”, com o Dr. Staffan Lindeberg, dia 31 de Outubro, 2009. Veja o programa completo aqui. Faça já a sua inscrição para assegurar a sua presença

...

Como reconhecer uma causa corporativa quando se dá com ela Canhoto

E continua ...

West Antarctica is showing strong warming and ice mass loss, the Eastern land mass is in approximate mass balance



"Figure 1: Time series of ice mass changes for the Greenland ice sheet estimated from GRACE monthly mass solutions for the period from April 2002 to February 2009. Unfiltered data are blue crosses. Data filtered for the seasonal dependence using a 13-month window are shown as red crosses. The best-fitting quadratic trend is shown (green line)."


" [...] Antarctic ice mass loss is more complicated. While West Antarctica is showing strong warming and ice mass loss, the Eastern land mass is in approximate mass balance. This is because while East Antartica is losing ice at the edges, it's gaining ice in the interior. Nevertheless, overall the continent is losing ice mass as seen in Figure 2. [...]"





"Figure 2: Time series of ice mass changes for the Antarctic ice sheet estimated from GRACE monthly mass solutions for the period from April 2002 to February 2009. Unfiltered data are blue crosses. Data filtered for the seasonal dependence using a 13-month window are shown as red crosses. The best-fitting quadratic trend is shown (green line). "


Diagnóstico consensual

" [...] o Congresso demonstrou que as divergências entre os economistas se colocam mais ao nível das soluções do que do diagnóstico.

Em termos de diagnóstico, ficou claro não ser suportável que o país continue a não crescer no mínimo à taxa média de crescimento europeia, que se torna necessário controlar a despesa, o ‘deficit' e a dívida pública, não deixar agravar mais a dívida externa, ser necessário apostar mais fortemente nos sectores dos bens e serviços transaccionáveis, procurar ser bastante selectivo no investimento público, que os gastos em saúde têm de ser muito mais eficientes, que a reforma do financiamento da segurança social foi boa mas tem de continuar a ser aperfeiçoada, que a aposta na qualificação das nossas universidades tem de ser uma aposta mais exigente, que o "triângulo dourado" Europa-África-América do Sul está ainda muito pouco explorado, enfim que a nossa economia tem de atrair investimento directo estrangeiro com uma base tecnológica muito mais elevada, e que empregue gente jovem de elevada qualificação. [...]"

28 de outubro de 2009

"Porque ganhou Isaltino as eleições em Oeiras?"

Ler em Canhoto: Porque ganhou Isaltino as eleições em Oeiras?

Medo das reformas

"Eric Maurin analisa a origem e os efeitos da descoincidência entre os riscos da despromoção social (relativamente baixos) e o medo dessa mesma despromocão (crescentemente elevado), relacionando esta descoincidência com as características e dinâmicas das sociedades estatutárias (como a França, mas também como Portugal). As principais teses do autor são resumidas nesta entrevista ao Le Monde (07.10.09), disponível em linha: “Toute reforme sera perdue comme une remise en cause d'un statut acquis”."

Continuar a ler em Canhoto: Despromoção social?

Manifesto dos Economistas (II) - ferrovias

Lembram-se os manifestos dos economistas: I, II e III? Qualquer dia revisitarei o assunto. As questões aí colocadas continuam a ser, totalmente, relevantes.

Eu estou de acordo basicamente com aquilo que foi dito no primeiro manifesto: com o diagnóstico da situação e com a necessidade de reformas e a necessidade de repensar e reapreciar a bondade e a tempestividade dos grandes projectos infraestruturais,  e estarei de acordo com a posição individual de alguns dos seus subscritores de recusa liminar de alguns daqueles projectos. No entanto, hesito quanto à questão da linha do TGV Lisboa-Madrid: algumas das razões para tal são referidas nos dois apontamentos  referenciados abaixo.
PS: Não me lembrava deste: Canhoto: Prioridades.

Para se perceber o real problema que continua a ser o Iraque

O que os outros se propõem fazer

Recensões da The New York Review of Books

Os livros têm como denominador comum as questões de género e desenvolvimento:
Half the Sky: Turning Oppression into Opportunity for Women Worldwideby Nicholas D. Kristof and Sheryl WuDunn 
"[...]And what are some of those facts? A girl in India dies every four minutes because her parents don't believe she's worthy of medical care; a third of all women worldwide are beaten at home; women between the ages of fifteen and forty-four are more likely to be maimed or die from male violence than from cancer, malaria, traffic accidents, and war combined ; according to the United Nations, 90 percent of females over the age of three were sexually abused in parts of Liberia during the civil war there; there are, very conservatively, according to the British medical journal The Lancet, ten million child sex slaves. If Kristof and WuDunn have their way, righting "gender inequality in the developing world" will be embraced as the moral battle of the twenty-first century, as totalitarianism was in the twentieth and slavery was in the century before that.[...]"   
Muitos, e isso acontece no nosso país, chamam às mulheres: "o gado".
Creating a World Without Poverty: Social Business and the Future of Capitalismby Muhammad Yunus, with Karl Weber 
"[...] Once Yunus and his team began to lend money, something unexpected happened: they found that women, who in most cases had never before handled money, were much more likely than men to use it responsibly and pay it back. Women tended to invest their earnings in their families—in education, housing, and health care. Men, on the other hand, were more likely to spend it on themselves. "Thus," Yunus concluded, "lending to women creates a cascading effect that brings social benefits as well as economic benefits to the whole family and ultimately to the entire community." Grameen has found the same pattern—men play, women pay—in every country in which it operates. In short order, Grameen changed course: its loans would be to women; if a man in the family wanted a loan, he could ask his wife to apply, and it would be up to her to decide if he was a good credit risk. Inevitably, the power dynamic between them shifted.[...]"

27 de outubro de 2009

Sobre o futuro dos EUA

BBC - Mark Mardell's America: Why 'adolescent America' has to grow up  "A fascinating new study  [Pillars of the Next American Century - James Kurth - The American Interest Magazine] looks at whether the US will remain the dominant superpower in the next century. Many of James Kurth's recommendations are pretty mainstream, suggesting that America's dominance has been built on military power which itself is dependent on economic power. He points out that this has been based not so much on industrial strength as constant innovation. He says that to continue this into the future, America has to emphasise research into green and bio tech, and new medical and health treatments.[...]"

Ordenados e desigualdade


Ler em Canhoto: Altos salários e fiscalidade.

Carl Sagan fala do "Pale Blue Dot" que é o nosso planeta: oiçam-no!

'Carl Sagan - Pale Blue Dot' by YouTube - darknlooking - RichardDawkins.net

E continua ...






  • The Stats Are In: No Global Cooling Universe Today: "The idea that the world is now cooling has been repeated in opinion columns, talk radio, pundit television and more. After a poll was released last week indicating that only 57 percent of Americans now believe there is strong scientific evidence for global warming, which is down from 77 percent in 2006, Seth Borenstein from the Associated Press decided to check out what the statistics are really saying about global warming or cooling. In a blind test, Borenstein sent accumulated ground temperature data from the past 130 years to four independent statisticians. He disguised the sources (NASA, NOAA and British meteorological data) and didn't tell the statisticians what the numbers represented; he asked them to just look for trends in the data. The experts found no true temperature declines over time; additionally, the last ten years comprise not only the highest data set in the record, but they also have a continued, positive trend. [...]"

Eu bebo bastante chá - do bom chá verde da Gorreana - e vocês?

Ler em MAIORES TELÓMEROS NOS BEBEDORES DE CHÁ - Consultório Anti-Envelhecimento

...

"On matters of style, swim with the current, on matters of principle, stand like a rock."  Thomas Jefferson
Tirado de Questões de Ética - Expresso.pt

Sobre futuras (?) guerras de cultura e religião

Como alguém dizia ontem, em minha casa, "in a contrarian way", "a cruz deve ser defendida pela espada". Pois! O futuro está sempre prenhe das boas e más possibilidades. A ver vamos: eventualmente, o aquecimento global resfriará estas possibilidades. Ler em  Calling for greater religious strife with Islam - Glenn Greenwald - Salon.com.

E continua ...

Nature: “Dynamic thinning of Greenland and Antarctic ice-sheet ocean margins is more sensitive, pervasive, enduring and important than previously realized” « Climate Progress.

Do poder, do género e das imperfeições do mercado político

Não sei se repararam, mas a posição contrária à imposição de quotas de representação das mulheres na política - as quotas sendo um instrumento provisório de alteração do perfil do controle do poder, conducente à criação de uma testa de ponte feminina no domínio do político - tem como sustentáculo argumentativo (como "rationale") a mesma linha da defesa à outrance da eficiência perfeita dos mercados na resolução dos problemas económicos. Quer num caso, quer no outro, existe a mesma fundação ideológica, e quer num caso, quer no outro, defende-se que os mercados - os políticos e os económicos - deixados ao seu livre arbítrio, darão lugar, invariavelmente, aos melhores resultados, aos resultados mais eficientes. Quando existem economistas, mesmo de esquerda, a negar a necessidade das quotas, deveriam ser lembrados, que também nos mercados políticos, existem entraves à livre entrada no mercado, além de muitas outras diferenças para a situação óptima do que seria o similar da concorrência perfeita naqueles.

No século XIX, nos EUA, antes da Guerra Civil, os esclavagistas mais sensíveis, defendiam que o problema da escravatura se resolveria de forma natural ao longo dos cinquenta, cem anos seguintes: - ora, como é bom de ver, no longo prazo, os problemas serão todos resolvidos; claro que estaremos todos mortos, mas, no entretanto, os beneficiários de tudo o que está mal, cuspirão o  "carpem diem", ou, se forem pulhas conscientes: "aprés moi, le déluge".

Tenho mais coisas escritas sobre isto (utilizar o motor de busca do blogue para procurar sobre género).

Ler em Political competition and gender quotas vox - Research-based policy analysis and commentary from leading economists: "As women are underrepresented amongst legislators, many governments impose gender quotas on candidate lists. This column examines Spain’s elections and argues that its political parties evade the quota. It claims that parties use female candidates as pawns chosen according to how their presence in the list would affect gender statistics and male candidates’ possibilities of success."

Antes foi assim

Palms grew in ice-free Arctic 50 million years ago: study.

Tem a ver com reformas, política, comunicação social... - recomenda-se a leitura

" [...] Shawn Rosenberg's three-fold typology of adult reasoning:
  1. Sequential thinkers reason "by tracking the world," recognize regularities in sequences of events, but have no abstract understanding of cause and effect. The world they perceive is a world of appearances that has very little organization to it beyond the recurrence of sequences. 
  2. Linear thinkers understand cause and effect, limited to a one-direction, one-cause/one-effect model. The world they perceive has logical order and structure, but the structure is invariably hierarchical, causality flows top-down, and the world is divided neatly into cause and effect. 
  3. Systematic thinkers understand multi-faceted, multi-linear cause and effect, with mutual cause-and-effect relationships between different elements. The world they perceive is primarily a world of systems and relationships, rather than objects. The world that systemic thinkers perceive is a much more realistic picture of the world we live in than that of either sequential or linear thinkers. Mutual cause and effect means that everything effected can also be a cause in return. Multi-faceted means that one cause can have many different effects. Multi-linear means that there can be multiple chains of causation interacting with one another. Put them all together and it's virtually inevitable that anything you do will have both good and bad effects. But that hardly means they have to be equal to one another, and therefore you'd be better off doing nothing. 
Yet, that has generally been the conservative conclusion. The world as it is cannot be improved on--or at least not very much. That is the traditional conservative position. The world is conceived of as a vast organismic whole too complex and mysterious for us go mucking about with.[...]"

[de acordo com] "Albert Hirschman's typology "The Rhetoric of Reaction: Perversity, Futility, Jeopardy": Here's the thing: as history progresses, things change. And societies try to adapt to those changes.

Experts come up with solutions to the problems the societies face. Those solutions often entail discomfiting established interest groups. And the solutions the experts come up with almost always entail some degree of perverse counterreaction, some kinds of problems or inefficiencies or whatever. It can be very interesting to focus on those counterreactions; it can generate fascinating, eye-grabbing journalism.

But in the overwhelming majority of cases, the counterreactions aren't as big as the first-order effects of the solutions. The minimum wage may price a few people out of the labour market, but it mostly raises low-income people's wages. Raising marginal income taxes does slightly lower rich people's incentives to generate income, but it mostly raises government revenue. In other words, the little contrarian thing is almost never anywhere near as important as the big first-order thing it rides on. And as journalism has come increasingly to focus on contrarianism, it has become less and less adept at actually describing the world".


25 de outubro de 2009

Recomendação de leitura

É uma forte recomendação de leitura. Quem me conhece sabe do respeito que tenho por Krugman, como economista, como cronista do NYT e como interventor político, mas, mesmo na ausência de todo esse partis-pris, o seu livro mais recentemente publicado em Portugal, "A consciência de um liberal", da Editorial Presença (já o referi neste blogue, aqui, aqui e aqui) tem se ser lido como testemunho inteligente e muito bem informado do que se tem passado nos EUA (e, nomeadamente, referencia estudos determinantes para essa compreensão, no domínio da história, da sociologia, da ciência política e da economia). Tem de ser lido por quem queira perceber este mundo (para o bem e para o mal o que acontece nos EUA conforma o nosso futuro, e em dados casos, prefigura evoluções com que nos iremos debater, ou, com que  poderemos vir-nos a debater), mas também porque olhando para os outros, nós tendemos a nos perceber melhor.

Um pequeno apontamento do livro: a p. 191 explica de onde veio a expressão com que Bush se intitulou: a de um "conservador compassivo" (no livro vem "conservador solidário") aquando das primeiras eleições presidenciais a que concorreu. Aquela expressão surge na obra de um autor cristão de direita, Marvin Olasky, "The tragedy of American Compassion", de 1992, que considerava como modelo do apoio social, o fornecido no século XIX por grupos privados de base religiosa que davam apoio e religião ao mesmo tempo, citando favoravelmente a opinião daqueles que condenavam "aqueles criminosos brandos, bem-intencionados e de coração mole que insistem em ceder ao desejo de uma caridade indiscriminada" (a parte final é parafraseada e citada do livro, da página referida acima). E para que não haja dúvidas sobre aquilo que se fala, cruzem o que se diz acima como o que se disse aqui, sobre o mesmo assunto.

Irlanda: a experiência dos outros

Este artigo No time for prevarication The Post (via The Irish Economy » Blog Archive » Overview on Fiscal Situation) discute a situação económica e orçamental irlandesa e aquilo que se propõe seja feito lá em termos de política económica. Um exercício que pode ser levado a cabo é o de ver até onde a situação portuguesa se diferencia da irlandesa, e da possibilidade dos remédios prescritos poderem ser aplicados em Portugal, ou, de outra forma, ajuizar até que ponto a gravidade da situação portuguesa justificaria o choque do tratamento ali considerado como inevitável.

E continua...

Open Left:: Attacking Veterans As "Traitors" Over Global Warming: Conservative Bullshit Epistemology In Action

O interesse da, e pela história

O artigo é interessante, mas o mais curioso (e, talvez, inesperado para os mais desprevenidos dessas coisas da interdisciplinariedade) é o que sublinhei a bold:

Historians Reassess Battle of Agincourt - NYTimes.com

"[...]The work, which has received both glowing praise and sharp criticism from other historians in the United States and Europe, is the most striking of the revisionist accounts to emerge from a new science of military history. The new accounts tend to be not only more quantitative but also more attuned to political, cultural and technological factors, and focus more on the experience of the common soldier than on grand strategies and heroic deeds.

The approach has drastically changed views on everything from Roman battles with Germanic tribes, to Napoleon’s disastrous occupation of Spain, to the Tet offensive in the Vietnam War. But the most telling gauge of the respect being given to the new historians and their penchant for tearing down established wisdom is that it has now become almost routine for American commanders to call on them for advice on strategy and tactics in Afghanistan, Iraq and other present-day conflicts. [...]"

24 de outubro de 2009

Elemento de reflexão

Os partidos que estão exangues, disso não haja dúvida - bem, sejamos precisos: não conheço o que o Bloco de Esquerda faz. E os sintomas disso poderão passar também por aquilo que diz Pedro Adão e Silva, mas não está aí o "grosso da coluna". Quanto aos independentes nunca coloquei em causa a sua utilização na governação, mas a sua instrumentalização pontual e de marketing eleitoral, na ausência de um trabalho continuado com eles ao longo do tempo. Mas claro, se não trabalham com os militantes, porque razão iriam trabalhar com os simpatizantes independentes.

"Um governo com mais mulheres aproxima-nos da norma europeia, mas há uma outra dimensão que nos afasta: os ministros independentes. É verdade que a entrada de novos ministros, recrutados fora da esfera partidária e governativa, revela capacidade de atracção, quando se temia que ela já não existisse. Mas, acima de tudo, esconde um conjunto de fragilidades do sistema partidário português. Fragilidades que, em lugar de serem contrariadas, são reforçadas. Os independentes tendem a revelar-se, com excepções, casos problemáticos de inabilidade política (risco que é maior quando não há maioria absoluta). Mas são essencialmente um sintoma de fraca institucionalização dos nossos partidos.[...]"

Curioso

The Monkey Cage: Politics Everywhere: Norwegian Tax Transparency "Alex Tabarrok links to this story about the opening of Norwegian tax records: In the database of national broadcaster NRK, you can type a subject’s name, hit search and within moments get information on what that person made last year, what was paid in taxes and total wealth [...]"

Porque foi no Reino Unido e não noutro sítio

Já tinha falado da tese aqui - podem fazer uma pesquisa sobre "revolução industrial" (assim, com aspas e tudo) no motor de busca do blogue. No link referenciado abaixo podem ver um vídeo, muito interessante, sobre os motivos porque a revolução industrial aconteceu no Reino Unido, e não noutro sítio qualquer:
Why the Industrial Revolution Was in Great Britain The Big Picture Great Oxford talk economic historians Robert Allen, on why the Industrial Revolution actually occurred in Great Britain, and not France or the Netherlands or China

Excepcionalismo e relativismo

"[...] A história da modernidade não é a história longa de uma tradição específica que distinguiria a Europa de outros espaços civilizacionais, mas a história de uma vitória, na Europa, de um projecto civilizacional novo contra a tradição europeia."

Leiam no Canhoto: Sacrificium. Diz respeito à prática de castrar jovens para torná-los cantores - foi uma prática que perdurou na Europa até ao século XIX: das melhores coisas que li recentemente.

Mais pedagogia sobre o aquecimento global


Figure 1: Global mean radiative. Anthropogenic RFs and the natural direct solar RF are shown. (IPCC AR4 Figure 2.20a)

Pedagógico - ver também aqui.
CO2 is not the only driver of climate Here at Skeptical Science, I tend to go on a bit about CO2. However, as readers often point out, CO2 is not the only driver of climate. There are a myriad of other radiative forcings that affect the planet's energy imbalance. Volcanoes, solar variations, clouds, methane, aerosols - these all change the way energy enters and/or leaves our climate. So why the focus on CO2? Is it because I'm a hysterical treehugger determined to run peoples' lives with a one world government? Or is there a rational, scientific reason for this CO2 preoccupation? Let's find out which...

As últimas da fronteira do K-T, ou, o que de mais recente se diz sobre a extinção dos dinaussários

Mass extinctions: I am become Death, destroyer of worlds The Economist: houve mais de um pedragulho a atingir a Terra há 65 milhões de anos.

Colégio Militar

Se eu fosse pai de um dos alunos do Colégio Militar, que foram indiciados pelo Ministério Público por actuação incorrecta em relação a alunos mais novos, eu colocaria aquela instituição em Tribunal por grave negligência em criar as condições para que os seus alunos fossem educados de modo adequado - e ao dizê-lo não estou a esquecer de que se trata de uma instituição militar. Aliás, por isso mesmo, talvez conviesse enfatizar que a falta consiste, mais precisamente, na negligência de educar militarmente os alunos do modo mais adequado.
Para não haver dúvidas do contexto em que falo: sendo sempre de esquerda, nunca fui anti-militarista; cumpri o serviço militar sem qualquer problema; até fui louvado a nível do então sector do Uige; e compreendo a lógica e o interesse de uma escola militar onde se ensine, além de tudo o mais, todas aquelas qualidades que um bom militar se preza. Nessas qualidades - para não haver dúvidas sobre onde me posiciono - está a disciplina, o saber obedecer, e ainda capacidade de nos ultrapassarmos, física e psicologicamente, de suportar níveis superiores de stress. Ah, por último e não menos importante, o ensino e a prática do bem comandar. E aí bate o ponto: ensinar a comandar implica sublinhar a importância do exercício da autoridade e do exemplo, e criar condições para que a inteligência emocional e a empatia se desenvolvam nos alunos, entronsando-se com aquelas outras qualidades - claro que terá de haver por parte da instituição a despistagem de quem não tem essas qualidades, mais que não seja porque é perigoso para os alunos subordinados mais novos.
Isto não é treta lamechas. Isto é sustentado do ponto de vista científico e é demonstrado pela história militar. Os grandes chefes militares caracterizaram-se por terem aquelas qualidades; os chefes militares incompetentes eram eunucos emocionais, autocráticos imbecis, e em muitos casos sádicos presumidos (vejam a indicação de leitura ao fim).
O que se passa no Colégio Militar - e eu sei que se passa por testemunho em segunda mão - é mau, e se muita gente boa sai de lá incólume, é porque à partida são muito fortes, e porque, em qualquer caso conseguiram tirar o máximo de um ambiente que, apesar de tudo, deverá ter, ainda assim, algumas virtudes.
Educar, como o Colégio Militar pretende educar, é muitissimo exigente. É manifesto que não existe competência por parte dos militares que tem estado à frente da instituição para cumprir essa missão ao nível de exigência necessário.
Como sugestão de leitura a este propósito: "A Psicologia da Incompetência [e da competência] dos Militares", Norman F. Dixon, Publicações Dom Quixote, 1977

23 de outubro de 2009

As declarações de Saramago

Num dado sentido, até posso concordar com aquilo que Pacheco Pereira disse quanto à polémica sobre as declarações de Saramago se caracterizar pela banalidade e pelo provincianismo - aquilo que o Nobel disse tem sido repetidamente afirmado ao longo do tempo [muito recentemente, por Richard Dawkins e Sam Harris, por exemplo] e as reacções a contrario têm-se pautado por um figurino também repetido e conhecido . Qualquer das situações serão banais porque repetidas, mas não são triviais, muito longe disso, e nenhuma delas as qualificaria como provincianas.
Eu preferiria a expressão escorreita e seca de Francisco Assis: Saramago tem o direito, em democracia, de dizer o que pensa, e os que discordam dele, têm o direito de contrariar aquilo que diz. Claro que, aqui também as coisas são mais complicadas do que isso.
Que Saramago pensa o que diz, disso não há dúvida. Mas será que deveria dizer o que pensa, neste particular? Em termos de princípio a questão não se coloca para nenhum democrata. Mas em termos tácticos a questão pode ser argumentada?
Será correcto defender que Saramago não deveria ter-se pronunciado como o fez, para não irritar os crentes que, se ofenderiam e que não estariam preparados, civica e religiosamente, nem para ouvir opiniões contrárias às suas convicções, nem para as contrariar, ou, em alternativa, porque não estariam em condições de se defender do "erro" devido a ausência de uma efectiva autonomia? Defender esta tese é inadmissível, porque é objectivamente insultuosa para todos crentes do país, e é inadmissível para esses crentes enquanto cidadãos da democracia portuguesa.
Logo Saramago tem o direito de dizer o que pensa e de esperar que o contraditório não invoque a autoridade e um superior conhecimento especializado - em qualquer discussão não é prática que prima pela honestidade intelectual, e neste caso lembra história antiga que não queremos repetida: o erro deve ser demonstrado!
E quanto ao fundo da questão? Todos deveriam ler a Bíblia - a regra de ouro é sempre ler muitos e diversos livros : é um livro belíssimo, história de um povo com um percurso impar, repositório de parte da herança cultural do próximo e médio oriente - por exemplo, o relato do dilúvio é anterior à escrita dos livros da Bíblia - que tem tudo, mas tudo o que tem definido a condição humana: guerra, genocídio, violação e violação colectiva, assassínio, insesto, política, amor, erotismo, generosidade, abnegação, e por fim, religião e preceitos religiosos.

22 de outubro de 2009

Quantificação de coisas conhecidas

"A new report from the National Research Council examines and, when possible, estimates “hidden” costs of energy production and use — such as the damage air pollution imposes on human health — that are not reflected in market prices of coal, oil, other energy sources, or the electricity and gasoline produced from them. The report estimates dollar values for several major components of these costs. The damages the committee was able to quantify were an estimated $120 billion in the U.S. in 2005, a number that reflects primarily health damages from air pollution associated with electricity generation and motor vehicle transportation. The figure does not include damages from climate change, harm to ecosystems, effects of some air pollutants such as mercury, and risks to national security, which the report examines but does not monetize."

Actuações e limites

"[...] Maintain a clear sense of long-term objectives but acknowledge the limits on your day-to-day actions. The gravest errors in the financial and business world are made, not by those who control or know too little, but by those who control or know less than they think."

Ler em FT.com / Columnists / John Kay - True survivors do not clutch at straws

Mais sobre segurança alimentar

Já se falou da questão neste blogue (ver, por exemplo, aqui e aqui, e pesquisar no motor de busca do blogue por segurança alimentar):
FT.com / UK - Crop science investment call "The Royal Society has called on the government to invest an extra £50m annually in crop science, including genetically modified crops, to help the UK prepare for expected global food shortages. The society on Tuesday described global food security as “a chronic problem that is set to worsen” and said the world needed to increase crop production to feed 9bn people by 2050."

Ainda sobre a importância da história económica

Ainda sobre a importância da história económica (ver aqui) ter em atenção a opinião de Paul Samuelson:

Newsflash: Economic History Matters: Gosh, here is a surprise: Economist history matters. From an interview in The Atlantic with Paul Samuelson And sends us to:
Q: Very last thing. What would you say to someone starting graduate study in economics? Where do you think the big developments in modern macro are going to be, or in the micro foundations of modern macro? Where does it go from here and how does the current crisis change it?
A: Well, I’d say, and this is probably a change from what I would have said when I was younger: Have a very healthy respect for the study of economic history, because that’s the raw material out of which any of your conjectures or testings will come. And I think the recent period has illustrated that.

O que os outros querem fazer

E continua ...

21 de outubro de 2009

Canhoto: Rankings, selecção e contexto

A nota abaixo do Canhoto vem no seguimento de outra que comentei aqui. Fala-se do ranking das escolas na base dos resultados dos alunos e responde-se ao reparo (correcto) de João Miranda, do Blasfémias:  “A desculpa do ‘contexto sócio-económico’ é também um reconhecimento de que a escola pública não tem qualquer efeito relevante nos alunos. O que é determinante para o sucesso escolar é o ‘contexto sócio-económico’”. Toda a nota de João Miranda é dura para a esquerda, porque cola à realidade, e, por isso merece ser reflectida. A resposta do Canhoto é adequada, não é complacente, e coloca as questões devidas quanto à questão de como deve posicionar-se a escola pública. Tudo isto merece ser lido: o que vem no Blasfémias e no Canhoto.

Ler em Canhoto: Rankings, selecção e contexto.

E continua ...

E continua ...

E continua ...

"A University of Colorado at Boulder-led analysis of a 200,000 year-old sediment core from a Baffin Island lake indicates warming temperatures in the Arctic due to human activity are overriding a natural cooling trend in the region.
An analysis of sediment cores indicates that biological and chemical changes occurring at a remote Arctic lake are unprecedented over the past 200,000 years and likely are the result of human-caused climate change, according to a new study led by the University of Colorado at Boulder.
While environmental changes at the lake over the past millennia have been shown to be tightly linked with natural causes of climate change -- like periodic, well-understood wobbles in Earth's orbit -- changes seen in the sediment cores since about 1950 indicate expected climate cooling is being overridden by human activity like greenhouse gas emissions. The research team reconstructed past climate and environmental changes at the lake on Baffin Island using indicators that included algae, fossil insects and geochemistry preserved in sediment cores that extend back 200,000 years.
"The past few decades have been unique in the past 200,000 years in terms of the changes we see in the biology and chemistry recorded in the cores," said lead study author Yarrow Axford of CU-Boulder's Institute of Arctic and Alpine Research. "We see clear evidence for warming in one of the most remote places on Earth at a time when the Arctic should be cooling because of natural processes.""

20 de outubro de 2009

Ainda a questão de como a educação influencia o crescimento económico

Esta nota vem no seguimento de outra (ver aqui) onde se dava conta de uma opinião de Edward L. Glaeser quanto à influência que teria tido nos resultados do crescimento argentino, ao longo do século XX, do nível educativo menos bom desse país. A questão da ligação entre educação e crescimento económico é revisitada no artigo referenciado abaixo. Respigaram-se as perguntas feitas aí:

But why would education in 1900 correlate so well with income today?
Why did the 20th century belong to countries, like the United States, that were investing so much in education a century ago?
Why is the cross-country relationship between income and education levels so strong?
If the link between country level income and education is real, then we need to understand why the link between schooling and education gets magnified at the country level. Why should there be a social multiplier that causes the schooling-income link to increase at higher levels of aggregation?

Sobre o capitalismo

O que faz com que o sistema capitalista seja capitalista?
FT.com / Columnists / Samuel Brittan - A catechism for a system that endures Capitalism is not a system that some government decided to install, as the Soviet leaders did with “socialism”. It evolved over many years. Once established, governments of many different stripes could try to copy it, with widely varying results. There has been a long cycle among opponents, who begin by declaring it immoral, go on to predict its inevitable collapse and, when that does not happen, return to its supposed immorality. The system will continue but with a less overblown financial sector. One of the myths about the system is that it is just about markets and prices. Visitors to the most remote villages in the developing world have often remarked on the ubiquity of market activities. Successful capitalism requires a great deal more.

Mobilidade social nos EUA

Economist's View: "Is The American Dream A Myth?"

"Climate Cover-Up: A (Brief) Review"

"We often allude to the industry-funded attacks against climate change science, and the dubiouscast of characters involved, here at RealClimate. In recent years, for example, we’ve commented on disinformation efforts by industry front groups such as the “Competitive Enterprise Institute, theCato Institute, the Fraser Institute, and a personal favorite, The Heartland Institute, and by industry-friendly institutions such as the Wall Street Journal editorial board, and other media outlets that assist in the manufacture and distribution of climate change disinformation.

When it comes to the climate change disinformation campaign, we have choosen to focus on the intellectually bankrupt nature of the scientific arguments, rather than the political motivations and the sometimes intriguing money trail. We leave it to others, including organizations such asSourceWatch.org, the sleuths at DeSmogBlog, authors such as Ross Gelbspan (author of The Heat is On, and The Boiling Point), and edited works such as Rescuing Science from Politics to deal with such issues.

One problem with books on this topic is that they quickly grow out of date. Just over the past few years, there have been many significant events in the ‘climate wars’ as we have reported on this site. Fortunately, there is a book out now by our friends at DeSmogBlog (co-founder James Hoggan, and regular contributor Richard Littlemore) entitled Climate Cover Up: The Crusade to Deny Global Warming that discusses the details of the contrarian attacks on climate science up through the present, and in painstaking detail. They have done their research, and have fully documented their findings, summarized by the publisher thusly:

Talk of global warming is nearly inescapable these days — but there are some who believe the concept of climate change is an elaborate hoax. Despite the input of the world’s leading climate scientists, the urgings of politicians, and the outcry of many grassroots activists, many Americans continue to ignore the warning signs of severe climate shifts. How did this happen? Climate Cover-up seeks to answer this question, describing the pollsters and public faces who have crafted careful language to refute the findings of environmental scientists. Exploring the PR techniques, phony “think tanks,” and funding used to pervert scientific fact, this book serves as a wake-up call to those who still wish to deny the inconvenient truth.
Continuar a ler em RealClimate: Climate Cover-Up: A (Brief) Review

Memória de possíveis discussões futuras - de como a China percepciona a Europa

Rising China, declining Europe: a tale of hubris Charlemagne's notebook Economist.com

Ainda sobre governos minoritários

Afinal, os governos minoritários não são tão excepcionais na Europa como isso, diz a Margens de erro. No entanto, na nota onde isso foi referido (ver aqui), o que se disse sobre o perigo do pântano tem todo o sentido: veja-se abaixo aquilo que a mesma nota do Margens de erro sublinha:

Margens de erro: A "raridade" dos governos minoritários e outras coisas "[...] Entretanto, a coisa mais conhecida sobre as consequências económicas dos governos minoritários é um antigo paper de duas pessoas hoje muito famosas, Nouriel Roubini e Jeffrey Sachs, que sugere que governos minoritários tendem a produzir défices orçamentais 1.5 pontos por ano acima do que sucede com governos maioritários. Já passou muita água debaixo da ponte depois deste artigo. Um livro de 2002 de Torsten Persson e Guido Tabellini confirma a mesma ideia (ver quadro 6.7), mas há muita discussão sobre o assunto."

19 de outubro de 2009

Classificação das escolas a partir das notas dos alunos

Diz o Canhoto: Rankings, escolhas e selectividade Rankings, escolhas e selectividade 1. [ler o resto dos argumentos no seu apontamento] Classificar as escolas (rankings) a partir das notas dos seus alunos constitui exercício intelectualmente desonesto [...].

Qualificaria o meu acordo com a nota do Canhoto com dois reparos: em primeiro lugar, reescreveria aquilo que se diz acima do seguinte modo: " Avaliar as escolas (rankings) a partir das notas dos seus alunos constitui exercício intelectualmente desonesto"; em segundo lugar, a avaliação dos resultados educativos em Portugal peca por ser deficiente, e muito deficiente, no que respeita à sua caracterização estatística. Digo isto, porque a discussão não incide na necessidade daqueles resultados serem complementados com mais informação estatística, mas na inoportunidade e na incorrecção de serem divulgados, quando as notas dos alunos devem ser um dos elementos imprescindíveis daquela avaliação.

Tudo precisa de ser avaliado em Democracia, e para que essa avaliação seja adequada, transparente, e eficaz, é necessário que seja sustentada por abundante, diversificada e ampla informação estatística. Um dos problemas graves da actividade do Estado em Portugal, é que ela não se quantifica bem. A esse propósito, uma pequena história:

"Quando entrei para a Direcção Geral da Administração Pública, por volta de 1987, uma das coisas que me foi dita, para minha grande perplexidade, é que a Administração Pública não conseguia saber com exactidão o número dos funcionários públicos existentes em Portugal, apesar do esforço continuado e anual daquela Direcção Geral. Há alguns anos a esta parte, soube pela comunicação social que o problema não estaria ainda resolvido, a contrario, aliás, do que se passava, e passava muito bem, na Administração Pública Regional dos Açores." A minha perplexidade continua, mas tenho as minhas conjecturas sobre o motivo - um destes dias volto ao assunto.

Argumentos principais de quem nega o aquecimento global (ou a responsabilidade dos homens nisso) e os contra-argumentos da ciência

Vale a pena ter em atenção, e guardar como referência para uso futuro (oportunidades não irão faltar, infelizmente, e por diversos motivos): Arguments from Global Warming Skeptics and what the science really says.

E continua ...

"The World Bank’s World Development Report 2010 finds that climate change at its current rates will lead to “a vastly different world from today, with more extreme weather events, most ecosystems stressed and changing, many species doomed to extinction, and whole island nations threatened by inundation.”

The report is dire: 2 degree Celsius warming, now guaranteed by climate scientists, will result in 100 million to 400 million people at risk from hunger and disease due to increased droughts and flooding, 1 billion to 2 billion will experience water shortages, and per capita incomes will decline 4-5% throughout the developing world as the agriculture and tourism people depend on for their livelihoods declines.

By mid-century, between 25 million and 1 billion people will likely be displaced due to climate change, an analysis by the International Organization for Migration suggests."

18 de outubro de 2009

Autarquias: o que os outros fazem

"George Boyne, Professor of Public Sector Management at Cardiff University, who conducted the research along with Oliver James, Peter John and Nicolai Petrovsky said: "This is a good news story for local government. It shows that local works, with poor leading to change in political leadership and management. That's what is supposed to happen."

Introduced in 2002 and described by the researchers as 'a highly visible and publicised performance rating that is taken seriously by central government and by local politicians', the CPA rates councils on a scale of stars from zero (poor) to four (excellent).They found that if a council were rated at zero or one star, the ruling party would lose three per cent in electoral support. Declining by a star would cost two points. There was, though, no benefit from running an authority rated at three or four stars.

 Professor Boyne said this 'negativity bias' reflected the greater likelihood of bad news being widely broadcast. He added: "The main aim of introducing this system was to raise the performance of the poorest authorities. So the government will feel that it has succeeded in this respect.[...]"

The researchers measured election results and managerial change in upper-tier councils over a six-year-period (2001-7) against their ratings under the Audit Commission's Comprehensive Performance Assessment (CPA).

Reflexões sobre os blogues

Chris Blattman, economista, especialista em economia do desenvolvimento, discute em Is this my final blog post? o proveito que tem retirado do seu blogue - merece ser lido.

De acordo com o Pacheco Pereira

"The mental disease of the present generation is impatience of study, contempt of the great masters of ancient wisdom, and a disposition to rely wholly upon unassisted genius and natural sagacity." 

Samuel Johnson

Citação do ABRUPTO. A qualificação a fazer-lhe é que isso sucede em muitas gerações, mais numas do que noutras, de forma mais ou menos generalizada, dependendo dos momentos e da inércia do que se conquistou no entretanto, após o último surto de ruptura e de transformação, qualquer que ele tenha sido. Nos dias que correm, há que reconhecê-lo, e isso é patente na actividade política-partidária, a citação, e particularmente no que diz ao fim, tem toda adequação à realidade.

E continua ...

...

Tirado de Every Single Kramer Entrance, in Chronological Order The Big Picture

17 de outubro de 2009

O excepcionalismo político português

"A política portuguesa não escapa à proverbial inclinação nacional para os comportamentos singulares. Esta semana, se dúvidas restassem, ficámos a saber que teremos um governo que não encontra paralelo: composto por apenas um partido, sem coligações e sem maioria parlamentar. Na Europa há governos de maioria absoluta (quase exclusivamente em países com sistemas eleitorais maioritários); governos assentes em coligações parlamentares e ainda governos de coligação. O que não existe são governos minoritários, com coligações do tipo "navegação à vista", como acontecerá em Portugal. E não existe porque é certo que se traduzirão em instabilidade."

De acordo, mas pior que a instabilidade - muito má, convenhamos -, será ter uma legislatura de 4 anos dominada pelo pântano, como se diz na sequência do transcrito acima, em arquivo: Singularidade política Pedro Adão e Silva. Evitá-lo, o pântano, não o derrube do Governo, será a verdadeira responsabilidade que Sócrates tem de assumir.

A referência feita ao Governo de Guterres, na segunda parte do artigo da i, peca por ser omissa sobre as consequências que a política orçamental daquele - determinada [em que parte?] pela vontade de repetir o cenário do primeiro Governo de Cavaco Silva - teve na conformação do sarilho económico em que o País está mergulhado.

Do que se vai lendo: a morte da indignação

A nota foi suscitada de modo inapelável pela expressão - sociológica e politicamente fundamentada no contexto histórico vivido nos EUA - de: a morte da indignação (indignação que ainda sobrevive na Europa):
"[...] o pagamento dos gestores está bastante menos sujeito às forças fundamentais da oferta e da procura, e muito mais sujeito a mudanças nas normas sociais e no poder político [...]"
"Os exorbitantes rendimentos no topo podem ser encarados como um fenómeno social e político e não estritamente económico: os rendimentos altos sobem exacerbadamente não devido a um aumento na procura de talentos mas sim porque uma série de factores provocou a morte da indignação"
"Segundo um consultor europeu de remuneração, ""nos EUA não existe o factor vergonha. Na Europa há uma preocupação maior com o impacte social""
a pp. 145, 147 e 150  respectivamente d'"A Consciência de um Liberal" Paul Krugman. É necessário dizer que recomendo vivamente a leitura do livro? Quando acabá-lo justifico isso melhor.

Recensões

Em 1989! - The New York Review of Books  Timothy Garton Ash faz a recensão de uma série de livros sobre os acontecimentos ocorridos em 1989: queda do muro de Berlim e quejandos. Um deles já o tinha referido aqui: - merece uma crítica menos positiva do sociólogo inglês.

O livro seguinte apresenta uma versão que viria a contrario da apresentada pela historiografia inglesa sobre as causas da revolução inglesa de 1688. Não estou em condições de tomar posição no assunto mas o que diz a recensão é convincente: 1688: The First Modern Revolution. By Steve Pincus. Yale University Press,  Amazon.comAmazon.co.uk. - tirado de  British history: England's revolution The Economist:
 
"The long-held view of Britain’s “Glorious Revolution”, which overthrew James II and replaced him on the throne with the Dutch Stadtholder, William of Orange [...], is that it was a kind of civilised non-revolution that nevertheless laid the foundations of a modern liberal society. [...] Steve Pincus, a professor of history at Yale, reaches radically different conclusions about the nature, though not the importance, of what took place. Mr Pincus claims that far from being a celebration of continuity, Britain’s revolution was every bit as radical in intention and consequences as the revolutions of 1789 in France and 1917 in Russia. Although it was much less bloody than either of those, it was a violent transformational event. [...]"

Enviesamentos

"[...] I reviewed with the residents three principal biases these researchers studied: "anchoring," where a person overvalues the first data he encounters and so is skewed in his thinking; "availability," where recent or dramatic cases quickly come to mind and color judgment about the situation at hand; and "attribution," where stereotypes can prejudice thinking so conclusions arise not from data but from such preconceptions."
Tirado de Diagnosis: What Doctors Are Missing - The New York Review of Books. É uma recensão de livros sobre a saúde norte-americana.

Palestina

Duas referências sobre a situação que se vive na Palestina: na Cisjordânia e em Gaza, sem qualquer comentário (a primeira fala mesmo por si):
 Palestinian farmers: Not much of an olive branch The Economist - "The vandals came at night from Adei Ad, a Jewish settlers’ outpost deemed “illegal” even by the Israeli government, near Shvut Rachel, an established West Bank settlement that is judged illegal in international but not Israeli law. Working fast, unnoticed by Palestinian landowners in the nearby Arab village of al-Mughayir, the settlers cut down nearly 200 olive trees, of which 70 belonged to Mr Abu Awad. As a result, he reckons to have lost income worth around $3,400 that he would have earned from this year’s harvest. But that is not all. “I planted these trees with my own hands 35 years ago”, he says, wistfully touching the stumps, now wrapped in sackcloth to protect them from the sun. Mr Abu Awad hopes his trees will recover and one day bear fruit again." 

Mais sobre a Comunicação Social e a Internet

Esta referência What Future for the News?—An Exchange - The New York Review of Books vem no seguimento do que se discutiu aqui.

Ainda sobre o recente Nobel de Economia

"Building economic models usually involves stripping the world down to its most essential features. But simple theories often struggle to explain the way things really work. Elinor Ostrom of Indiana University and Oliver Williamson of the University of California at Berkeley, the winners of this year’s Nobel prize for economics, have both been honoured for recognising this complexity. Their research provides insights into economic institutions that play crucial roles in the real world, but to which economists have not paid enough attention."
Bom artigo - a ler em Economics focus: Reality bites The Economist.

16 de outubro de 2009

Uma dada maneira de ver a esquerda

"Os filósofos apenas interpretaram o mundo de diferentes maneiras; o que importa, porém, é modificá-lo"    Karl Marx, Teses sobre Feuerbach

Sempre considerei esta idéia como a verdadeira fundação do que é ser de esquerda, embora o bom senso e o conhecimento do que se passou no século XX, obrigue a muitas suas qualificações. A aparente ironia desta nota para qualquer um que o conheça, é que ela resulta da leitura, em curso, do livro de Karl Popper, "A pobreza do historicismo".

E continua ...

A crise actual foi criada com a chegada dos "tipos inteligentes" a Wall Street?

A tese tem muita piada (e é por isso que a refiro aqui): Op-Ed Contributor - Wall Street Smarts - NYTimes.com, mas a brincar, a brincar, põe-se, por vezes, o dedo na ferida. Neste caso - e há outros que o testemunham: Smart guys and Wall Street - Paul Krugman Blog - NYTimes.com - houve mesmo uma mudança no tipo e qualidade do recrutamento feito por Wall Street, a partir de dada altura - não foi decerto isso que provocou a crise, mas que fez parte do caldo que a provocou, não haja dúvida. A pergunta não trivial será a de saber da cadeia de razões e de alterações que permitiu e determinou essa mudança no recrutamento para Wall Street.

15 de outubro de 2009

Restrição orçamental lassa

A Região Autónoma da Madeira vai apresentar à Assembleia da República um projecto de revisão da Lei das Finanças Regionais. A ver vamos o que dá. A nota de Kornai, publicada no blogue de Willem Buiter, trata quer das razões quer das consequências daquilo que traduzo por restrição orçamental lassa (em inglês: soft budget constraint). E isso liga-se à problemática das Finanças Regionais. À mesa do café, sempre falei disso, com receio das consequências a curto, médio e longo prazo (mas isso sou eu, que sou atreito a dado tipo de preocupações - no curto prazo nem se sabe do que não se sabe; no médio e longo prazo, será problema de outros, e é sempre possível que um novo Guterres surja, ou outro tipo de solução qualquer):
"So like it or not, the propensity to soften the budget constraint will continue, indeed strengthen. Also increasing and becoming more confident will be business leaders’ expectations of being rescued if they get into trouble. Similarly, leaders of local governments experience the softening of their budget constraints as well. Banks and other financial institutions can feel especially sure their survival will be underwritten. But there will be good rescue prospects also for loss-making or insolvent non-financial companies holding key positions in the economy and/or having good contacts with the politicians making bailout decisions. The bailout of banks in most cases indirectly implies also the rescue of firms unable to pay their debt."

Dos mercados: se não é economista deve ler, e se o é, deve ler também, não vá o estudo e o tempo terem feito das suas

É perigoso não saber que não se sabe

Estou de acordo com a afirmação em epígrafe - ainda hoje aconselhava uma jovem universitária: "aprofunda o conhecimento da tua ignorância". Já reservo a minha opinião - são necessárias mais leituras e reflexão - sobre as implicações que se retiram do que se segue no resto da nota (parte não transcrita: tem a ver com questões relacionadas com a ajuda ao desenvolvimento):
 "Suppose you needed to get from New York to Washington for a personal emergency. An airline told you that the projected time of departure for your one-hour flight was 2pm this afternoon. Of course, there is some uncertainty about this. The unstated promise of the airline is that this uncertainty will be kept within familiar bounds, with delays up to an hour not unusual, and delays of several hours possible with unexpected weather or mechanical failure. But suppose the airline secretly knew that due to a large set of unreliable links in the chain like a flight attendants’ union that might strike, a large risk of major engine failures throughout its fleet, and problems with the mechanics’ union that might prevent repairs, that the possible delays were not in HOURS, but in DAYS. You would be angry at the airline for not telling you this, and once you knew how much they didn’t know, you would quickly drop the airline and take the train instead.
The moral of the story is that knowing how much uncertainty there is about a projection – that is, knowing how much the projector DOESN’T KNOW – is often more important than the projection. An “estimated departure time based on the best available information” is meaningless to an airline customer if the uncertainty is about DAYS rather than HOURS.
Not knowing that you don’t know is at the root of many recent disasters, starting with the crisis itself. Holders of opaque derivatives apparently didn’t know how leveraged and exposed they were to shocks like falling housing prices, nor did they know how uncertain the housing prices were. Outside of economics, not knowing what we didn’t know is one of many causes for bad outcomes in Iraq and Afgha"
A complacência, o pecado mortal do século XXI, segundo um editorial antigo do Economist, filia-se neste tipo de ignorância.
Tirado de The Perils of Not Knowing that You Don’t Know -AID WATCH

Da utilização dos blogues para aprender

Faz sentido:

"TYLER COWEN writes:

Chess players who train with computers are much stronger for it. They test their intuitions and receive rapid feedback as to what works, simply by running their program. People who learn economics through the blogosphere also receive feedback, especially if they sample dialogue across a number of blogs of differing perspectives. The feedback comes from which arguments other people found convincing. Do the points you wanted to hold firm on, or cede, correspond to the evolution of the dialogue? This feedback is not as accurate as Rybka but it's an ongoing test of your fluid intelligence and your ability to revise your opinion. Not many outsiders understand what a powerful learning mechanism the blogosphere has set in place."

Continuar a ler em A proposition Free exchange Economist.com

E continua: factos!

"It still surprises me when I hear skeptics claim there is no evidence that we're causing global warming. The evidence is there in the peer reviewed literature. What they're really saying is they haven't bothered to look. So to make things easier for everyone, here is the evidence that humans are causing global warming. It's not based on theory, climate models, faith or political ideology but on direct, empirical observations. The line of evidence is as follows:



São as grandes empresas norte-americanas (mas, ainda não todas) que o dizem

Livros: críticas

Existem críticas que em si mesmas são muito importantes de ler: não só motivam a leitura dos livros que trazem a juízo; carreiam informação da problemática em causa, como à partida qualificam e permitem uma sua leitura mais eficaz.

É o caso, particularmente, da primeira que referenciamos, da London Review of Books (LRB) sobre  The Spirit Level: Why More Equal Societies Almost Always Do Better by Richard Wilkinson and Kate Pickett O livro discute os impactos da desigualdade no desempenho dos diferentes dos países, num leque amplo de campos, e à luz de um conjunto diferenciado de indicadores; equaciona o que se pode e deve fazer, e como, a nível político sobre isso - a crítica qualifica isso tudo (e fala-se de Portugal, também).

A segunda crítica é sobre um livro de Stephen Kotkin, "Uncivil Society", que discute o modo como o Leste Europeu comunista sossobrou - abordagem curiosa e não trivial.

LRB · David Runciman: How messy it all is  Buy this book "The argument of this fascinating and deeply provoking book is easy to summarise: among rich countries, the more unequal ones do worse according to almost every quality of life indicator you can imagine. They do worse even if they are richer overall, so that per capita GDP turns out to be much less significant for general wellbeing than the size of the gap between the richest and poorest 20 per cent of the population (the basic measure of inequality the authors use).

The evidence that Wilkinson and Pickett supply to make their case is overwhelming. Whether the test is life expectancy, infant mortality, obesity levels, crime rates, literacy scores, even the amount of rubbish that gets recycled, the more equal the society the better the performance invariably is. In graph after graph measuring various welfare functions, the authors show that the best predictor of how countries will rank is not the differences in wealth between them (which would result in the US coming top, with the Scandinavian countries and the UK not too far behind, and poorer European nations like Greece and Portugal bringing up the rear) but the differences in wealth within them (so the US, as the most unequal society, comes last on many measures, followed by Portugal and the UK, both places where the gap between rich and poor is relatively large, with Spain and Greece somewhere in the middle, and the Scandinavian countries invariably out in front, along with Japan).

Just as significantly, this pattern holds inside the US as well, where states with high levels of income inequality also tend to have the greatest social problems. It is true that some of the most unequal American states are also among the poorest (Mississippi, Louisiana, West Virginia), so you might expect things to go worse there. But some unequal states are also rich (California), whereas some fairly equal ones are also quite poor (Utah). Only a few (New Hampshire, Wyoming) score well on both counts. What the graphs show are the unequal states tending to cluster together regardless of income, so that California usually finds itself alongside Mississippi scoring badly, while New Hampshire and Utah both do consistently well. Income inequality, not income per se, appears to be the key.

As a result, the authors are able to draw a clear conclusion: ‘The evidence shows that even small decreases in inequality, already a reality in some rich market democracies, make a very important difference to the quality of life.’ Achieving these decreases should be the central goal of our politics, precisely because we can be confident that it works. This is absolutely not, they insist, a ‘utopian dream’.


Why the Berlin Wall fell Salon Books Why the Berlin Wall fell Stephen Kotkin's fascinating "Uncivil Society" presents a revisionist account of Communism's failure In their introduction, Kotkin and Gross concede that this story -- in which the brave and idealistic are largely sidelined and victory comes in the form of the exhausted capitulation of an incompetent villain -- is "depressing."

PS: Um comentário à crítica e ao livro referenciados em primeiro lugar: It takes megadeath war to make a society more equal? afoe A Fistful of Euros European Opinion